Um ‘decreto catástrofe’, que adie o recolhimento de impostos, o pagamento da previdência e de precatórios, aos moldes de decreto da pandemia, foi o apelo do prefeito Luiz Zaffalon, ao receber em seu gabinete no Centro Administrativo de Gravataí os ministros Waldez Góes (Integração Nacional) e Paulo Pimenta (Comunicação), além do secretário nacional de Proteção e Defesa Civil, Wolnei Wolff Barreiros.
O alívio financeiro poderia chegar a R$ 10 milhões no ano, mesmo valor estimado para reconstrução dos prejuízos das inundações em um município que não foi tão atingido quanto os vizinhos.
O cálculo é de que, em retorno de ICMS, Gravataí tenha perdas de R$ 40 milhões. Na pandemia da covid foram R$ 50 milhões. Só a GM parada responde por R$ 5 milhões, ou uma ‘Ponte do Parque’, a menos por mês em arrecadação.
Os ministros, que chegaram acompanhados dos ex-prefeitos Daniel Bordignon e Sergio Stasinski, do vereador Paulo Silveira e da presidente do sindicato dos professores Vitalina Gonçalves, confirmaram a disponibilidade de R$ 500 mil em ajuda humanitária para liberação imediata, assim como em Cachoeirinha; leia em Ministros em Cachoeirinha: estão disponíveis 500 mil em ajuda humanitária imediata para socorrer flagelados do município; A burocracia de catástrofe.
Os recursos serão usados para manter os 35 abrigos públicos e voluntários, agora impossibilitados de manter seus serviços normais, como ctgs e clubes, e com contas, como de luz e água aumentando pelo recebimento de mais de duas mil pessoas, apenas 150 de Gravataí (a maioria na escola Olenca Valente, na Vila Rica, um dos bairros mais alagados); leia sobre a ‘ilha do bem’ em Gravataí é uma ilha em meio ao Grande Rio da Região Metropolitana. Uma ‘ilha do bem’; entenda o cenário.
– Os ministros ficaram impressionados com o número de abrigados de outros municípios – disse Zaffa, ao Seguinte:.
Góes e Pimenta informaram que a partir da semana que vem o governo Lula começa a anunciar medidas econômicas para aliviar o caixa de municípios gaúchos atingidos pelas inundações.
O prefeito calcula que, se as chuvas não aumentarem de intensidade, famílias evacuadas de bairros alagados, como Vila Rica, São Judas, Vale Ville e Parque dos Anjos, podem retornar às suas casas em até 5 dias.
Remoções definitivas de famílias já são apontadas em estudos preliminares do Plano de Drenagem Municipal, contratado pelo governo municipal para ser entregue até setembro. São calculados pelo menos R$ 300 milhões em investimentos; leia em Obras anti-alagamento custam investimento dos últimos quatro anos em toda Gravataí; Você está pronto para essa conversa?.
– Só para construção de um dique no São Judas seria preciso remover 50 famílias. Mas não é possível retirar toda região da Vila Rica. É preciso construir casas de bombas. Ali, por exemplo, cujo nível fica abaixo do arroio Barnabé. Hoje Gravataí não tem nenhuma casa de bombas. Se tivesse, já teríamos tirado toda água – exemplifica.
Após a visita ao prefeito, a comitiva de ministros foi até abrigo na igreja matriz Nossa Senhora dos Anjos, no Centro.
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