pacotaço de Miki

Greve chega aos 58 dias sem mudança de rumo

Presidente Guilherme Runge, do Sindicato dos Municipários: greve chegou ao 58º dia sem mudança de direção

A greve dos servidores municipais de Cachoeirinha chegou hoje (3/5) no seu 58º dia sem mudanças de rumo. A reunião realizada no final da tarde de ontem entre a comissão de negociação do Sindicato dos Municipários (Simca) e o governo, com as presenças da dupla MM – prefeito Miki Breier (PSB) e o vice Maurício Medeiros (PMDB) – não evoluiu.

Mesmo com a oferta do governo municipal de compensar financeiramente 10 dias por mês, do total dos dias parados, até se completar o tempo de greve. Em reunião no último dia 17 de abril o governo acenou com uma compensação de sete dias por mês, e antes havia pedido 60 dias de prazo para solucionar o impasse com o Simca.

No dia 18, em assembleia geral, os municipários grevistas decidiram negar o prazo pedido pelo governo Miki-Maurício durante encontro em Porto Alegre com a intermediação do Ministério do Trabalho, e a compensação de sete dias por mês, dos dias de greve.

Agora à tarde o presidente do Simca, o professor Guilherme Runge, disse que as negociações teriam continuidade hoje à tarde, na Prefeitura. A assessoria do governo disse que não há nada agendado com o prefeito Miki Breier ou com o secretário municipal de Governança e Gestão, Juliano Paz.

Runge também afirmou que ainda não há assembleia programada pelo Simca para deliberar sobre a continuidade, ou não, da greve, alegando que uma convocação neste sentido só vai ser agendada quando o governo propor algo consistente em relação ao ‘pacotaço’ de medidas aprovado pela Câmara de Vereadores em 24 de fevereiro.

— Não tem porquê chamar uma assembleia agora, sem uma proposta concreta. A greve não é só pelos dias de compensação, mas contra todo o pacote de medidas que mexeu nos salários dos funcionários — disse Runge.

 

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‘Imexível’

 

De acordo com a assessoria do gabinete do prefeito, na reunião desta terça-feira à tardinha o prefeito Miki Breier acenou à comissão de negociação a possibilidade de, no futuro, havendo a recuperação econômica e financeira da Prefeitura, discutir com o sindicato da categoria a fixação de novas vantagens agregadas aos salários.

— O que está aprovado e está valendo, não tem como mexer. O pacote de medidas é definitivo e se houver alguma negociação futura, serão com outras bases e dependerá de lei a ser aprovada na Câmara —  disse a assessoria de Miki.

 

Nem centavos

 

No próximo dia 5, sexta-feira, a Prefeitura começa a fazer o pagamento dos salários dos funcionários municipais do mês de abril. Quem estiver em greve desde o dia 6 de março, sem que tenha voltado a trabalhar no período, não vai ver nem a cor de centavos no contracheque do mês.

Mas há casos, e casos! Há funcionários que pararam por 10 dias, outros ficaram sem trabalhar 15 dias, fazendo um revezamento com colegas de setor para que não ocorresse um esvaziamento na paralisação e não ficassem sem receber pelo menos parte do salário com a finalidade de fazer frente aos principais compromissos.

Mesmo a compensação de 10 dias por mês do total dos dias de greve, proposta ontem pelo governo à comissão de negociação do Simca, não vale enquanto a greve for mantida e o retorno ao trabalho não seja aprovado em assembleia do funcionalismo. Na semana retrasada o sindicato teve liminar indeferida na Justiça de Cachoeirinha, quando pediu o pagamento de pelo menos 25% dos dias parados, no mês.

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