Leonel Baldasso

Golpes e fraudes: o livro do delegado

Capas do Golpes e Fraudes - Previna-se contra estelionatários

O delegado-professor-escritor Leonel Baldasso Pires, atualmente titular da 1ª Delegacia de Polícia de Cachoeirinha, já está pensando na segunda edição – atualizada – de um livro que começou a escrever em 2015 e que foi lançado no ano passado, com uma tiragem de mil exemplares praticamente esgotada.

O livro “Golpes e Fraudes – Previna-se contra estelionatários” conta, em 144 páginas casos reais envolvendo vítimas de, como diz o nome, golpes e fraudes praticadas de forma presencial e virtual, quase a totalidade alvo de investigações nas DPs em que o autor, o delegado Baldasso, trabalhou. Na região, ele também chefiou a 2ª Delegacia de Gravataí.

— É um livro que foi provocado pelos fatos investigados ou relatados ao longo da minha carreira, inclusive aqueles que mais chamaram a atenção a partir do que foi noticiado pela imprensa — conta o policial acerca das experiências acumuladas ao longo de 18 anos na profissão.

 

Senhas e cartões

 

Para a segunda edição, que ainda não tem data para ser lançada, o delegado Baldasso diz que pretende incluir novos tipos de crimes que surgiram desde que acabou de escrever “Golpes e Fraudes”. Segundo ele, já surgiram em menos de dois anos pelo menos uns 10 novos tipos de golpes.

Atualmente trabalhando em Cachoeirinha, Baldasso conta que estão sendo investigados pelos agentes da 1ª DP pelo menos três casos ocorridos nos últimos dias envolvendo golpes aplicados em pessoas idosas e envolvendo senhas e cartões bancários.

— Alegando motivos diversos o estelionatário ilude a pessoa idosa. Vai na casa, pede o cartão do banco para trocar e a senha que a pessoa usa — revela.

Os mais frequentes, atualmente, e mais sofisticados, se dão através da rede mundial de computadores. Através de e-mails em que enviam links com “vírus” para capturar senhas bancárias e acabam realizando transferências de valores das contas da s vítimas para suas próprias contas ou de laranjas.

 

Casa de praia

 

Outro golpe muito comum ocorre, de acordo com o delegado, às vésperas dos períodos de veraneio e tem sido muito comum no Rio Grande do Sul. Através da internet os golpistas publicam fotos de casas para alugar na praia, e fazem toda negociação de modo virtual, até o recebimento do aluguel ou de um adiantamento a título de reserva.

Quando a vítima chega na praia, geralmente não encontra um imóvel de acordo com o que viu nas fotos, ou o mesmo está alugado e, as vezes, sequer existe. É um golpe que além do prejuízo financeiro compromete as férias e o veraneio de uma família que, muitas vezes, economiza para desfrutar deste período de lazer e acaba lesada por bandidos.

 

Falso boleto

 

Outro crime cibernético para o qual o delegado Baldasso chama a atenção se refere ao falso boleto, e está relacionado principalmente às compras feitas nas lojas virtuais. Também implica na captura de informações, pelos estelionatários, nos computadores das vítimas.

— De alguma forma eles ficam sabendo da compra, valores, lojas, e enviam um e-mail como se fosse do vendedor oferecendo um desconto em um falso boleto. Só que o código de barras não remete ao vendedor, mas sim a uma conta do estelionatário, e o comprador acaba pagando para aproveitar o desconto sem desconfiar que está caindo em um golpe.

Tem ainda o do Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores, o IPVA. Bandidos, com informações privilegiadas de pessoas que sofreram, por exemplo, acidentes domésticos, abordam os acidentados e seus familiares propondo que o acidente seja relacionado a uma queda de moto em troca de alguma vantagem financeira.

— Eu não aceito esse tipo de ocorrência sem que haja comprovação do acidente, com laudo do veículo supostamente envolvido — afirma Baldasso, esclarecendo Baldasso que se trata de uma fraude passível de responsabilização criminal.

 

O mais comum

 

Por mais incrível que possa parecer, o golpe mais comum aplicado pela ladroagem ainda é o do bilhete premiado, e nem sempre o alvo são as pessoas de mais idade, supostamente mais sujeitas a serem enganadas.
Baldasso diz que desconhece os números, mas garante que é um golpe muito frequente e que só não tem mais registros de ocorrências porque as pessoas têm vergonha de admitir que foram vítimas de um golpe tão antigo.

Este é o tipo de golpe a partir do qual só há uma vítima porque, além de uma pessoa esperta que tenta levar vantagem como golpista há uma pessoa gananciosa e interessada em se favorecer, financeiramente, de forma fácil.

