RAFAEL MARTINELLI

Guerra da água: projeto técnico para construção das microbarragens no rio Gravataí fica pronto em maio; De Niño para Niña, da cheia para seca

Barragem emergencial feita pela Corsan no Mato Alto, em Gravataí, no verão 2022-23

O governo do Estado recebe em maio o Eia-Rima para as obras das 13 microbarragens projetadas no rio Gravataí para enfrentar a falta de água e cheias que já restam como um sobrenome para os municípios da região.

Ontem alertei que a promessa de elaboração do projeto técnico, que remete a 2018, e foi finalmente contratado em 13 de fevereiro de 2023, junto à empresa EcoSis, a um custo de R$ 500 mil, já estava virando uma lenda urbana e rural; leia em Guerra pela água: Fepam proíbe fazenda de mil hectares de fazer captação no Rio Gravataí; A lenda das barragens.

– Era uma cobrança nossa. A histórica luta para perenizar o rio. Agora vamos trabalhar pela execução das obras. Teremos seca novamente – disse ao Seguinte: o prefeito Luiz Zaffalon (PSDB), já com o cronograma de apresentação do estudo em mãos.

O El Niño encerra neste mês e o verão 2024-25 terá influência de La Niña, fenômeno meteorológico que provoca estiagem na região sul do país.

Há exato um ano, o prefeito Zaffa saiu de reunião com o diretor-superintendente da Metroplan, Francisco Horbe, projetando que, de forma otimista, os barramentos só seriam concluídos em cinco anos. A Metroplan falou em três ou quatro anos.

Sérgio Cardoso, presidente do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Gravataí, que também acompanha a execução do estudo desde a contratação, já prepara mobilização de ambientalistas para também pressionar o governo Eduardo Leite (PSDB).

A frente parlamentar criada pela Câmara de Vereadores para acompanhar a pauta morreu logo após a instalação, como também reportei no artigo de ontem.

O passo seguinte ao Eia-Rima é a aprovação na Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam), para iniciar a elaboração de projetos executivos e o processo de licitação. Há R$ 8,5 milhões disponíveis para a obra.

Clique aqui para ler o Plano Metropolitano de Proteção Contra as Cheias e Estiagens na Bacia do Rio Gravataí, onde constam as 13 microbarragens.

Reproduzo o cronograma do Eia-Rima, enviado por Zaffa e Cardoso.


Ao fim, insisto na conclusão do artigo de ontem:

É uma pauta gigante e fundamental para o futuro de Gravataí, tanto do ponto de vista social quanto econômico, já que tanto a falta de água como as cheias impactam no dia a dia da população e na atração de investimentos.

É preciso pressão porque, apesar de custarem apenas R$ 5 milhões, o que é troco para o Governo do Estado, pode o EIA-Rima considerar que as 13 microbarragens não são a solução para a falta de água. Já pensaram nisso? Começar tudo de novo?

Fato é que há força$ oculta$ que agem desde sempre contra as barragens, porque áreas de plantio restariam alagadas para preservação do banhado.

Uma boa saída seria, antes de se falar em indenizações a produtores, cruzar as escrituras de antes e depois dos anos 60, quando o ‘Canal do DNOS’, aberto para beneficiar arrozeiros, criminosamente mudou o curso do rio e reduziu áreas de banhado, que retém a água necessária para a população e a indústria.

Certamente o Estado é que deveria ser indenizado.

A Amazônia também é aqui.

Gritemos juntos.

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