Um pistoleiro que atuava como matador de aluguel foi condenado a 48 anos de prisão pelo assassinato do casal Paulo César Raichaski, 42 anos, e Solange de Lima Vargas, 35 anos, ocorrido em Canoas em 2015. O julgamento, realizado no Tribunal do Júri da comarca na terça-feira (15), durou cerca de seis horas e resultou na condenação por duplo homicídio qualificado, com agravantes de meio cruel e recurso que impossibilitou a defesa das vítimas.
O promotor de Justiça Leonardo Giardin, que atuou no caso, destacou a brutalidade do crime: “Fato muito triste, revoltante, que em todos os seus aspectos revela uma dimensão profunda da maldade humana, difícil até de conceber. Uma família destruída: o casal deixou dois filhos, então com 3 e 11 anos. O réu agiu com frieza e liderou a execução com terrível violência.”
Motivação do crime: fraude e extorsão
Segundo o Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS), o casal, natural de Santa Catarina, foi atraído ao estado sob o pretexto de finalizar a venda de um imóvel em Içara (SC). O comprador teria combinado a entrega de R$ 80 mil em São Leopoldo, mas, sem condições de pagar, contratou criminosos para extorquir e assassinar as vítimas.
O pistoleiro condenado liderou o grupo que sequestrou e executou o casal às margens da Rodovia do Parque, em Canoas, com requintes de crueldade. O crime chocou a região pela violência e frieza.
Fuga e prisão no Paraguai
O assassino só foi preso em 2017, no Paraguai, durante uma operação policial contra o contrabando de cigarros. Ele usava documentos falsos e era procurado por outros homicídios no Paraná e Mato Grosso do Sul. Dos demais envolvidos no caso, dois morreram e três já haviam sido condenados anteriormente.
Ao final do julgamento, Giardin afirmou que a decisão dos jurados representou “a justiça dos homens”, com uma pena exemplar para um crime que marcou a região pela sua crueldade.
