A Acadêmicos de Gravataí, campeã do Carnaval de Porto Alegre em 2024, terminou a edição de 2025 em sétimo lugar após uma polêmica penalização de um ponto pelo uso de sanfona em seu desfile, mesmo apresentando a segunda maior pontuação bruta (238,9).
A vitória ficou com a Imperadores do Samba, que gabaritou com 240 pontos, seguida pelo Estado Maior da Restinga e Vila Isabel, de Viamão.
A polêmica da sanfona e o ofício “favorável”
A punição, que provocou revolta entre integrantes e torcedores da escola de samba gravataiense, baseou-se no artigo 71º do regulamento, que proíbe instrumentos de sopro, teclados e equipamentos eletrônicos.
No entanto, a escola alega ter informado previamente a utilização da sanfona à organização, apoiando-se em um ofício datado de 11 de março, rubricado pela Coordenação do Carnaval com a anotação “Favorável”.
O documento faz referência ao Carnaval de 2017, quando a escola IAPI utilizou o mesmo instrumento sem penalizações.
A escola ainda não confirmou se recorrerá da decisão.
Desfile impecável e enredo que encantou
Apesar da controvérsia, o desfile da Acadêmicos foi aclamado como um dos mais memoráveis da noite. Com o enredo “Paraíso Nordestino – Um Repente Encantado de um Povo Arretado”, a escola transformou a avenida em um tributo vibrante à cultura nordestina, mesclando mitos, cangaceiros, frevo e maracatu. Alegorias monumentais, fantasias detalhadas e um samba-enredo contagiante conquistaram o público e a crítica.
A transmissão oficial destacou a “energia contagiante” da escola, que “elevou o nível do Carnaval gaúcho”. Os componentes cantaram o samba do início ao fim, em sintonia com o tema, enquanto a bateria executou complexas evoluções sob o som da sanfona – justamente o elemento que custou o ponto decisivo.
Repercussão e futuro incerto
A punição dividiu opiniões. Enquanto alguns defendem a rigidez das regras, outros apontam inconsistência. “Se em 2017 foi permitido, por que agora não? A Acadêmicos merecia estar no topo”, protestou uma torcedora nas redes sociais.
A organização do Carnaval ainda não se pronunciou sobre o ofício apresentado pela escola.
