CICLONE

Ciclone: Áreas alagadas demandam cuidados redobrados para evitar contaminação por leptospirose; Vigilância Sanitária dá dicas de prevenção

A exemplo de diversas cidades do Rio Grande do Sul, Gravataí foi fortemente atingida pelo ciclone extratropical da madrugada da última sexta-feira, 16.

Com as chuvas, a ocorrência de alagamentos e enchentes também traz o perigo da contaminação por leptospirose, doença infecciosa causada por uma bactéria presente na urina de ratos e de outros animais e que é transmitida por água contaminada, especialmente se houver algum arranhão ou ferimento à pessoa exposta.

Os sintomas da doença geralmente aparecem de cinco a 14 dias após o contato com a urina ou a água contaminada, mas podem ocorrer até 30 dias depois da exposição aos alagamentos.

Entre eles, estão febre, cefaleia (dor de cabeça), cansaço, fraqueza, náuseas, vômitos e dores musculares, principalmente na panturrilha. Nas formas mais graves, podem ocorrer icterícias (olhos e pele amarelados) e sangramentos. 

A coordenadora da Vigilância em Saúde (Viemsa), Vanessa Prates, reforça que, em caso de sintomas, deve-se procurar atendimento médico imediatamente em uma das unidades de saúde municipais. Tendo em vista que a bactéria Leptospira é muito resistente, o risco de contaminação não desaparece quando baixa o nível da água, pois ela continua ativa nos resíduos úmidos por bastante tempo.


O QUE VOCÊ PRECISA SABER

A Viemsa alerta sobre cuidados para prevenir o risco de contaminação por leptospirose, como não jogar lixo no chão, pois pode haver entupimento de bueiros e canos de esgoto.

Além disso, deve-se atentar para outras medidas, tais como:

: Consumir água potável;

: Evitar banhos em lugares de enchentes;

: Realizar a limpeza periódica de caixas d’água, de forma a manter casa e terreno limpos e evitar acúmulo de resíduos;

: Manter alimentos acondicionados, fora do alcance de roedores;

: Não pescar em locais contaminados (açudes, leitos de arroios);

: Usar botas ao andar em zonas alagadas ou com lama;

: Usar luvas ao limpar caixas de gordura, mexer na terra ou trabalhar com material de reciclagem;

: Guardar o lixo em latões fechados, para coleta antes de o lixeiro passar

O que fazer caso o contato com água contaminada for inevitável

Para muitos gravataienses, o último final de semana foi marcado pela reconstrução e pela avaliação dos danos causados pelo forte temporal. Ainda conforme a Viemsa, se o contato com água contaminada não puder ser evitado, a única forma de reduzir riscos à saúde é permanecer o menor tempo possível em contato com essa água. 

Se a enchente inundar as residências, após as águas baixarem será necessário lavar e desinfetar o chão, as paredes, os objetos caseiros e as roupas atingidas com água sanitária, na proporção de quatro xícaras de café para um balde de 20 litros de água. Depois, enxaguar o ambiente e objetos com água limpa.

Todo alimento que teve contato com água contaminada deve ser jogado fora, pois pode haver o risco de transmissão da doença.

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