CULTURA

Com homenagem póstuma a Sirmar Antunes, está aberto oficialmente o 6º Festival de Teatro de Gravataí; Siga a programação

A cultura mostrou-se rejuvenescida na abertura do Festival de Teatro de Gravataí (FETEG). Após dois anos de distanciamento, a inclusão e a diversidade foram celebradas. A solenidade ocorreu no Quiosque da Cultura. O homenageado desta 6ª edição do evento é o ator gaúcho Sirmar Antunes (in memorian). O festival é uma realização da Prefeitura de Gravataí, por meio da Secretaria Municipal da Cultura, Esportes e Lazer (SMCEL), e do Sesc Gravataí.

Neste ano, o FETEG tem o propósito de estar, além do Teatro do Sesc, nas praças, nas escolas e em espaços alternativos.

Siga a programação clicando aqui.

– Normalmente, o teatro fica restrito ao Centro. Expandir para os bairros descentralizados é um marco para o festival e para as pessoas que terão acesso ao teatro de forma gratuita – destacou o prefeito Luiz Zaffalon. 

Além disso, o chefe do executivo municipal fez questão de destacar os investimentos que vêm realizando na Cultura, pois acredita que investir nesta área é investir na própria sociedade. 

– No início deste ano, a Prefeitura custeou R$ 120 mil para o desfile dos Acadêmicos de Gravataí (Onça Negra), no Porto Seco, que fez bonito. Estamos finalizando a construção do novo Centro de Eventos da cidade. Hoje mesmo, foram para licitação duas importantes obras públicas: a Casa de Cultura de Gravataí e o projeto de restauração do Museu Agostinho Martha. Estamos adquirindo o espaço do antigo cinema da cidade, que está localizado próximo ao Quiosque da Cultura, e entregaremos para a Cultura, que, com o devido projeto, adaptação e mobiliário, se transformará num teatro municipal. Além disso, o prédio da Prefeitura, onde fica o meu gabinete, é um prédio histórico da cidade. Eu vou deixá-lo e entregá-lo para a cultura. Assim, futuramente, se for por vontade do segmento cultural, transformaremos num museu – disse Zaffa.

A coordenadora de Artes Cênicas e coordenadora do Feteg, Izabel Cristina, falou sobre a emoção que envolve essa retomada.

– Falar sobre o festival é falar inevitavelmente de amor, dedicação, desejo, luta e garra. Está muito incrível a programação que conseguimos fazer nessa retomada. Sabemos o quanto foram difíceis dois anos de pandemia. Que possamos seguir fazendo arte do desassossego, da conexão e do afeto – disse.

– Esse festival tem sabor de resistência. Sabor de coragem de quem ousa realizar. Como disse Gilberto Gil, certa vez, cultura são todos os nossos gestos – disse Marcilene Forechi, presidente do Conselho Municipal de Política Cultural.

Plínio Mosca, do Conselho Estadual de Cultura, falou sobre a cultura como representação social da mais extrema capacidade política transformadora.

– Quanto vale um viaduto? Quanto vale a cultura? Quanto vale um poema? O Rio Grande do Sul tem, aproximadamente, 500 municípios, nem dez por cento destes têm festival de teatro. Parabéns a todos vocês que acreditam no poder da cultura – disse.

– Eu sou do circo. Tudo o que eu aprendi veio de festivais, convenções e de encontros. O circo não tem universidade. Temos que aprender um com o outro. Os festivais são de extrema importância para multiplicar conhecimento e experiências – disse Luciano Fernandes, presidente do Sated RS.

A gerente do Sesc de Gravataí, Rita Fagundes, agradeceu a oportunidade de participar da iniciativa e lembrou da importância da cultura no contexto social.

– O Sesc presenteou Gravataí com o melhor e maior teatro que temos em toda nossa estrutura. Por isso, o Sesc está sempre à disposição. Agradecemos à Prefeitura pela parceria. Convidamos a todos para que acompanhem a programação do festival e venham ao Teatro – disse.

– As conquistas estão a um passo de conseguirmos alcançá-las. Temos coisas boas chegando. O prefeito já sinalizou a sua vontade e, em breve, assim que algumas questões estiverem firmadas, vamos anunciar uma grande conquista para a cultura da nossa cidade – disse Leandro Ferreira, secretário da SMCEL.

A diretora do Instituto Estadual de Artes Cênicas (IEAcen), Gabriela Munhoz, discorreu sobre a atuação da entidade como apoiadora do festival.

– Eu tenho a alegria de poder dizer que conseguimos executar um projeto que contratou e fomentou o eixo formativo das Artes Cênicas do Estado. Para nós, enquanto secretaria, é um eixo muito importante nos Festivais de Artes Cênicas. Sei que este festival também entende assim. Só quem trabalha com cultura sabe a dor e a delícia que é esse ofício – disse.

A noite de abertura do FETEG encerrou com apresentação musical. O grupo Cavalgando o Vento (CoV), de Gravataí, apresentou em sua cantoria alguns dos personagens que integram os livros e o universo poético do Inventor do Vento, Carlos Albani. De quebra, ainda sopram uma singela homenagem às origens antigas do teatro e suas máscaras.


Sirmar Anunes é o homenageado do FETEG


O homenageado da 6ª edição do Festival de Teatro de Gravataí é o ator gaúcho Sirmar Antunes (28/10/1955 – 6/08/2022), que nos deixou aos 66 anos. Durante a solenidade, foi exibido, no telão do Quiosque da Cultura, um vídeo que contou um pouco sobre a trajetória do ator. A atriz Eulália Figueiredo realizou uma performance cantada, emocionando o público presente. A irmã do ator, Silvia Antunes, fez a leitura do poema que Sirmar fez especialmente para Gravataí.

Antunes destacou-se no teatro e no cinema do Estado. Ele era conhecido carinhosamente pela classe artística como “operário das artes”, pois desempenhou muitas funções, como iluminador e diretor, e também era considerado o símbolo dos Lanceiros Negros. Iniciou sua carreira artística como ator de teatro, nos anos 1970. Morou em São Paulo, onde trabalhou na TV Bandeirantes e na Casa Aberta Leide das Neves. Em 2010, recebeu a mais alta honraria concedida pelo Legislativo gaúcho, a Medalha do Mérito Farroupilha, por relevantes serviços prestados ao Estado na sua área de atuação.

No cinema, participou do elenco de obras como “O Dia que Dorival encarou a Guarda”, “Netto Perde Sua Alma” e “Lua de Outubro”. No 49º Festival de Cinema de Gramado, ano passado, recebeu o troféu Leonardo Machado, em reconhecimento à sua trajetória de quatro décadas na cena cultural gaúcha, com dezenas de papéis em projetos audiovisuais, entre séries, longas e curtas. Com quase 50 anos de carreira, Sirmar Antunes foi e segue sendo merecedor de toda admiração.

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