Gravataí, Cachoeirinha e Viamão tem 1.389 notificações de casos de dengue entre dezembro de 2021 e maio deste ano. A Região Porto Alegre e Vale do Gravataí tem 5.721 registros.
São 348 em Gravataí (89.05 por 100 mil habitantes), 96 em Cachoeirinha (73.15/100 mil) e 945 (368.71/100 mil) em Viamão.
Dados desta segunda-feira de Gravataí confirmam 30 infecções.
Os três municípios, assim como a região, apesar de não registrarem nenhuma morte, aparecem com a descrição de “Infestados” no Painel de Casos da Dengue do RS. A Capital tem 4 óbitos.
– Nossa condição é melhor que a de Porto Alegre, mas estamos monitorando os números e intensificando o trabalho das equipes, principalmente, com relação à prevenção – diz o secretário da Saúde de Gravataí, Régis Fonseca.
Gravataí tem 44 agentes de combate a endemias, Cachoeirinha 14 e Viamão 66.
As ações feitas vão do bloqueio de transmissão, com a aplicação de inseticida por meio de nebulização espacial a frio, o ‘fumacê’; monitoramento quinzenas de pontos estratégicos, como cemitérios, borracharias, floriculturas, ferros-velhos e depósitos de material de construção; ‘bota fora’ em áreas de risco e levantamento rápido de índices para o aedes aegypti, além de ações educativas em escolas e uma campanha publicitária em andamento.
A orientação é para que, em caso de sintomas da doença, as pessoas procurem a unidade de saúde mais próxima.
Os sintomas são dor de cabeça, febre alta, dores musculares e nas articulações, manchas vermelhas na pele, dor atrás dos olhos, náuseas e dores abdominais. Em casos mais graves, pode haver hemorragia e perda de líquido.
– Reforçamos que é muito importante que as pessoas façam a sua parte, não deixando água parada, bem como seguindo todas as recomendações preventivas. Para eliminar a proliferação do mosquito, é fundamental a eliminação dos criadouros – alerta o secretário.
Ao fim, precisamos de cuidados redobrados, já que a dengue é também uma ‘doença do saneamento’. Ou melhor, da falta de saneamento. E Gravataí é a pior do RS, e uma das piores do país, em saneamento básico.
A especialista em saneamento ambiental Iene Figueiredo, professora da Escola Politécnica da Universidade Federal do Rio de Janeiro, um dos estados mais atingidos pela dengue, é uma das cientistas a apontar que a falta de saneamento facilita a proliferação do mosquito.
– Um ambiente não saneado atrai todo tipo de vetor. Falamos de rato, barata, mosca e também mosquito – disse em estudo publicado pelo Diário do Sudeste que mostra que áreas sem saneamento aumentam o risco de contrair dengue por facilitarem criadouros do Aedes aegypti.