Incoerência, temos na Câmara de Gravataí, na aprovação do Projeto de Lei 43/2023, do Poder Executivo, que “autoriza a alteração do PPA 2022-2025, da LDO 2023 e da LOA 2023 com a abertura de créditos especiais”.
Reputo ao menos entre os vereadores da oposição que criticam a compra do campus da Ulbra para instalação da Prefeitura; leia sobre a negociação em O grande negócio de Zaffa ao ‘comprar a Ulbra’ para transferir a Prefeitura de Gravataí.
Na sessão de quinta-feira foi aprovada – por unanimidade – a proposição que disponibiliza R$ 2,3 milhões para o legislativo comprar a área anexa para ampliar sua sede na Av. José Loureiro da Silva, 2597, Centro.
A incoerência resta na forma de avaliação da área. Em um exercício de lógica, se foram feitas críticas à precificação dos R$ 20 milhões que o governo Luiz Zaffalon aceitou pagar pela Ulbra, por que só se ouve o som do silencio na liberação dos recursos para a Câmara, que usa o mesmo modelo para avaliar a área lindeira em R$ 2,3 milhões?
Se alguém votou a favor sem ler o PL 43, me avise, que atualizo este artigo. Acontece – apesar de, considero eu, um erro condenável em um projeto de R$ 2,3 milhões.
Ao fim, desvelo a incoerência na votação, sem entrar no mérito da obra na Câmara, a qual vou estudar, e da compra da Ulbra, que elogiei, mas a partir de novas informações – principalmente o gasto necessário para reformas e contrariedades no instituto de previdência em participar do negócio – ainda estudo.
Conjuro Marx, o Groucho.
“Ao contrário de outros problemas, os homens públicos que se apresentam não nos oferecem grandes dificuldades de interpretação – ouviu um, ouviu todos. Mas logo surge a primeira especulação; se todos se parecem tanto, como selecionar um para herói de nossas esperanças? Simples: olhando e escutando melhor. Aos poucos você descobre tiques, maneirismos, vocábulos preferidos, ideias remordidas, e percebe que tudo que lhe parecia exatamente igual é oceanicamente dissemelhante. E percebe algo paradoxal: um homem público pode até não diferir nada dos outros, mas é profundamente diferente de si mesmo, dependendo do dia, da hora e da pragmática. O ministro inflacionário de hoje pode ser o radical deflacionário de amanhã e o pária de agora pode ser o impoluto exigidor de desculpas da nação, na hora seguinte. Portanto, para escolher seu homem público cult, examine primeiro: 1) Se você escuta realmente o que escuta. 2) Se você não é alérgico a determinadas vozes. 3) Se ao ouvir as sublimes promessas do homem público você não está sendo atrapalhado pelo banheiro da vizinha”.