RAFAEL MARTINELLI

Zaffa defende projetos de 200 milhões em diques, casas de bombas e microbarragens em Gravataí; Conheça-os

Prefeito Luiz Zaffalon no seminário desta segunda-feira

O prefeito Luiz Zaffalon defendeu projetos de cerca de R$ 200 milhões em diques, casas de bombas e microbarragens para proteção de enchentes em Gravataí, durante seminário “Desafios da Região Metropolitana: o que fazer após a maior enchente do RS”, no campus da Ulbra em Canoas.

Ao lado do governador Eduardo Leite, que disse que “depende de aportes do governo federal” a implantação de quatro projetos de sistemas de proteção no rio Jacuí, destinado à proteção de Eldorado do Sul, no Arroio Feijó, para Alvorada e Porto Alegre, e na Bacia do Gravataí e do Sinos, Zaffa também se associou aos prefeitos que pedem compensações para perda de receitas que, no município, são projetados em até R$ 100 milhões só em 2024.

– São milhões, bilhões, mas necessários, ou estaremos desprotegidos na crise climática e com municípios quebrados – resumiu o prefeito ao Seguinte:, nesta terça-feira.

Conforme Zaffa, o PAC Desastres, de 2012, já tinha projeto de dique na região do Caça e Pesca, para proteger a região do Parque dos Anjos. O custo, com casas de bombas, foi atualizado em R$ 90 milhões.

Outros dois diques apresentados pelo prefeito são projetados para o Vale Ville e a Vila Rica, que com a retirada de famílias no traçado e instalação de casas de bombas tem investimento estimado em R$ 120 milhões.

Segundo o prefeito, os projetos, que serão atualizados conforme as novas cotas de inundação medidas na catástrofe de maio, convergem com os estudos prévios do Plano Municipal de Drenagem, cuja conclusão já foi anunciada para setembro.

Zaffa alertou também para a impossibilidade de drenagem do Rio Gravataí, o que já tratei em É absurda cobrança por dragagem do Gravataí para conter enchentes; O curso do rio da política deve ser outro. O da ciência já é.

– Não podemos criar um problema ao tentar resolver outro. Faltaria água em Gravataí e região – adverte, sobre o risco de, ao desassorear o rio, permitir que a água corra com mais velocidade em direção ao Guaíba e provoque falta de água no verão.

O prefeito defendeu como solução no caso do rio a construção das 13 microbarragens, que servem tanto para evitar cheias, como para garantir abastecimento de água.

Com EIA-Rima concluído em maio, como reportei em Guerra da água: projeto técnico para construção das microbarragens no rio Gravataí fica pronto em maio; De Niño para Niña, da cheia para seca, a expectativa de Zaffa é de que nos próximos dias a Fepam emita o licenciamento ambiental e o governo estadual contrate o projeto executivo, já com a realização das obras.

Os projetos das bacias do Gravataí, Sinos e Caí foram entregues ao governador e ao secretário-executivo do Ministério Extraordinário para Apoio à Reconstrução, Maneco Hassen, ex-presidente da Famurs.

– Agora há projetos. Alguns em atualização, mas existem – observou o prefeito.

Clique aqui para ler a apresentação de projetos feita por Zaffa.

Zaffa também disse ter “boas expectativas” sobre um socorro do governo federal às finanças dos municípios.

– Aguardamos uma restituição das perdas como aconteceu na pandemia – projeta, referindo-se a recomposição do rombo no ICMS e autorização para pedalar pagamentos da previdência e financiamentos, como já tratei em Gravataí pode ter perda de mais de 90 milhões em receita no pós-enchente; Zaffa apela por ‘socorro pandemia’ do governo Lula.

– Na marcha dos prefeitos a Brasília a sinalização foi de que no congresso da Famurs, nos próximos dias, o governo federal deve anunciar medidas – conta o prefeito.

Ao fim, concluo como em A vez dos ‘pobres inundados de sempre’ em Gravataí: Zaffa garante obras de dique, lei para realocar famílias, casa de bombas, bacias e galerias de drenagem, além ajudar famílias a sacar os 5 mil de auxílio federal: Gravataí restou um paraíso em meio ao inferno vivido por outras cidades, tanto que pode se dedicar a socorrer mais de 2 mil pessoas de cidades vizinhas inundadas.

Resta aguardar que as obras comecem logo, como garantia de que não cairão no esquecimento, ou serão substituídas por outras prioridades na progressão com que a normalidade volta ao cotidiano das cidades.

Fato é que, se não for agora a hora de resolver o problema dos ‘pobres inundados de sempre’ em Gravataí, talvez nunca mais.

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