Se o PT voltar à Prefeitura, vai trocar o dia do aniversário de Gravataí.
Bobagem minha essa manchete?
Sim e não.
Bobagem, admito sim, se lideranças do partido cometessem uma rotina de críticas, e/ou apresentassem soluções, para falhas, e há muitas, reconhecidas pelos próprios prefeitos, Marco Alba e Luiz Zaffalon, nos governos do MDB, que governa desde 2011 e 2012 – com os falecidos Nadir Rocha e Acimar da Silva.
Bobagem não, quando a ex-prefeita Rita Sanco usa o 8 de abril, data na qual se comemorava o aniversário de Gravataí, e foi alterada por Marco Alba, como uma crítica que ocupou em suas redes sociais espaço maior que outras posições suas sobre a política de Gravataí.
(Para quem não sabe da troca de data do aniversário, leia Gravataí 142 anos: a cidade dos dois aniversários)
Salvo engano, pouco há sobre Gravataí nas redes sociais de Rita e do ex-prefeito Daniel Bordignon, para além de compartilhamentos de posts de outros políticos sobre a política estadual ou nacional.
O que pensam sobre o bolsonarismo aldeano, aposto poucos sabem.
Sobre Rita se sabe um pouco mais, porque a cada 15 de outubro, Dia dos Professores!, data que cruelmente marca o golpeachment que sofreu junto ao vice Cristiano Kingeski, procuro-a para uma entrevista – e a professora sempre me atende.
Bordignon, ‘Grande Eleitor’ de Sérgio Stasinski em 2004, de Rita em 2008 e, por 2001 votos, quase, de Rosane Bordignon, na eleição suplementar de 2017, é avesso a entrevistas; poucas me concedeu – respeito suas estratégias, mas sempre instigo, como se faz com amigos que você sabe tem o que ensinar para o mundo, e análise sobre sua volta para casa fiz, e talvez explique a ‘timidez’, em A volta de Bordignon é a melhor coisa para o PT de Gravataí.
Em “Para tirar o bolsonarismo da prefeitura”; PT inicia debates sobre eleições 2024 em Gravataí, o jornalista Luis Felipe Teixeira revelou na semana passada, com exclusividade em seu Poder 24H, que o partido que governou o município entre 1997 e 2011 reuniu a direção local “para debater o cenário para as eleições municipais de 2024”.
Reproduzo trechos do artigo e, abaixo, sigo.
“(…)
Contando com as presenças de dois ex-prefeitos, Daniel Bordignon e Rita Sanco e os dois últimos candidatos do partido à prefeitura, Valter Amaral e Jairo Carneiro, a reunião deliberou e encaminhará ao Diretório que o PT busque aproximação com “todos os partidos que estejam ao lado da democracia e contra o fascismo”, assim foi divulgado nas redes do partido.
Na divulgação da reunião há ainda uma mensagem do presidente do partido, Alex Borba dos Santos.
– Precisamos unir forças contra a política bolsonarista que tomou conta da Prefeitura de nossa cidade.
Assim como acontece em Porto Alegre, o PT utilizará a estratégia de combater o bolsonarismo na prefeitura, já que tanto Sebastião Melo, prefeito de Porto Alegre, quanto Zaffalon, prefeito de Gravataí, são bolsonaristas assumidos.
(…)”
Reputo Felipinho, além da provocação final a Zaffa, ‘bolsonarista assumido’, anuncia um PT de Gravataí aberto ao lulismo; a ir além dos vetos de sempre, no caso de Gravataí, aos que cassaram Rita – seja isso bom, ou ruim.
Além do PSB do vereador Paulo Silveira, e de Alckmin; do PDT do vereador Thiago De Leon e do PSD da vereadora Anna Beatriz da Silva e do secretário-adjunto dos Esportes do Estado, Dimas Costa, irá o PT de Gravataí além: até o PV, partido da federação que ajudou a eleger Lula, e que há quase uma década tem como presidente estadual o gravataiense Márcio Souza, que, em meio a processo de expulsão do PT, votou a favor da cassação de Rita, e tem desde o dia 5, como presidente, Calebe Guimarães, um dos ideólogos do ex-prefeito Sérgio Stasinski? Vai mais, até o União Brasil, do vereador Cláudio Ávila, que apresentou a denúncia do impeachment?
Ao fim, volto à provocação do artigo: o jornalista Luis Felipe Teixeira noticiou que o PT quer unir todos que são contra o fascismo e o bolsonarismo em Gravataí. Talvez essa gente queira saber mais sobre o que pensam e fariam diferente Rita e Bordignon – em uma analogia aldeana: ‘Lula e Dilma’ – em uma comparação com os governos Marco e Zaffa. Inclusive, talvez, aqueles que, no Breno Garcia, por exemplo, onde Lula ganhou, nem saibam o que significa ‘fascismo’.
Arrisco dizer que, para o povo, aniversário que importa é o dos boletos.