Secretário-adjunto, o gravataiense Dimas Costa (PSD) estreou representando a Secretaria de Esportes do Estado ao lado do governador Eduardo Leite (PSDB) e do vice Gabriel Souza (MDB).
Assista na SEGUINTE TV ao vídeo, feito no balanço da Operação RS Verão Total, na praia do Cassino, em Rio Grande.
Abaixo sigo.
Aproveito a brincadeira feita por Leite para fazer projeções sobre o futuro de Dimas, que diz que não é candidato a prefeito na próxima eleição.
Uma das projeções no meio político é que o ex-vereador será a aposta do governador à Prefeitura de Gravataí em 2024.
Inclusive pelo PSDB, cujas especulações são de que sairia do comando exclusivo do vereador Demétrio Tafras – hoje na base do governo Luiz Zaffalon (MDB) – e ganharia o reforço do vereador Clebes Mendes (MDB) e do ex-vereador Paulinho da Farmácia (MDB), ambos políticos ligados ao ex-deputado federal Jones Martins, que no MDB integra a ala do vice-governador sob o comando do ex-ministro Eliseu Padilha.
Inegável é que Dimas, nas urnas, é a principal liderança da oposição desde 2018; performance que detalhei em artigos como #DasUrnas | Dimas saiu das urnas como principal nome da oposição em Gravataí, mas perdeu de novo; É o teto do ‘nem-nem’? e Dimas já é secretário-adjunto de Esportes do RS; Quer ser ‘embaixador de Gravataí’ no governo Leite.
Uma candidatura do gravataiense pode fazer parte da estratégia de Leite para criar uma rede de apoio em grandes cidades para sua obsessão em disputar a Presidência da República em 2026.
Reputo os argumentos para essa articulação também podem ser analisados como um espelho de Alice.
Não poderia Dimas ser uma ‘moeda de troca’ do governador para atrair Zaffa e o casal Alba: Patrícia, deputada estadual reeleita e um voto que o governador ganharia na Assembleia Legislativa, e Marco, o ex-prefeito, Grande Eleitor e um ‘anti-Leite’ após o episódio da perda do Mercado Livre?
No segundo turno da última eleição presidencial o grupo que comanda a Prefeitura desde 2011 apoiou Onyz Lorenzoni (PL) ao Governo do Estado e Jair Bolsonaro (PL) à Presidência da República.
Ideologicamente não seria incompatível uma aproximação com Leite em um projeto nacional.
E, ao pragmatismo implacável de Marco Alba, Leite – se até 2024 contar com a fidelidade de Dimas – pode garantir que seu secretário não se una ao ex-prefeito Daniel Bordignon (PT) em uma frente de esquerda, cujas probabilidades analisei em Bordignon e Dimas ‘bateram uma chapa’.
Ao fim, são leituras possíveis para uma eleição que já começou, ainda sem a definição de quem será o – já favorito – ‘candidato oficial’, se Zaffa, à reeleição, se um retorno de Marco para não arriscar ficar quase uma década sem mandato, ou mesmo do vice-prefeito Dr. Levi Melo (sem partido), eternamente na fila; dilema que analisei em artigos como As ‘chaves da cidade’ nas mãos de Zaffa e Marco Alba em Gravataí; A sucessão e Sucessão em Gravataí: problema não é entre Zaffa e Marco Alba por candidatura a prefeito. Pode ser Dr. Levi; O biquíni da eleição.
Fato é que Dimas já experimenta o doce, mas também amargo, sabor de ser governo. Hoje responde pelo governo Leite em Gravataí, seja isso bom ou ruim.
No vídeo, alcança o boné para o governador. Se em 2024 receberá de volta uma coroa de candidato, ou de espinhos, aguardemos.
Como a política de Gravataí é pródiga em Grandes Lances dos Piores Momentos, lembro mais uma vez Millôr, e o ‘Ser Político’, entidade que transcende esquerda, direita ou nem-nem:
Ser político é engolir sapo e não ter indigestão, respirar o ar do executivo e não sentir a execução, é acreditar no diálogo em que o poder fala e ele escuta, é ser ao mesmo tempo um ímã e um calidoscópio de boatos, é aprender a sofrer humilhações todos os dias, em pequenas doses, até ficar completamente imune à ofensa global, é esvaziar a tragédia atual com uma demagogia repetida de tragédia antiga, é ver o que não existe e olhar, sem ver, a miséria existente, é não ter religião e por isso mesmo cortejar a todas, é, no meio da mais degradante desonra, encontrar sempre uma saída honrosa, é nunca pisar nos amigos sem pedir desculpas, é correr logo pra bilheteria quando alguém grita que o circo pega fogo, é rir do sem-graça encontrando no antiespírito o supremo deleite desde que seu portador seja bem alto, é flexionar a espinha, a vocação e a alma em longas prostrações ante o poder como preparação do dia de exercê-lo, é recompor com estoicismo indignidades passadas projetando pra história uma biografia no mínimo improvável, é almoçar quatro vezes e jantar umas seis pra resolver definitivamente o problema da nossa subnutrição endêmica, é tentar nobremente a redistribuição dos bens sociais, começando, é natural, por acumulá-los, pois não se pode distribuir o pão disperso, e é ser probo seguindo autocritério. E assim, por conhecer profundamente a causa pública e a natureza humana, estar sempre pronto a usufruir diariamente do gozo de pequenas provações e a sofrer na própria pele insuportáveis vantagens.
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