rumo a Praga

Diário de viagem – 9º dia

: Nossa colunista Sônia Zanchetta (esquerda), com Fernanda, Tuca e Carla, num passeio pelo Rio Danúbio

 

Domingo, conseguimos nos mudar do hostal em que havíamos nos hospedado na nossa primeira noite em Budapeste, onde não estávamos satisfeitas, para um apartamento lindo, bem localizado e, o melhor de tudo: baratíssimo.

Com essa confusão toda, acabamos perdendo o free walking tour que pretendíamos fazer pela manhã, pelos bairros históricos, e, depois de almoçar comida árabe, resolvemos participar, pela tarde, de outro, focado na história dos judeus por aqui e no período comunista.

Budapeste tem a segunda maior comunidade de judeus da Europa (100 mil), perdendo apenas para Paris, mas, pelo que contou Gabor, o guia do nosso grupo, este número poderia ser bem maior, não fossem as perseguições de que foram alvo durante o Império Austrohúngaro e, mais tarde, no período da ocupação nazista.

A mesma história ocorreu em outros países europeus. Wolfgang, o guia do tour que fizemos em Viena, disse-nos que alguns imperadores mandavam executar judeus aos quais haviam tomado dinheiro emprestado e, durante a II Guerra Mundial, a maioria deles foi eliminada ou fugiu do País, com o que a comunidade atual é ínfima.

Segundo Gabor, ainda há, na Hungria, resquícios do antissemitismo, que se trata de eliminar por meio da educação das novas gerações. E, para que ninguém esqueça do que ocorreu, foi criado um memorial, à beira do Danúbio, onde os nazistas costumavam fuzilar judeus, cujos corpos eram levados pelo rio. No local onde ocorriam essas execuções, vemos, hoje, dezenas de sapatos de homens, mulheres e crianças banhados em bronze.

Fizemos uma longa caminhada pelo bairro judeu, onde fica a Sinagoga da Rua Dohány, a maior da Europa, em cujo cemitério estão enterrados 2.281 vítimas do Holocausto, e a da Rua Rumbach, que está fechada ao público e deve ser restaurada brevemente, para acolher um espaço cultural da cidade.

Na segunda parte do tour, visitamos vários lugares relacionados com o período comunista, que durou de 1947 a 1989, na Hungria, ao que parece sem deixar saudades. O País, que já havia perdido mais de dois terços da sua área, na I Guerra Mundial, aliou-se à Alemanha, na II Guerra, o que lhe ocasionou grandes perdas materiais e humanas.

Pelo que contou Gabor, a Hungria, tentou, então, entrar em acordo com os aliados, o que não foi aceito e, passada a Guerra, tornou-se um estado comunista sob a influência de Moscou. Em 1956, ocorreu uma revolução, sufocada pelos soviéticos, em que os húngaros demonstraram sua insatisfação com o novo regime, mas sua queda só ocorreu no fim da década de 80.

É impressionante a importância do turismo como fonte de emprego, trabalho e renda nas cidades em que estivemos até agora. Em Viena, guias com trajes medievais tratam de conquistar clientes no entorno dos principais pontos turísticos e, em Budapeste, os turistas são disputados na base do gogó. Chegas a qualquer rua movimentada e logo os guias te detectam e te abordam.

Vimos, até agora, tours feitos em ônibus, charretes, trenzinhos, barcos, bicicletas, patinetes, tuk-tuks, segways e a pé, mas o mais original me pareceu um de “barata de corrida”, lá em Viena, no qual o guia ia no primeiro carro e seus clientes nos seguintes.

Tanto Viena, quanto Brastilava e Budapeste têm muito a nos ensinar em termos de qualidade de vida. É uma maravilha nos sentirmos livres da poluição visual e sonora que nos agride diariamente no Brasil (Vocês podem imaginar a Coca-Cola fazendo anúncios discretos, com letras marrons sobre fundo bege, para que não destoem dos prédios históricos?); não sentirmos medo dos nossos semelhantes quando andamos pelas ruas a qualquer hora do dia ou da noite; não haver congestionamentos de trânsito e o respeito com que os motoristas tratam os ciclistas e os pedestres.

Outro ponto positivo: vemos montes de cachorros, conduzidos pelas guias por seus donos, em restaurantes e vários outros locais, mas nenhum abandonado na rua. A propósito, em Viena e em Bratislava, é proibida a entrada de cães nas praças públicas e, se algum dono não recolhe as fezes de seu cachorro, a multa é de 50 euros.

Voltando ao nosso tour, decidimos emendá-lo com um passeio pelo Danúbio. Pegamos um barco imenso e nos acomodamos no convés superior, onde uma orquestra de câmara integrada por dois violinos, um violoncelo e uma marimba tocava valsas e músicas solicitadas pelos turistas, e percorremos toda a extensão da cidade, maravilhadas com sua beleza. Será impossível esquecermos de Budapeste…    
 

As fotos da Soninha no 9º dia!

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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