Quando capaz, finja ser incapaz; quando pronto, finja estar despreparado.
O meditar, ou aparente desmobilização da campanha de Rosane Bordignon, não seria a aplicação de um dos ensinamentos de Sun Tzu, em A Arte da Guerra, nos seus mínimos 13 capítulos e 130 páginas um dos maiores tratados de estratégia de todos os tempos?
Daniel Bordignon adora e recita, franzindo a sobrancelha, como o faz de cor e sorrindo, como as escalações históricas do Internacional, ou o hino da Internacional Socialista.
Se os adversários apostarem que o ‘Grande Eleitor’ está escondido embaixo da cama por, como ironizam, ‘pedir música no Fantástico’ com a terceira impugnação, ou submeter-se ao, para muitos, desespero de lançar, mesmo sendo uma professora com 33 anos de militância política e vereadora eleita, a esposa candidata, arriscam subestimar uma mente brilhante que, antagonicamente com Marco Alba, entre vitórias estrondosas e derrotas fragorosas dos dois lados, há mais de duas décadas move os exércitos da política da aldeia e além-fronteiras.
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Para descobrir o que planejam os pedetistas, o Seguinte: ouviu o que dizem e escutaram fontes de alto, médio e baixo escalão, sob anonimato para não descumprir a combinação do politburo de manter as estratégias em sigilo, ainda.
E realmente fazerem-se parecer fracos.
– O Bordignon e o Cláudio Ávila têm os problemas deles, mas não há saída nem para um, nem para outro, que não jogar juntos nesse momento – analisa fonte que garante:
– A chapa está definida. Não há chance de prévias. Até porque, se não for a Rosane, o Bordignon não sai de casa.
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As dissidências de partidos como os pequenos PCdoB, PPS, PPL e PHS são recebidas com risadas, e um enigma, por uma das fontes:
– Nossa aliança são com os 45.374 votos que o Bordignon fez em 2 de outubro. Esses partidos de poucos votos, como já fizeram no ‘primeiro turno’, podem mudar de ideia e causar um grande constrangimento a quem os acolheu.
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Uma das certezas é que a aposta será em uma campanha de não mais de 30 dias. Nesta terça, o Tribunal Regional Eleitoral (TRE) divulgou o calendário eleitoral e serão 33 dias de campanha oficial até 12 de março. Mas há um período de pré-campanha, a partir do próximo dia 25, onde os pedetistas poderiam botar o casal na rua, mas planejam armazenar as reservas.
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Na guerra permanente das redes sociais, já é ordem ligar as campanhas de Marco Alba (PMDB) e Anabel Lorenzi (PSB) aos governos Temer e Sartori, de onde o PDT desembarca em março, nas projeções de neobrizolistas da aldeia.
Se a conexão da ‘chama’ peemedebista é direta com Marco, colega de partido e afilhado político do número 1 do presidente, Eliseu Padilha, será também lembrada a participação do partido de Anabel nos dois governos que atingem hoje seus mais altos percentuais de impopularidade.
Sem focinheira
Sem limites, Cláudio Ávila, o presidente municipal dos pedetistas e candidato a vice, será como no ‘primeiro turno’ o pitbull da campanha, avançando no ex-prefeito e na candidata.
Além de apresentar a candidatura de Rosane como a antítese ao atual governo municipal e os cinco anos e cinco meses do PMDB na Prefeitura, uma das coisas que o advogado idealizador do impeachment de Rita Sanco vai dedurar quase que diariamente é que Anabel mais uma vez tem um vice recentemente ligado a Marco.
– Antes, era o próprio vice-prefeito – confirma uma das fontes, lembrando que Francisco Pinho e seu PSDB indicaram o vereador Beto Pereira como vice nas eleições de 2 de outubro.
– Agora o vice é o ex-líder do governo! – complementa, apontando para o vereador Dilamar Soares (PSD).
– Foi ele quem estridentemente defendeu a aprovação do ‘bonde dos cargos’, que criou todos aqueles CCs no início do governo – conclui, antecipando parte da estratégia.
– É nós contra eles – resume outra fonte.
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A 'Revoloução Vermelha'
Com a presença do presidenciável Ciro Gomes, e muitos xingamentos a Temer, o primeiro grande ato da campanha será o aniversário de Rosane, que é dia 13 de fevereiro, mas deve ser comemorado dia 18 com aquelas festas de lotar salões no CTG Aldeia dos Anjos.
E a projeção é que o ‘veraneio das urnas’ na aldeia tenha suporte ‘estrangeiro’, de apoiadores ligados aos ex-prefeitos de Canoas, Jairo Jorge, e de Porto Alegre, José Fortunati, além de, como sem dinheiro é difícil ser revolucionário por um dia, ajuda financeira da direção nacional.
– O PDT não tem mais Porto Alegre. É prioridade, e necessidade estratégica para tirar Sartori do poder em 2018, comandarmos Gravataí, a terceira economia gaúcha – observa outra fonte.
Ao fim do tudo ou nada, a 'Revolução de Outubro' do PDT é colar a campanha nas realizações dos governos de Bordignon entre 1997 e 2004.
PT à parte.
E investir na presença física do ‘Grande Eleitor’.
Será estoque de protetor solar fator 50 e Bordignon ao lado de Rosane no caminhão de som. Se votar ele não pode, pedir votos será uma obsessão.
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