Completando sete anos em 2020, o Programa Bebê Saúde promove o vínculo mãe-bebê. Por meio do acompanhamento das equipes da Secretaria Municipal da Saúde (SMS), ele também trabalha a inserção da família na sociedade. Criada com o intuito de atender às famílias em vulnerabilidade social, a Lei nº 3420/2013 proporciona cuidados de saúde e promoção do desenvolvimento da primeira infância, desde a gestação até os três anos de idade.
Atuando em parceria com a iniciativa estadual Primeira Infância Melhor (PIM), cuidadores e estagiários supervisionados acompanham as famílias em visitas residenciais. Esses encontros ocorrem quinzenalmente, mas, caso necessário, as equipes fazem um atendimento por semana. O trabalho promove o vínculo entre as famílias atendidas e os serviços de saúde de referência.
O Programa Bebê Saúde tem como eixo de sustentação a Comunidade, a Família e a Intersetorialidade, visando a plenitude das capacidades físicas, intelectuais, sociais e emocionais do ser humano. Ele também se compromete a orientar a família quanto aos cuidados com a criança e à saúde reprodutiva, estimular o desenvolvimento neuropsicomotor da criança e promover o aumento da cobertura vacinal.
Programa premiado
Desde a sua criação, o serviço prestado já foi reconhecido diversas vezes. Em 2016 recebeu o troféu “Promotores da Paz”, dedicado a pessoas jurídicas, organizações da sociedade civil e órgãos públicos com ações comprometidas com a Cultura de Paz. No mesmo ano ganhou o “Prêmio Salvador Celia”, que tem como objetivo valorizar o trabalho dos visitadores do PIM e as equipes de estratégia de saúde da família junto às comunidades atendidas.
Com o tema "A visitação domiciliar como estratégia de orientação às famílias para o autocuidado e atenção em saúde, educação e proteção de seus filhos", a equipe desenvolveu uma história em quadrinhos que garantiu o prêmio para o Bebê Saúde. Ela falava de uma família em situação de vulnerabilidade social que recebeu a visita de um membro do Programa.
No ano seguinte, 2017, a equipe do Bebê Saúde, recebeu, mais uma vez o “Prêmio Promotores da Paz”, com o projeto “Arte Gestacional”. Vencedor na categoria órgão público, o trabalho foi desenvolvido com um grupo de gestantes da Unidade de Saúde da Família Águas Claras. A atividade consistia na pintura da barriga das futuras mães, simulando a visão do bebê, como um ultrassom artístico.
Em 2018, pela segunda vez, o projeto foi reconhecido com o prêmio Salvador Celia, na categoria “Visitadores do Bebê Saúde/Primeira Infância Melhor”, concedido pela Secretaria Estadual da Saúde do Rio Grande do Sul. Para essa edição, o trabalho apresentado por Gravataí foi o relato de um o caso de uma paciente surda, mãe de um bebê recém-nascido, que não conseguia se comunicar com os profissionais de saúde devido à sua deficiência.
Sem parentes ou família no Rio Grande do Sul, ela recebeu atendimento na UBS Centro, onde foi acionada a equipe do programa Bebê Saúde e PIM. O acolhimento foi feito pela visitadora Fabiana Borges, estudante do quinto ano de Nutrição na época, que fala a língua dos sinais. O acompanhamento foi feito por mais de um ano e auxiliou a mãe, diagnosticada com "psicose puerperal", a melhor cuidar do filho.
Gestantes e bebê
Para as mulheres grávidas é garantido o acesso amplo aos exames realizados no acompanhamento pré-natal, tais como: sangue e urina, tipagem sanguínea ABO/RH, sorologia para Sífilis (VDRL), glicemia de jejum, dosagem de hemoglobina, Anti HIV 1 e 2, sorologia para hepatite B (HBs Ag), sorologia para Toxoplasmose – Toxo IgM (conforme Lei Estadual 13.592/10) e ecografia obstétrica.
Os bebês têm acompanhamento médico e podem realizar os testes necessários, como o do olhinho, pezinho, orelinha e coraçãozinho. A amamentação, visando a saúde do recém-nascido, também é incentivada, não apenas pelo aspecto nutricional, mas também como fonte de estimulação e de aprendizagem, para a mãe e para o bebê. Essa ação gera afeto, acolhimento e segurança, favorecendo a comunicação, o desenvolvimento da linguagem e a construção da inteligência.
Quem é contemplado pelo Programa?
De acordo com a enfermeira coordenadora do Bebê Saúde Lenise Lourenço, como o serviço é destinado às famílias em situação de vulnerabilidade social, é necessário encaminhamento das demandas.
– Nós vamos até as famílias quando as Unidades de Saúde, o Ministério Público, o Conselho Tutelar ou as secretarias de Educação (Smed) e Família, Cidadania e Assistência Social (SMFCAS), entram em contato. É a partir daí que direcionamos uma equipe até a residência.
Cada família é acompanhada por até três anos, de acordo com a sua necessidade. Nesse período de pandemia, alguns atendimentos estão ocorrendo de forma remota, como explica Lenise.
– Mesmo com a crise do Coronavírus não paramos nosso trabalho, mas foi necessária uma adaptação. Fazemos ligações orientando sobre os cuidados com a saúde e a importância de uso de máscaras e da higiene.
Contudo, algumas famílias, como as com maior necessidade e que possuem alguma gestante, ainda precisam do atendimento presencial. A coordenadora deixou claro que são tomados todos os cuidados necessários.
– Utilizamos os equipamentos de proteção individual, disponibilizamos máscaras para quem não tem, mantemos o distanciamento interpessoal e fazemos a conversa na rua, evitando entrar dentro das casas.