A Prefeitura de Cachoeirinha vai gastar R$ 25 mil na compra de dois smartphones e carregadores. A referência é o Apple iPhone 14 Pro Max, cotado na licitação em R$ 12.400 cada aparelho.
A autorização foi dada pelo prefeito Cristian Wasem (MDB) por meio do pregão eletrônico 122/2023, lançado em 30 de maio e com abertura de proposta em 13 de junho.
Conforme as justificativas do Termo de Referência os aparelhos são “imprescindíveis para os planos de trabalho dos setores de comunicação e assessoria do Prefeito”.
“É essencial que se adquira o modelo mais atual do mercado”, diz o documento.
Clique aqui para ver a íntegra da descrição das compras solicitadas.
Assim como critiquei a Prefeitura pelo gasto em Prefeito Cristian pagou R$ 100 mil por transmissão do Balanço Geral nos 57 anos do município; A ‘Pobre Cachoeirinha!’ e o Brejal dos Guajás, reputo mais um dos ‘Dos Grandes Lances dos Piores Momentos’ para a ‘Pobre, Cachoeirinha!’, onde tapa-buraco é obra.
Insisto: parece-me aquela família mal das pernas financeiramente que, ao comemorar o aniversário da criança banca uma boca-livre para adultos com a intenção de restar ‘bem falada’ entre gente que vai reclamar se era Pepsi ou Coca na mesa.
Vale também a lembrança do artigo anterior, sobre a ‘resenha’ do Millôr sobre Brejal dos Guajás, ‘obra’ do Sarney.
1) Sobre Brejal dos Guajás, de José Sir Ney, li entusiásticas opiniões de luminares da cultura literária: “Uma nova vertente da literatura do Nordeste”. Carlos Castello Branco. “Grande escritor”. Josué Montello. “Lamento que José Sarney não dedique todo seu tempo à literatura”. Alçada Baptista. Por isso reli Brejal. Conclusão imediata: não se trata de má ou péssima literatura. Não é caso de crítica literária. É caso de impeachment.
2) O livro não tem uma só frase que não seja errada em si mesma ou incoerente em relação às outras. Perto da estrutura de Brejal dos Guajás, os personagens da Escolhinha do Professor Raimundo, do Chico Anísio, são obras-primas de criação psicológica, heróis de Guerra e Paz.
3) O Brejal só pode ser considerado um livro porque, na definição da Unesco, livro “é uma publicação impressa com um mínimo de 49 páginas”. Dizem os íntimos que, depois de 20 anos de esforço, Sir Ney conseguiu afinal chegar à página 50, e gritou pra dona Kyola: “Mãiê, acabei!”.
4) Brejal tem mais solecismos do que concordâncias, as idéias nunca se completam e sempre se contradizem. A cidade onde acontece a história não tem escolas, mas tem professores e alunos, não tem telégrafo, mas transmite e recebe telegramas, não tem edifícios públicos, mas tem prefeito, prefeitura, juizado de casamentos, dois cartórios, ostenta força policial de pelo menos 12 homens (relativamente o Rio teria que ter meio milhão de policiais), é dominada por dois primos “de pais diferentes!!!”, só tem duas ruas (uma impossibilidade urbanística), tem duas orquestras, e comporta ainda mercado, lojas e igreja matriz. Essas duas espantosas ruas de apenas 120 casas abrigam uma população de 12.683 pessoas (105 pessoas por casa). O verdadeiro baião do maranhense doido!
5) Brejal dos Guajás é um desses livros que quando você larga não consegue mais pegar.
Sigo eu.
Comprados, que os aparelhos sejam bem usados para comunicar serviços à comunidade e não para promoção pessoal do prefeito e alimentação de conteúdo de comunicadores amigos.
Recomendo também que sejam bem guardados. Esses dias sumiram imensas lousas digitais de dentro da Prefeitura; o que virou caso de polícia. Inegável é que iPhones de R$ 12,4 mil são bastante visados.
Resta a ‘Pobre Cachoeirinha!’ com uma década de malfeitos, impeachments, golpeachments, cassações, facções, e agora ciclone!, mas para mim ainda não é Brejal dos Guajás.
Ao fim, não é ilegal e é zero zero zero após a vírgula no Orçamento Municipal de meio bilhão, mas avalio uma prioridade errada, um mau sinal para comunidade, ao menos até as coisas melhorarem no município.