O União Brasil, partido que tem como poderoso chefão o polêmico vereador Cláudio Ávila, quer apoiar a reeleição de Luiz Zaffalon (PSDB). Falta apenas o aceite do prefeito.
Reproduzo material enviado pelo partido ao Seguinte: após a reunião que definiu um indicativo de apoio.
Abaixo, concluo.
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Na noite do dia 29/05, com o auditório do Intercity Hotel lotado, a direção do União Brasil, os 22 pré-candidatos e demais lideranças, aprovaram indicativo de apoio a pré-candidatura do atual prefeito de Gravataí, Luiz Zaffalon e do seu Vice, Dr. Levi.
Em discussão sobre as candidaturas postas no cenário político da cidade, a sigla entende que as realizações do atual governo na cidade e os projetos em andamentos representam, indiscutivelmente o melhor projeto para Gravataí. O Presidente Luís Fernando da Gráfica VNS afirmou que “o Zaffa faz uma gestão moderna, contemporânea e que uma eventual interrupção de um projeto que está exitoso, poderá ocasionar um sério prejuízo para população”.
Presentes na reunião, as Conselheiras Tutelares Liége do Santa Rita e Cristiane Moreira, disseram que acreditam na atual gestão. “O Zaffa não é como os políticos tradicionais que só prometem e pouco fazem, ele está fazendo muito por Gravataí”.
O partido que ainda tem dois primeiros suplentes de vereadores, Daiana Luz e Jô da Farmácia, ouviu os seus 22 pré-candidatos que, por unanimidade, preferem estar com Zaffa e Levi. Daiana Luz, vice-presidente da sigla, resumiu: “não vi um partido que valorize tanto as mulheres como o nosso e um prefeito que respeita tanto a diversidade e a pluralidade como o Zaffa. A sua reeleição se impõe!”.
A bancada de vereadores, composta pelo Vereador Fernando Pacheco e o Líder da Bancada Cláudio Ávila, afirmou que seguirá a decisão soberana do partido. O vereador Fernando disse se sentir ouvido e respeitado pelo prefeito”. Ao narrar a sua história e preconceitos que sofre por ser de origem simples, afirmou que “viu no Zaffa e no Levi o caminho mais seguro para garantir a dignidade do povo pobre da cidade. Fazia mais de década que a prefeitura não entrava na periferia, com Zaffa a realidade mudou para melhor”.
O Vereador Cláudio Ávila, líder da bancada do União Brasil, elevou o tom dos discursos e não escondeu a sua preferência pelo campo popular: “gostaria que dentro do campo progressista tivesse alternativa viável e segura para impedirmos a volta do passado corrupto e arcaico”. Ávila diz que mesmo não tendo opinião fechada, respeita a decisão da sigla em procurar o PSDB e Zaffalon: “a nossa relação com o prefeito é institucional e elevada, ele atendeu todas as demandas do nosso mandato. Poderia ser chamado de prefeito das crianças”. Na visão do vereador “nenhum outro prefeito fez mais obras e ações em prol das crianças e adolescentes”. O parlamentar concluiu: “Zaffa acabou com a corrupção em Gravataí e ainda faz um grande governo, ninguém fez mais pela educação do que ele, sem contar que reativou a Assistência Social, abandonada pela gestão anterior. Se o partido assim decidir, não vou me opor”.
Após aprovação unânime dos presentes, a sigla elegeu uma comissão representativa e eleitoral para noticiar formalmente a intenção ao prefeito, quais sejam:
* Fernando – Presidente;
* Daiana Luz – Vice-Presidente;
* Fábio Portela – Filiado;
* Natália Fonseca – Assessora do Deputado Federal e Presidente Estadual da Sigla, Luiz Carlos Busato;
* Fernando Pacheco – Vereador;
* Liége do Santa Rita – Conselheira Tutelar;
* Cristiane Moreira – Conselheira Tutelar e Presidente do União Brasil Mulher.
(…)
Sigo eu.
Vamos a um pouco de contexto.
O UB, além de Ávila, ganhou o reforço do vereador Fernando Deadpool, na janela de transferências partidárias de março.
Mesmo sem secretarias municipais, os vereadores integram a base de apoio parlamentar de Zaffa, indicam em torno de 20 cargos na Prefeitura e votam a favor de projetos enviados à Câmara.
Sarcasticamente, Ávila é apontado por vereadores ligados ao ex-prefeito Marco Alba (MDB), como Alan Vieira (MDB) e Alison Silva (MDB), como “líder informal do governo”.
Também faz Ávila, na tribuna da Câmara, as críticas mais violentas aos governos de Marco Alba e, mesmo tendo sido vice na eleição de 2016, que venceram, mas não assumiram, pela suspensão dos direitos políticos do ex-prefeito, também a Daniel Bordignon (PT).
Vamos então a análise. Onde identifico dois poréns.
1. A nota divulgada, carregada de elogios, parece indicar um caminho sem volta no apoio a Zaffa. Mas não dá para esquecer de lembrar que estamos falando de Ávila. Que, releiam sua declaração reproduzida no texto, preserva-se de ser definitivo – apesar de, em suas redes sociais, postar a nota ilustrada inclusive com foto de seu filho, Vitor, ao lado do prefeito.
Fico em um exemplo: em abril de 2020, reconciliou-se em segredo com Bordignon, mas, faltando minutos para o fim do prazo eleitoral, desistiu e voltar ao PDT e apoiou Dimas Costa (PSD) naquela eleição; leia detalhes em Cláudio Ávila deu um 1º de abril em Bordignon; o habeas corpus.
Ávila não integra a comissão eleitoral tirada pelo UB para negociar com a coligação de Zaffa. Lá está Natália Fonseca, sua ex-esposa.
2. O segundo porém é, talvez, o mais importante. Zaffa, Dr. Levi e a base da reeleição tem que aceitar Ávila e o União Brasil na coligação.
O prefeito, se não foi convidado, por ser uma reunião interna para definição eleitoral, até o fechamento deste artigo ainda não tinha curtido as postagens. Hoje, na política, repleta de fiscais de like, uma curtida por vezes é mais comemorada, ou criticada, que um discurso.
Ao fim, a notícia é que o União Brasil quer apoiar Zaffa. Reputo o aceite será notório quando aparecer uma foto do prefeito com Ávila e o partido.
Por enquanto, resta amor por correspondência.