Confirmou-se nesta segunda-feira o que antecipei há 10 dias: o vice-prefeito, Delegado João Paulo, pediu a cabeça do vereador e secretário de Segurança Marco de Barbosa, como consequência da disputa pela presidência do PP de Cachoeirinha.
Detalhes sobre o racha, que teve como principal fator a filiação do grupo de Juca Soares, vereador cassado sob suspeita de ter a campanha financiada pelo irmão que comandaria uma das maiores facções gaúchas, estão nos artigos Vice-prefeito Delegado não nega ter pedido demissão de secretário Marco Barbosa; A bala achada no prefeito Cristian após a crise da filiação de Juca no PP de Cachoeirinha., Ex-vereador cassado Juca Soares no PP de vice-prefeito, que é delegado, e de secretário da segurança, que é policial civil, consagra o princípio da presunção de inocência em Cachoeirinha, “Juca é filiação do Delegado”, diz Marco Barbosa, Vice-prefeito de Cachoeirinha, Delegado detona: “Marco Barbosa já respondeu processo-crime, me surpreende levantar suspeitas sobre idoneidades”. Vereador responde: “Se uniu ao que combatia”; As armas e a bala achada e EXCLUSIVO | A entrevista-bomba de Juca: “Temi por minha vida, fui abandonado por políticos e tentaram me comprar”; Vereador de Cachoeirinha cassado e preso por mais de um ano por suposto envolvimento com facção se defende e faz acusação.
Vamos aos bastidores da demissão.
Para mitigar a crise no governo, o prefeito Cristian Wasem (MDB) articularia uma demissão menos traumática em encontro em sua casa, com Delegado e Barbosa, na noite do feriado de 1º de maio.
Porém, na madrugada, o filho do vereador foi internado como sobrevivente de um grave acidente que resultou em duas vítimas fatais, na Av. Dorival de Oliveira; o que reportei em Filho de vereador e secretário de Segurança de Cachoeirinha é internado em estado grave após acidente com duas mortes na Av. Dorival, em Gravataí.
A demissão foi suspensa devido à tragédia familiar do político.
Nos dias seguintes, a saída foi negociada. Marco aceitaria entregar o cargo, mas reivindicava que o PP garantisse uma carta de liberação do partido para ele e seu suplente, Uilson Droppa.
O documento seria uma garantia de que o PP não buscaria recuperar judicialmente os mandatos por infidelidade partidária, já que a janela para troca de siglas abre apenas em março do ano que vem.
Com a fidúcia do prefeito, a proposta teria sido aceita pelo Delegado, que agora será reeleito presidente sem disputa, e por Marco, que já retorna à Câmara de Vereadores nesta terça-feira, mantendo-se na base do governo e sem entregar seus 10 cargos de indicação política na Prefeitura.
Ao fim, deu-se assim o acordo, de forma pragmática; e mostrando que o Delegado tem uma força do tamanho que representaria um rompimento com o prefeito, e uma candidatura sua, para os planos de reeleição de Cristian em 2024.
Ah, e claro: experimentamos mais uma prova de que a política não tem coração por mais de uma semana.