 

Está no livro

 

Golpe da aliança

O golpista caminha em local de grande fluxo de transeuntes e escolhe uma vítima para aplicar o golpe. Com uma aliança de casamento de latão ou bijuteria, mas muito semelhante a ouro, o estelionatário caminha na frente da vítima e simula que acabou de achar a joia na via pública. Ele aborda a pessoa que vem logo atrás, previamente selecionada, e esbarra nela dizendo: – Que sorte! Encontrei uma aliança. É de ouro maciço e deve valor bastante dinheiro. O golpista afirma que é solteiro e que precisa de dinheiro urgentemente para saldar dívidas pessoais. Oferece a aliança à vítima, convencendo-a de que o dono jamais será encontrado, pois o anel estava em via pública de grande movimentação de pessoas. Oferece a ela a falsa joia por um preço bem abaixo do que valeria um objeto autêntico, mas de certa forma considerável, em comparação ao preço da falsa aliança em ouro de 18 quilates.

Para exemplificar com um caso investigado, o falso anel nupcial custou cerca de R$ 5,00 para o golpista, que o adquiriu possivelmente em loja de atacado de bijuterias. Se fosse de ouro maciço, a aliança não custaria menos de R$ 2.000,00. Ele oferece o anel por R$ 100,00 para a vítima, a qual, iludida pela lábia do falsário, acabou caindo no golpe, comprando o objeto. Portando, o golpista obteve um ótimo lucro com a farsa. Dificilmente estes estelionatários são identificados, pois agem de forma rápida e trocam de ponto ou de cidade para aplicar o golpe.

O conselho é válido para diversos casos abordados neste livro. Jamais compre objetois desta natureza de pessoas estranhas. Quando um estranho oferecer um produto em via pública, sempre desconfie, até porque você não sabe se a procedência do bem oferecido é lícita. O barato sai caro, como reza o velho ditado popular.

 

Sobre o livro

 

O “Golpes e Fraudes” de Baldasso é um livro que tem uma linguagem simples e de fácil assimilação pelo leitor, e se destina ao público de forma geral. Á obra, pioneira do gênero no Rio Grande do Sul, é descrita pelo delegado-escri8tor como “uma chave” para que as pessoas não sejam vítimas de falcatruas.

São abordados desde as relações de consumo e serviços, como consertos de aparelhos domésticos ao fornecimento de água e compra de carros usados, aos mais diversos golpes aplicados por estelionatários, os paraísos fiscais, e as fraudes tecnológicas. No capítulo ‘golpes’, Baldasso relacionou 60 diferentes tipos.

Está à venda na Livraria do Advogado, na rua Riachuelo, centro de Porto Alegre, ou pela internet nos endereços: www.oikoseditora.com.br e www.doadvogado.com.br.

 

Quem é

 

Leonel Baldasso Pires nasceu em Porto Alegre, iniciou sua vida profissional como funcionário do Cartório da Vara de Menores em Canoas, e posteriormente passou a exercer as mesmas funções no cartório da Vara do Júri da mesma Comarca.

Aprovado em Concurso Público, em primeiro lugar, foi nomeado Oficial de Justiça, trabalhando nas comarcas de Barra do Ribeiro, Novo Hamburgo e Canoas.

Formou-se em Direito pela Unisinos com habilitação em Direito Civil.

Depois, ingressou na Academia de Polícia Civil do Estado e foi aprovado no concurso para a carreira de Delegado de Polícia, sendo inicialmente designado como delegado titular do Centro de Operações da Polícia Civil em Pelotas.

 

Outros livros

 

Além do “Golpes e Fraudes – Previna-se contra estelionatários”, Leonel Baldasso tem outros dois livros publicados.

 

"Uma Aventura em Pottenstein, A cidade do Padre Reus" – Da editora Padre Reus, é um livro em que o autor aborda em tema turístico-jornalístico uma viagem à bela cidade de Pottenstein, na Baviera, Alemanha. A cidade, situada entres as montanhas, é a terra natal do Padre Jesuíta João Batista Reus, falecido em 1947, na cidade de São Leopoldo, com fama de santidade e com processo de beatificação em tramitação no Vaticano.
O livro é ilustrado com fotografias da cidade, além de indicar pontos turísticos interessantes da localidade. 

O autor também descreve uma síntese da vida do sacerdote que tinha visões místicas  e está sepultado no Santuário Sagrado Coração de Jesus, em São Leopoldo, sendo visitado anualmente por milhares de devotos. O livro serviu também para subsidiar o processo de beatificação do Padre Reus e foi anexado no processo de beatificação junto ao Vaticano.

A obra pode ser encontrada na Livraria Padre Reus, telefone: (51) 32240250 ou no site www.livrariareus.com.br.

 

"O Oficial de Justiça, Princípios e Prática" – Na quarta edição, foi publicado pela editora Livraria do Advogado. Neste livro, o autor descreve os atos processuais afetos aos Oficiais de Justiça, descrevendo com detalhes situações que envolvem o cumprimento de mandados judiciais.

O livro preenche sensível falta na literatura brasileira acerca da correta realização dos atos processuais cíveis e criminais, elencando também questões importantes para concurso em carreira do quadro do Poder Judiciário. Está esgotado.

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