A melhor notícia do ano pode estar a pouco mais de mil quilômetros, em Serrana. O Projeto S, do Butantan, já vacinou mais da metade dos 45 mil habitantes com as duas doses da Coronavac e, há 13 dias, a cidade a 3h de São Paulo não tem nenhum novo caso de intubação em decorrência da COVID-19.
É evidência de que, mesmo não sendo a melhor vacina, funciona, para reduzir casos graves e vidas perdidas, uma imunização na qual Gravataí está na frente na Grande Porto Alegre, com 44 mil imunizações, ou 72% das doses recebidas do Ministério da Saúde por intermédio do Governo do Estado.
Neste sábado, foram aplicadas 1.433 doses da Coronavac em idosos acima de 63 anos.
– Gratidão a Deus por me dar esta oportunidade de ser vacinada e, também, à ciência, pela sua eficiência. Emoção me define hoje – resumiu o clima Marta Ávila, que recebeu a disse na Unidade Básica de Saúde Parque dos Anjos.
Nesta segunda, a idade é igual ou superior a 62 anos. Também começou hoje a vacinação contra a influenza para trabalhadores da saúde, crianças de 6 meses a menores de 6 anos, gestantes e puérperas – que, é preciso saber, não podem tomar a vacina em um intervalo de 15 dias em caso de imunização contra COVID.
Ambas campanhas pedem doações voluntárias de alimentos.
Voltemos à terra da esperança, que motiva o artigo.
Em Serrana já foram vacinados 27.160 acima de 28 anos, ou 95,7% do objetivo inicial da pesquisa. E a ‘ideologia dos números’ mostra que, além dos 13 dias sem novas intubações, a antes superlotada UPA da cidade não tem nenhum internado e os cinco pacientes em estado grave na UTI do hospital – a Santa Casa local, como o nosso Dom João Becker – foram internados ainda em março; em abril, nenhum novo paciente em unidade de tratamento intensivo.
O número de pacientes com sintomas gripais também caiu 67% em toda rede municipal de saúde.
Glenda Moraes, chefe da Vigilância Epidemiológica, ainda acha cedo para associar o fim do colapso na saúde ao Projeto S, cujos resultados o Instituto Butantan divulgará em maio.
– Precisamos aguardar mais um tempo para saber o efeito da vacinação em massa – disse ao Estadão, esperando a confirmação de que os indicadores locais mostrem que, conforme os testes mundiais, a Coronavac reduz em mais de 50% a infecção, o que faz com que os casos graves caiam 80% e as vidas perdidas sejam quase que 100% evitadas.
50,7%, infecção leve, 83,7 e 100
Também à reportagem Marcos de Carvalho Borges, investigador principal do estudo, da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da USP, disse que os vacinados ainda serão acompanhados ao longo de um ano, “para entender quanto tempo durará a resposta imunológica proporcionada pela Coronavac”.
Ao fim, viva a ciência e viva o SUS!
Fato é que as evidências são de que, não curandeirismos, mas a vacinação contra a COVID-19 vai nos permitir ao menos a tentativa de um novo normal – não esse por decretos que abrem-e-fecham, e como consequência caem 20 Airbus por dia no Brasil, dois em um ano em Gravataí.
Coronavac é o nome do jacaré.
Vachina é o apelido que usavam em 2020 criminosos que nos fizeram perder tanto tempo; e vidas.
Na aldeia, que é onde pisamos, já morremos mais do que nascemos, como reportei sábado em Nunca tantos gravataienses morreram: março teve mais óbitos do que nascimentos; A virulência da COVID-19.
Nos EUA até a próxima segunda todos os adultos estarão vacinados.
Aqui o próprio Presidente da República disse não à vacina.
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