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COLUNA DO MARTINELLI | Se reajustar salários na Câmara, Nadir vai contra Marco

Nadir Rocha, presidente da Câmara, está entre a cruz e a espada

Pelo menos pela liturgia do cargo de presidente, Nadir Rocha (PMDB) é uma espécie de magistrado da Câmara de Gravataí. Hoje, mais por aplicar-se a ele, como nunca, a frase que diz que ‘de cabeça de juiz ninguém sabe o que vai sair’.

É que nem as pessoas mais próximas sabem se o experiente político vai colocar em pauta um projeto reajustando os salários dos servidores concursados do legislativo e também dos CCs, que são aqueles cargos de assessoria indicados pelos vereadores e pela própria presidência.

De um lado, quando vai à Câmara Nadir recebe a pressão dos funcionários, que não receberam os 8,13% aprovados aos servidores da Prefeitura em 2016. A reposição, por ter sido escalonada no ano eleitoral, foi barrada na justiça após uma ação do então todo poderoso do PDT, Cláudio Ávila, e seu parceiro de impeachment, Marcos Monteiro (Solidariedade).

A pedida dos funcionários agora é de 18%, para compensar as perdas, repor a inflação e garantir um ganho real de 3%.

 

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De outro lado, Nadir antevê o conflito que a apresentação de um reajuste para a Câmara criaria entre a majoritária base de governo (15 dos 21 vereadores) e a política do prefeito Marco Alba (PMDB) para o conjunto do funcionalismo. Na primeira reunião com o sindicato dos professores, o Ipag foi posto na sala. O governo não aceita discutir qualquer reajuste, mesmo uma reposição da inflação, sem falar antes sobre o rombo bilionário no instituto de previdência.

Ao sair da reunião, com exclusividade ao Seguinte:, o secretário da Fazenda Davi Severgnini alertou para a necessidade de congelamento dos salários por até 15 anos para que, em 2032, a Prefeitura não tenha 70% da receita comprometida com a folha simplesmente para garantir as aposentadorias dos 5 mil servidores.

Em resumo: mesmo que sejam apenas 48 servidores concursados na Câmara, e não tenhamos mais salários milionários já que o teto salarial é segurado nos R$ 18 mil que recebe o prefeito (que abdicou de reajustes desde 2012), qualquer percentual dado agora incide no Ipag.

E, o principal por se tratar de uma casa política, fere de morte o discurso do governo, já que nenhum reajuste passará sem os votos da base.

Nadir tem evitado entrevistas.

Nem os colegas da bancada do PMDB saíram da última janta na casa dele sabendo o que o presidente vai fazer.

Hoje, 17h, a presidente da associação dos funcionários Ivete Medeiros usará a tribuna popular para defender frente aos vereadores o reajuste.

Com posições firmes, Ivete não tem baixado o tom na defesa dos funcionários, mesmo que já tenha desagradado os políticos.

Serão 15 minutos que prometem, a partir das 17h, com transmissão ao vivo pelo site da Câmara clicando aqui.

 

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