CRISE CLIMÁTICA

Novo episódio de chuva excessiva agravará enchentes no Rio Grande do Sul, alerta Metsul

Defesa Civil faz ação nas Ilhas, com Exército, Marinha do Brasil e Brigada Militar. Foto: Giulian Serafim/PMP

A MetSul Meteorologia emite alerta para um novo e grave episódio de chuva excessiva no Rio Grande do Sul neste fim de semana. Segundo análises exclusivas da empresa, o evento trará volumes pluviométricos “excessivamente altos” nas bacias dos rios que cortam a Grande Porto Alegre e os vales, agravando significativamente a já crítica situação de enchentes no estado, com previsão de piora na próxima semana.

Conforme detalhado pela Metsul (consulte a análise completa aqui), o fenômeno será causado pelo choque entre uma massa de ar frio polar de forte intensidade avançando sobre o norte da Argentina e ar quente em altitude sobre Santa Catarina e Paraná. Este contraste térmico gerará intensa instabilidade no estado entre sábado (28) e domingo (29), com: chuva localmente forte a intensa; altos acumulados em curto período e risco de temporais com granizo e raios.

Período crítico e volumes alarmantes

O momento de maior perigo, segundo a Metsul, ocorrerá entre o final da tarde de sábado e a manhã de domingo. Projeções indicam acumulados de 100 mm a 150 mm em apenas 12 horas em regiões como Missões, Planalto Médio, Vales, Serra, Grande Porto Alegre e Litoral Norte. “Estes valores equivalem a quase ou à totalidade da média histórica de precipitação para todo o mês de junho”, destaca a Metsul.

A chuva intensa e rápida excederá a capacidade de drenagem urbana, principalmente na Grande Porto Alegre e vales, levando a alagamentos severos semelhantes aos ocorridos em 18 de junho. A situação é agravada pelo fato dos rios já estarem elevados, saturando as estações de bombeamento e dificultando o escoamento da água pluvial – cenário comparável ao de 23 de maio de 2023.

A Metsul alerta para risco “acentuado” de extravasamento de arroios em cidades como Canoas, Porto Alegre, Gravataí, Viamão e Alvorada. Na Serra, o solo já saturado aumenta o perigo de deslizamentos de terra e quedas de barreiras em encostas e rodovias.

Agravamento hidrológico: rios sob nova pressão

A chuva ocorre quando diversos rios ainda mantêm níveis altos ou acima da cota de inundação. A Metsul prevê uma “terceira onda de vazão” com impactos severos:

Rio Taquari (Vale do Taquari): Nível deve superar as duas ondas anteriores (23m e 18m em Lajeado), embora sem alcançar os extremos de 2023/2024. Cheia de média a grande proporção esperada.

Rio Caí: Previsão de superar os quase 13m registrados em São Sebastião do Caí na semana passada, também com enchente de média a grande proporção.

Rio dos Sinos: Apesar de estar baixando lentamente na região metropolitana (ainda acima da cota de inundação), receberá forte contribuição do Paranhana (que pode inundar) e das nascentes em Caraá. Expectativa de aumento pronunciado com risco de cheia de grande porte.

Rio Jacuí: Risco de repique de cheia no Centro do estado e agravamento em Eldorado do Sul, influenciado pelo nível do Guaíba.

Guaíba: Receberá a vazão de todos os rios citados (Jacuí, Taquari, Caí, Sinos, Gravataí). Seu nível, ainda muito alto, subirá novamente na próxima semana (dias de maior preocupação: terça a quinta-feira), podendo atingir “marcas muito altas”, próximas às graves cheias do segundo semestre de 2023. Isso agravará inundações em Canoas (Praia de Paquetá), represará os rios Sinos e Gravataí, e elevará o risco em Gravataí, Cachoeirinha e Arroio Feijó (Alvorada).

Sem repetição de 2024

A Metsul enfatiza que, embora os volumes de chuva sejam altos e o cenário hidrológico seja “potencialmente muito delicado” e “demasiadamente preocupante”, não há expectativa de repetição das marcas catastróficas de maio de 2024. “Isso não deve ser interpretado de nenhuma forma a trazer uma sensação de segurança porque o ano passado foi o extremo do extremo”, ressalta o alerta.

Os sistemas de contenção de cheias (diques e casas de bomba), especialmente na Grande Porto Alegre, deverão passar por “grande estresse”.

A população, especialmente em áreas de risco de alagamento e deslizamento, deve acompanhar atentamente os boletins atualizados da Defesa Civil e seguir as orientações das autoridades. A situação exige máxima cautela.

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