3º NEURÔNIO

As 7 pragas que acompanham o Brasil de Bolsonaro

“Como as 7 pragas do Egito, estamos condenados a nos submetermos à escrotidão, ao imoral, ao abjeto, até que sejam purgadas as culpas da Justiças e da mídia”. Recomendamos o artigo de Luis Nassif, publicado pelo GGN


Converso com a moça católica, de uma cidade pequena do Sul de Minas. É educada, tem bons princípios, bons exemplos na família, mas é bolsonarista. Perdeu um irmão para a Covid por falta de vacina e por excesso de demora na fila do hospital. Nem isso mudou sua opinião, como não mudaram as cenas escabrosas de bolsonaristas invadindo o sacrário de Aparecida. Logo ela, católica de fazer caminhadas pela fé.

Ontem, a televisão dava a declaração do deputado bolsonarista, de que os universitários deveriam ser queimados vivos. E ela:

– Voto no Bolsonaro, mas não penso assim.

No dia-a-dia é gentil, tem alguns trabalhos beneficentes, educa bem os filhos. Qual a razão, então, do voto em Bolsonaro? 

Explicação simples:

– Nojo do PT! Votaria em qualquer um que fosse contra o PT.

De onde surgiu esse sentimento? Certamente não foi de nenhum membro da família saudoso da ditadura. Nem ela tem idade nem os pais tiveram qualquer posição mais radical em defesa da ditadura.

O seu antipetismo, que sustenta o voto em Bolsonaro, deve-se exclusivamente ao discurso de ódio iniciado em 2005 pela mídia e potencializado pela campanha da Lava Jato, a sequência de reportagens do Jornal Nacional mostrando os canos de onde saíam notas de dólares, as acusações diárias vazadas por repassadores de releases, o carnaval de jornalistas que cavalgaram as ondas do lavajatismo para vender livros e palestras.

E, no entanto, como boa bolsonarista e lavajatista, detesta a mídia. A mídia conseguiu esse feito: criou uma multidão de seguidores da Lava Jato, não dos jornais. As primeiras redes digitais nasceram do lavajatismo, com a mídia servindo apenas de mote para as campanhas digitais, com suas manchetes enviesadas.

Foi um curso recorrente e prolongado ensinando como odiar o PT e Lula. Hoje em dia, é um sentimento tão arraigado que, em nome do antipetismo, perdoam-se todos os erros, todos os crimes de Bolsonaro, as ligações com as milícias, com pessoas envolvidas com a morte de Marielle, as casas adquiridas com dinheiro vivo, as mansões compradas em Brasilia. Tudo é aceito porque a mídia encravou na cabeça do brasileiro o ódio intemporal a Lula e ao PT. E, por tabela, aos partidos políticos e à democracia. 

Ontem, o notório Demétrio Magnolli ousou berrar o óbvio na Globonews:

– Houve roubo na Petrobras, mas sem nenhuma participação de Lula.

Saudemos a verdade reestabelecida pela Globonews. Mas qual sua eficácia a esta altura do campeonato.

Como diz só agora O Globo:


Sabiam disso desde o início, mas a desumanização de Lula foi tão intensa, que procuradores da Lava Jato celebraram a morte de sua esposa, dona Marisa.


Não respeitaram sequer a morte do neto, sugerindo que deveria haver o mesmo tratamento dado por Dias Toffolli na morte do irmão de Lula: a autorização apenas para que o cadáver fosse levado à base aérea.


Era esse o clima de ódio de pessoas que perderam totalmente o senso de humanidade, que tornaram-se monstros morais. Qual a surpresa com o fim das regras morais em relação a Bolsonaro? 

Vera Magalhães, agora vítima do bolsonarismo ululante, difundia twitters ironizando o velório de dona Marise, insinuando que Lula o utilizaria para comício.

Foi a grande noite, que eclipsou o senso de humanidade deste país. Desde então, como as 7 pragas do Egito, estamos condenados a nos submetermos à escrotidão, ao imoral, ao abjeto, até que sejam purgadas as culpas da Justiças e da mídia.

Esperemos que um dia, perdoado de seus crimes, o país possa reencontrar o caminho da paz.

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