Na semana passada fui para o Litoral Norte. Ao voltar para casa percebi que havia deixado minha carteira lá, com todos os documentos. Até retornar para buscá-los fiquei cinco dias sem poder fazer muitas coisas. Ao menos não gastei em nada, pois o cartão do banco também estava na carteira esquecida. Confesso que fiquei com uma estranha sensação. O início da música Alegria, Alegria, cantada por Caetano Veloso ecoava em meu cérebro: sem lenço, sem documento eu vou….
Documentos são registros de cidadania. Ontem resgatei-os e, neste domingo, um deles será usado em Gravataí: o título de eleitor. Mesmo com todo o descrédito em relação a uma grande parte da classe política nacional, votar é um direito do qual não abro mão. Acredito que o voto é um importante instrumento da democracia. A política faz parte de nossas vidas, gostemos ou não, ela faz parte de nosso cotidiano e nele interfere. Assim, o melhor é usarmos de nosso poder de voto para tentar melhorá-la. Nas urnas, as opções "anular" ou "em branco" nunca foram marcadas por mim. Sempre um candidato ou candidata terá meu voto.
Um outro documento que está na bendita carteira é o cartão cidadão. Havia levado para conferir no banco minha situação junto ao FGTS. Não tenho direito a sacar nenhum valor de conta inativa. Mas ao entrar em uma das instituições credenciadas para esse tipo de pagamento fiquei feliz pelos que puderam contar com esse recurso já neste final de semana.
As idas e voltas do litoral, por sorte, foram no carro do meu marido, porque eu estava sem a carteira de habilitação. Esse também é um documento de identidade e que atesta que você está apto a dirigir um veículo. Às vezes tenho a impressão que certos motoristas esqueceram a importância do ato de conduzir um veículo. Há muita imprudência no trânsito. Para mim, carro é um meio para facilitar meus deslocamentos. Jamais será uma arma.
Se documentos atestam nossos direitos, eles também evidenciam nossos deveres de cidadão.