Em mais uma edição do Sábado Lúdico do Jovem Negro, o Quilombo Manoel Barbosa promoveu a peça teatral “Negra, Sim!”, que tratou sobre a reflexão e a valorização da cultura afro-brasileira. Organizado pela Prefeitura de Gravataí, por meio das secretarias municipais de Governança e Comunicação Social (SGCOM), da Saúde (SMS) e da Educação (Smed), o evento ocorreu na Escola Municipal de Ensino Fundamental (Emef) Antônio Aires de Almeida, no bairro Sagrada Família.
– Trabalhamos e promovemos políticas públicas para a população negra o ano inteiro. Isso é fundamental para chegarmos à igualdade racial. Esta é uma das diretrizes do nosso governo – destacou o secretário municipal da Saúde, Régis Fonseca.
O secretário realçou, ainda, a importância da diretora da Emef, Aurelise Braun, para que a realização da peça fosse possível, bem como para a mobilização dos alunos na reflexão de temas atuais da sociedade.
Também organizada pelo Conselho de Promoção e Igualdade Racial, pelo Comitê Técnico de Saúde da População Negra, pela Assessoria de Políticas Públicas para o Negro – vinculada à SGCOM – e pela Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater), a atividade reuniu centenas de pessoas. Além da comunidade escolar, também estiveram presentes, os moradores do Quilombo Manoel Barbosa. Após a apresentação da peça, houve abertura para perguntas e debates sobre as posturas antirracistas e a discussão acerca da discriminação racial.
– Saímos encantados com a entrega e participação de todos, sendo que a maioria eram adolescentes e contribuíram para o bom andamento do enredo e as reflexões que ele provoca. Parabenizamos também toda equipe da prefeitura que selecionou a nós e a escola para realizarmos mais esta edição do projeto Sábado Lúdico do Jovem Negro. Juntos, acredito que regamos a sementinha da transformação social que já vem sendo plantada nestes jovens – ressaltou a artista Silvia Maciel, uma das participantes da peça.
De acordo com a integrante do Comitê Técnico de Saúde da População Negra e psicóloga Kátia Ferreira, o roteiro da peça mostra uma situação iniciada com crianças em uma vida de convívio entre elas, sendo, posteriormente, direcionado para a escola, onde há a reprodução de todo um contexto de discriminação.
– A história, dessa forma, segue mostrando formas mais sadias de lidar com o preconceito, desde a própria pessoa que sofre o racismo, até aquela que impetra esse tipo de discriminação, e, também, passando pelo contexto escolar de como lidar com esse tipo de diálogo na escola e nas famílias – salientou.
Entrega de talões rurais a famílias quilombolas
Além da peça teatral, a Emater, por meio dos representantes Vanessa Sperotto e Ederson Antunes, entregou talões rurais de produtor rural a nove famílias quilombolas, o que, segundo Kátia, terá um “impacto bastante significativo na vida dessas pessoas, especialmente, na melhoria da questão econômica, permitindo que seja promovida, de fato, a equidade”.
Há mais de duas décadas, a Emater, por meio de seu escritório municipal de Gravataí, presta assessoramento continuado à comunidade Manoel Barbosa. Durante este período, o trabalho de extensão rural foi importante para a garantia de direitos sociais e de inserção de políticas públicas à cidadania dos remanescentes de quilombos. Atualmente, 46 famílias residem no Quilombo Manoel Barbosa.
Localizada no bairro Barro Vermelho, a comunidade do Quilombo Manoel Barbosa é atendida e monitorada pela Unidade de Saúde da Família (USF) Santa Cecília. A equipe da unidade também promove, sempre que necessário, visitas domiciliares ao local. Além disso, realiza atividades de promoção da saúde para a comunidade.