crise do coronavírus

Morrer em casa? Fechamento da emergência da Santa Casa em Gravataí pode ir à Justiça; Prefeito protesta e sinaliza lockdown de verdade

Itália foi um dos países que mais sofreu com mortes em casa ainda na primeira onda da COVID | Foto ARQUIVO WASHINGTON POST

Não durou 20 transferências de pacientes a sintonia entre a Prefeitura e a Santa Casa, que reportei neste domingo em Zaffa pede socorro e pacientes com COVID são transferidos; O dia em que o Grupo Santa Casa ’chegou’ a Gravataí.

Na tarde desta segunda o superintendente Antônio Weston comunicou em nota o fechamento da emergência do Dom João Becker e do Hospital de Campanha para recebimento de pacientes com COVID-19.

Minutos depois, também por nota, a Prefeitura contestou e anunciou apelo ao Ministério Público. O prefeito Luiz Zaffalon também sinaliza, a pedido de técnicos da Secretaria Municipal da Saúde, com um lockdown de verdade, o que tratei em Não seria hora de um lockdown de verdade, de indústria, supers e ônibus em Gravataí e Cachoeirinha?; O exemplo que funcionou Deu na Folha de S. Paulo: Gravataí entre 50 grandes cidades do país com explosão de mortes; ’Não dá para fingir normalidade’

É, como Zaffa bem descreveu em sua última live, um “estado de tragédia”. Com Porto Alegre também superlotada, com ocupação de leitos e UTIs próximo a 120%, arrisca testemunharmos pacientes morrendo sufocados em casa.

Morte em ambulância já aconteceu.

Reproduzo as notas.

 

O COMUNICADO DA SANTA CASA

“…

Devido à superlotação, por conta da crescente demanda de pacientes e o esgotamento total de nossa capacidade de ampliação de leitos, informamos que o Hospital Dom João Becker está fechando o acesso à emergência COVID-19.

O devido tratamento e o processo de recuperação passam, necessariamente, por condições adequadas de acomodação do paciente e de trabalho dos profissionais da saúde. Dessa forma, solicitamos que a população de Gravataí procure outras estruturas da rede pública para o seu atendimento médico. Essa posição será reavaliada diariamente e informada, caso haja mudança no cenário.  

…”

 

O COMUNICADO DA PREFEITURA

“…

A Prefeitura de Gravataí, por meio da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), manifestou em ofício encaminhado agora à tarde ao superintendente do Hospital Dom João Becker, Antônio Carlos Weston, a sua discordância com o fechamento temporário do Hospital de Campanha e do Hospital Dom João Becker para novos pacientes COVID-19. Diante à gravidade, da situação o secretário de Saúde Régis Fonseca também comunicou a 1ª Promotoria Cível de Gravataí. “Trata-se de uma situação extrema, em que não há espaço para recuo. Temos de encarar a situação com resposta afirmativa”, reiterou o secretário.

Ressalta o ofício: “Tendo em vista não apenas se tratar do único hospital deste Município (e que esta doença é de tratamento de nível hospitalar), como também por não haver outro lugar para receber casos graves de infecção por COVID-19 (já que há 15 dias não conseguimos que o Estado regule nossos pacientes, conforme exemplo em anexo), e já que não possuímos condições de ampliação extraterritorial – o que torna extremamente necessário que o hospital, prestador de serviços contratados pelo Município, coopere com a regulação local, de acordo com o previsto no inciso III, do artigo 9º, da Portaria 1.559/2008 do Ministério da Saúde”.

Ainda conforme o documento, “as estruturas municipais de retaguarda extraordinárias disponibilizadas pelo Município junto aos serviços de urgência/emergência e Atenção Básica igualmente enfrentam sobrecarga, e não irão cessar seus atendimentos, pois enquanto houver uma porta aberta, ainda haverá esperança para todos os que necessitam. Entendemos a situação em que se encontra o Hospital e sua equipe. O momento é de inegável instabilidade, haja vista que o Estado passa pela maior crise sanitária das últimas décadas. No entanto, todos prestamos juramentos à sociedade, seja pela profissão escolhida, seja por se encontrar em uma função pública direta ou indireta. É hora de continuarmos demonstrando, com todas as nossas energias, que o juramento prestado em tempos de calmaria não morre em situações adversas, quando são mais necessários”.

A Prefeitura finaliza sua manifestação pedindo que a direção do Hospital Dom João Becker busque soluções para ampliar a sua capacidade: “Indicamos que a Irmandade adote todas as medidas necessárias para ampliar sua capacidade de absorver pacientes (inclusive intensificar a transferência de pacientes internados no HDJB para suas dependências em Porto Alegre e arredores), bem como para qualificar o atendimento, melhorando as condições de permanência dos pacientes a seu cuidado, ficando o Município à disposição para execução das formalidades exigidas.

O ofício também é assinado por todo o corpo técnico da SMS: o secretário adjunto, Reisson Ronsoni dos Reis; o diretor técnico médico, Alessandro Lindner; coordenadora da Vigilância em Saúde, Vanessa Prates; coordenador da Urgência e Emergência, Leonardo Machado; e a diretora do DAHA, Patrícia Silva da Silva.

Na tarde desta terça-feira, 16, o prefeito Luiz Zaffalon convocou para uma reunião online as principais autoridades dos diversos setores da sociedade: Justiça, Brigada Militar, Acigra, Sindilojas, entre outros. “Vamos pensar juntos a situação da nossa cidade, porque a Viemsa já nos sinalizou com a necessidade de um lockdown, ou seja, fechamento de todos os estabelecimentos, ficando somente o necessário, como supermercados e farmácias”, antecipou o prefeito.

…”

 

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