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Audiência pública: avança Parque Ambiental que projeta solução para o lixo metropolitano; Investimento é de 200 milhões, 5 mil empregos e mais de 10 milhões anuais para Gravataí

Resta aprovado pela Prefeitura o Estudo de Impacto de Vizinhança (EIV) para um ambicioso investimento de mais de R$ 200 milhões que projeta transformar Gravataí na ‘capital’ da destinação sustentável de resíduos diversos no Rio Grande do Sul, posicionando o estado em destaque nacional no segmento de gestão de resíduos.

Situado na Estrada Abel de Souza Rosa, distrito Costa do Ipiranga, o Parque Ambiental Gravataí, do Grupo Centauro, está localizado em área ambientalmente adequada e de sensibilidade ‘muito baixa’, conforme evidenciado no ‘Mapa de Diretrizes para o Licenciamento Ambiental de Aterros Sanitários no Estado do RS’, referenciado pela Fepam, responsável pelo licenciamento de aterros sanitários.

Uma audiência pública de 3h na noite desta segunda-feira, no auditório do novo Centro Administrativo Municipal, apresentou o estudo, classificado como de baixo potencial de risco, sobre o empreendimento que apresenta tecnologia para a gestão integrada de resíduos urbanos, industriais, da construção civil, da saúde e eletrônicos; além da geração de energia limpa e renovável.

– A aprovação do estudo comprova a viabilidade do projeto desenvolvido desde 2019 a partir de muita pesquisa e inovação, envolvendo um corpo técnico de mais de 40 profissionais do Grupo. A partir de agora cada atividade terá seu licenciamento individual, conforme competência estadual e municipal. A legislação brasileira é uma das mais rigorosas do mundo, o que garante toda segurança ambiental – observou o sócio-diretor do Grupo Centauro, Diego Soares Núñez, que informou que, antes mesmo da operação completa, o Parque Ambiental já investiu 20% do orçamento projetado para apresentar um empreendimento com tecnologia de ponta em sustentabilidade.

Diego citou declaração do governador Eduardo Leite, em entrega de licença da Fepam, para diferenciar o aterro sanitário previsto no projeto de um ‘lixão’ com impacto ambiental, mau cheiro e riscos de contaminação de lençóis freáticos e explosões:

– Ninguém quer falar de lixo, não é um assunto que atrai, mas precisamos dar o correto tratamento para os resíduos que inevitavelmente são gerados pela sociedade. Fui prefeito e entendo como um investimento como esse traz benefícios não só para o meio ambiente, mas também para a economia da região e para a saúde da população.

São projetados no Parque Ambiental até 1.000 empregos diretos e 4 mil indiretos, com uma movimentação de R$ 30 milhões anuais em salários.

Considerando as operações desenvolvidas pelo grupo e as que serão implantadas no complexo industrial de resíduos, a economia de custos logísticos para Gravataí é projetada em cerca de R$ 7 milhões ao ano – hoje o lixo do município percorre 234 Km até o destino, em Minas do Leão –, além de um ganho anual de R$ 6 milhões em impostos municipais, considerando-se apenas a operação de resíduos urbanos. Para o RS são projetados R$ 20 milhões/ano em ICMS.

O projeto teve o aval de Executivo e Legislativo, na audiência pública.

– Com um olho no caixa e outro no meio ambiente, não tenho como não apoiar. O projeto mostra que é possível dar o destino ambientalmente correto aos resíduos sólidos – disse o prefeito de Gravataí Luiz Zaffalon, lembrando que o Grupo Centauro instalou em Gravataí a primeira estação de tratamento de chorume do Rio Grande do Sul, evitando a necessidade de transporte do ‘líquido do lixo’ em carretas até Santa Catarina.

A Estação de Tratamento de Chorume da EGTE é um cartão de visitas da expertise do grupo Centauro no campo ambiental, inaugurada em dezembro de 2020 junto ao Santa Tecla, aterro controlado já extinto e em processo de recuperação ambiental monitorado pela Fepam e pelo Ministério Público.

Somente a título ilustrativo, hoje a geração de chorume no estado é equivalente ao volume de 300 piscinas olímpicas por ano e até então não havia uma solução local para este tratamento especializado.

O vereador Dilamar Soares, presidente da Frente Parlamentar da Câmara que acompanha a instalação do parque e a destinação de resíduos sólidos em Gravataí, destacou o potencial do projeto para gerar energia – e recursos – a partir do lixo, cuja destinação custa R$ 40 milhões ao ano para a Prefeitura.

Em termos de recuperação dos resíduos urbanos, para efeitos comparativos, Gravataí, o RS e o Brasil, reciclam em média 3% do lixo, enquanto a Alemanha, Áustria e Coreia do Sul superam 50%.

De acordo com o grupo Centauro, a triagem mecanizada a ser implantada no parque ampliará significativamente o reaproveitamento dos resíduos, considerando os recicláveis que passariam para 10% – 12%, o CDR (combustível derivado do resíduo) que agregaria mais 25%, além dos orgânicos, cuja massa seria reduzida através do processo de biodigestão, com a produção de fertilizantes e energia.

