Enquanto a Chevrolet se prepara para lançar as versões reestilizadas do Onix e do Tracker em 2025, imagens dos modelos camuflados em testes na região de São Paulo revelam mudanças significativas. Por outro lado, a General Motors (GM) enfrenta desafios operacionais em sua fábrica de Gravataí, onde uma nova paralisação vai afetar 2 mil trabalhadores e expõe a interdependência entre a montadora e a economia local.
Os compactos mais vendidos da Chevrolet no Brasil, o Onix e o Tracker, foram flagrados em testes na Rodovia Carvalho Pinto, em São José dos Campos (SP), pelo perfil Placa Verde do Instagram. As imagens, ainda sob pesada camuflagem, indicam uma reestilização ambiciosa, como analisou Michael W. Faquiano, no Mundo do Automóvel/Terra, em Novos Chevrolet Onix e Tracker são flagrados em testes e revelam detalhes da reestilização.
O Onix 2025 ganha grade dianteira mais ampla, faróis estreitos e para-choque com entradas de ar redesenhadas. Na traseira, lanternas e para-choque sofrem ajustes sutis.
Tracker 2025 adota faróis bipartidos (inspirados nos modelos globais da Chevrolet) e grade frontal renovada. As mudanças traseiras são discretas, com foco em lanternas atualizadas.
Ambos os modelos herdarão o painel integrado da nova Spin, com possibilidade de tela única para central multimídia e instrumentos. Materiais mais refinados e novos equipamentos de segurança, como frenagem autônoma e assistente de faixa, devem elevar a concorrência com Hyundai HB20 e Fiat Pulse.
Os motores mantêm as configurações atuais (1.0 aspirado/turbo para o Onix; 1.0 e 1.2 turbo para o Tracker), mas com ajustes para atender às normas Proconve L8. Rumores sobre versões híbridas-leves ainda aguardam confirmação oficial.
Gravataí: paralisação da GM e o custo da interdependência
Enquanto os novos modelos são desenvolvidos, a fábrica de Gravataí, responsável pela produção do Onix, enfrentará nova paralisação em 2025. Entre abril e junho, 2 mil funcionários (entre GM e fornecedores) entrarão em lay-off, com salários pagos parcialmente pelo FAT e complemento da montadora.
As perdas municipais custam, a cada mês, R$ 500 mil em ISSQN e R$ 5 milhões em ICMS, no reflexo a longo prazo. Na conta entram também a suspensão do vale-alimentação de R$ 350 por trabalhador, que retira R$ 1,5 milhão mensais da economia.
Com 20 mil veículos estocados (quase triplo do ideal), a GM atribui a queda nas vendas à expectativa pelo novo Onix, inspirado no Monza chinês, e à chegada de um SUV elétrico.
– O consumidor prefere esperar – explica Edson Dorneles, do Sindicato dos Metalúrgicos.
Investimentos e a sombra de Trump
Apesar dos cortes, a GM reiterou compromissos com R$ 7 bilhões em investimentos no Brasil até 2028, incluindo R$ 1,4 bilhão em Gravataí. No entanto, um aporte de R$ 4 bilhões foi adiado devido a incertezas globais, como possíveis tarifas de importação sob um eventual governo Trump nos EUA.
Mary Barra, CEO global da GM, alertou em outubro que políticas protecionistas poderiam afetar planos de veículos elétricos, como o Tracker híbrido flex e a picape Silverado EV. O discurso de Trump contra o Green New Deal acendeu alertas, mas o prefeito Luiz Zaffalon (PSDB) descarta fechamento da fábrica: “Nos garantiram o investimento”.
Ao fim, enquanto a Chevrolet aposta na modernização do Onix e do Tracker para liderar o mercado, Gravataí vive a dualidade de ser o coração produtivo da marca no Brasil.
A “GMdependência” local, responsável por 45% da arrecadação municipal, reflete os altos e baixos de uma economia globalizada — onde decisões em Detroit ou Washington ecoam no Rio Grande do Sul.
Para os consumidores, a espera pelos novos modelos promete valer a pena. Para Gravataí, resta torcer para que a próxima letra no alfabeto da economia seja de esperança, não de recessão.
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