O prefeito Luiz Zaffalon (MDB) estuda vender o prédio e a área onde funcionava o Pronto Atendimento Municipal (PAM) 24 Horas, na Av. Brasil com a ERS-118, e investir em novas estruturas para saúde de Gravataí.
Uma avaliação prévia da Secretaria da Fazenda, com base no ITBI de terrenos no entorno após a duplicação da rodovia, é de que a Prefeitura possa arrecadar mais de R$ 5 milhões – o que permitiria a construção de pelo menos duas unidades modelo de saúde da família com as que tiveram ordem de início neste mês, no Itatiaia e Granville.
O projeto de Zaffa é entregar ao menos 10 novas USFs até o fim de 2024.
O PAM não atende mais emergências, hoje administradas pela Santa Casa no Hospital Dom João Becker e nas UPAs da 74 da Av. Dorival de Oliveira e da ERS-020, na Morada do Vale.
Os profissionais que atuavam naquele serviço foram distribuídos na rede de atenção primária e em serviços especializados.
No antigo PAM ainda funcionam a SAMU e o CRVVS, o centro de referência a vítimas de violência sexual. A ordem de início da construção de novas estruturas adequadas aos dois serviços é projetada pelo governo para julho.
Já a Farmácia Municipal será transferida para uma estrutura também adequada às regras sanitárias onde hoje funciona o prédio da 1ª Delegacia de Polícia Civil, no Centro, em um negócio feito entre Estado e Prefeitura, na qual o município constrói até setembro uma nova DP na Jorge Amado.
Por que trato disso?
No feriado desta quinta-feira, o vereador Cláudio Ávila (PSD), líder da oposição, fez postagem denunciando problemas no atendimento pela suposta falta de leitos psiquiátricos com o fechamento do PAM.
– Mesmo pagando desde 2020 mais de R$ 200 milhões à Santa Casa, a desastrosa gestão de saúde de Gravataí repassa R$ 2 milhões por ano para terceirizar estes leitos em uma clínica particular – criticou, perguntando na postagem onde estão os 6 leitos do contrato.
O governo nega a falta de atendimento e leitos, ao explicar que o serviço é hoje terceirizado para a Santa Casa, que administra o Becker e UPAs, na estratégia anunciada ainda no governo Marco Alba (MDB), quando ocorreu a venda do hospital, de fazer com que as três portas de entradas sejam gerenciadas por um único prestador de serviço, unificando o fluxo de atendimento de urgência e emergência.
Conforme a Secretaria da Saúde, havia, ao menos até o fechamento deste artigo, apenas um paciente psiquiátrico internado.
– Acertamos de novo. Tínhamos uma despesa de folha de uns R$ 6 milhões por ano com a psiquiatria e a traumatologia. Hoje a demanda é direcionada para Santa Casa – disse ao Seguinte: o prefeito, que gosta de tratar pessoalmente de críticas à contratação da ‘grife’ Santa Casa.
– O tempo de estruturas de saúde precárias, sem acessibilidade e alugadas de amigos do poder, terminou – disse.
Ao fim, reputo há uma falsa memória afetiva de alguns gravataienses em relação ao PAM, da época quando não existiam as UPAs e funcionava ali a única emergência além do Hospital.
Fato é que o ‘mini-hospital’ anunciado pelo governo Sérgio Stasinski na segunda metade dos anos 2000, resta uma estrutura inadequada. E, não dá para esquecer de lembrar, desde a abertura a superlotação e problemas estruturais e de pessoal eram rotina, assim como denúncias do Simers e reportagens na mídia local e estadual.
Ao fim, escrevi, semana passada em Sim, estamos discutindo a Santa Casa administrando as UPAs de Gravataí!:
“Inegável é que podemos nos considerar privilegiados ao discutir a bicentenária Santa Casa administrando nossas emergências. Algo como ‘ruim com ela, pior sem ela’. Não estamos tratando de nenhum escândalo bilionário como do terceirizado Gamp em Canoas, né?. O que não significa que tudo tenha que ser santificado naquele que é um dos maiores contratos da Prefeitura. Mas já está melhor. E vai melhorar, aposto”.
Concluo da mesma forma. As UPAs são um avanço e a contratação da Santa Casa também. É uma ‘grife’, zela pela fama de prestar serviços de excelência.
Aposto vai melhorar.
Acredito é o que querem oposição e governo.
Uns fiscalizando, outros executando o que planejam para manter funcionando um SUS que, no Brasil dos últimos quatro anos, absorveu 4 milhões de pessoas que não puderam mais pagar plano de saúde.