A economia para municípios da região com a destinação do lixo é calculada em R$ 13 milhões, em virtude da proximidade do parque dos centros urbanos, com redução substancial dos custos logísticos de destinação dos resíduos sólidos urbanos, já que a maior parte dos municípios transporta seus resíduos a distâncias superiores a 100 km de seus respectivos eixos de geração.

Adicionalmente, o parque trará economias logísticas relevantes por concentrar destinações finais de resíduos distintos em um mesmo local, evitando assim um novo transporte até a destinação adequada, após a triagem dos materiais.

Presente na audiência pública, Jairo Jorge, prefeito de Canoas, município que com a redução de 204 km para 30 Km no destino do lixo poderia economizar quase R$ 5 milhões, também saudou o projeto.

– Acaba com um monopólio. É um sopro de esperança para o problema do lixo nos municípios da região metropolitana – disse.

A audiência também teve a presença de nove secretarias municipais envolvidas na análise do estudo, do vice-prefeito Dr. Levi Melo, do secretário estadual de Esportes Dimas Costa e dos vereadores Anna Beatriz da Silva, Cláudio Ávila, Clebes Mendes e Demétrio Tafras, além de empresários, ambientalista e moradores da região.

Frente à preocupação manifestada por moradores da região na abertura para questionamentos, o engenheiro civil Lucas Rangel, da Hydro Data, empresa responsável pelo Estudo de Impacto de Vizinhança aprovado pela Prefeitura, explicou que a pesquisa demonstrou cientificamente o “baixo potencial de risco” do empreendimento, que além de 54 hectares de reserva permanente, resguarda duas áreas de preservação ambiental e uma proteção vegetal em todo o entorno de 10 quilômetros.

Você acessa o EIV completo clicando aqui.


O que prevê o Parque Ambiental


O Parque Ambiental projeta um aterro sanitário “com o que há de mais avançado na tecnologia global para o tratamento, valorização e disposição de resíduos e geração de energia renovável, aliado a um modelo de gestão eficaz, com garantia de processos alinhados a legislação vigente, seguindo rigorosamente os aspectos sociais de proteção ao meio ambiente e à saúde pública”.

A unidade de resíduos urbanos contempla ainda planta de triagem mecanizada de larga escala, capaz de recuperar até 50% dos resíduos recebidos; central de tratamento de efluentes para tratar a totalidade do chorume oriundo da decomposição dos rejeitos, além de tratar efluentes industriais e fossas sépticas, devolvendo água de reuso à natureza; e com uma usina termelétrica a biogás, com potencial de gerar energia limpa, através do biogás produzido na decomposição de matéria orgânica, suficiente para o abastecimento de 40.000 casas populares, equivalente ao plantio de mais de 10 milhões de árvores.

O projeto também conta com uma unidade de resíduos da construção civil e com as unidades de resíduos industriais, da saúde e eletrônicos, em fase de condução dos estudos ambientais, além de sistema solar com capacidade instalada para gerar a totalidade da energia consumida em suas atividades de varejo, colocando-se entre os 10 maiores sistemas da região Sul do país, sendo cerca de 2/3 da energia produzida no próprio parque ambiental e destinada a seu autoconsumo remoto.

O projeto prevê ainda um espaço para atrair até 30 empresas com atuação ambiental, em lotes de 2 mil metros quadrados numa área inicial de 60 mil metros quadrados denominada de ‘complexo industrial de resíduos’, a 3km da ERS-118; que teriam no Parque Ambiental a destinação correta de seus resíduos/efluentes ou a fonte fornecedora de insumos de suas respectivas cadeias produtivas, contando com a minimização de custos logísticos em virtude desta proximidade e o apoio da consultoria ambiental especializada do grupo.

Projeta-se, também, um hub tecnológico que proporcionará o auxílio na estruturação, alojamento e até mesmo no financiamento das chamadas ‘cleantechs’, ‘startups verdes’ de tecnologia do setor ambiental; e a conexão com meio acadêmico e empresarial nacional e internacional de modo a promover um ecossistema favorável para o florescimento de novas ideias na cadeia de resíduos, a partir da disponibilização do campo de trabalho para a pesquisa e desenvolvimento, além da capacitação profissional dos colaboradores do parque.

– Será o primeiro complexo de gestão integrada de resíduos do país planejado desde a sua concepção – disse ao Seguinte: o consultor ambiental Alexsandro Ribeiro, ex-diretor da CRVR e sócio-diretor da Movimenta Soluções Corporativas, que presta serviços ao grupo Centauro, que, por sua vez, apresenta em seu portifólio a solidez de atuar no país há 50 anos nas áreas de limpeza urbana, serviços terceirizados, saneamento, varejo e no mercado imobiliário, com mais de 2 mil colaboradores.

– Chama-se Parque Ambiental porque une práticas sustentáveis ambientais, sociais e econômicas, cumprindo tudo que exige a lei da Política Nacional de Resíduos Sólidos (‘PNRS’). Há todo um cercamento vegetal, cuidados com poluição olfativa, sonora e visual, vasta malha de drenagem de chorume, biogás e águas pluviais, sistemas de impermeabilização, além de equipamentos para controle geotécnico e de monitoramento de qualidade do ar e de águas subterrâneas, dentre outras medidas protetivas – resumiu o consultor.


Assista ao vídeo produzido na audiência pela SEGUINTE TV

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