crise do coronavírus

Gravataí ultrapassa 200 casos da COVID 19 e média diária salta de 1,9 para 7,7 em junho; potencialmente são 23 mil infectados

Equipe da Prefeitura faz desinfecção em parada de ônibus no Centro

Gravataí ultrapassou os 200 casos da COVID-19, conforme o último boletim epidemiológico. Já são 213 infectados – com seis mortes. A média saltou de 1,9 infectados/dia em maio para 7,7 neste mês.

Como tratei em Cachoeirinha ultrapassa 200 casos; incidência é maior que ’epicentro’ Porto Alegre e regiões de bandeira vermelha, fosse uma região autônoma no Distanciamento Controlado do RS, o laranja da bandeira, de risco médio, já estaria em tons avermelhados.

É a ‘ideologia dos números’. Siga comparativos.

Nesta quarta, 18 pacientes foram confirmados com a SARS-CoV-2 em Gravataí. Só nos primeiros 17 dias de junho, são 131 casos. Todo maio teve 58 e os meses de março e abril 24.

A Região Porto Alegre, que está em bandeira laranja, e a qual Gravataí pertence, tem nos dados de hoje uma taxa de ocupação de leitos de UTI de 75.9%. Estão em uso 573 das 755 unidades de tratamento intensivo.

79.2% são ocupados por pacientes não infectados. Dos 1.588 leitos para COVID-19 fora da UTI, a ocupação é de 17%, ou 270 pacientes. Dos 755 respiradores, 41.2% estão em uso, ou 311.

Na Região Caxias do Sul, de bandeira vermelha, a taxa de ocupação dos 201 leitos de UTI é menor: 74.6%. Estão em uso 150, 67.3% de pacientes sem COVID-19.

Dos 845 leitos para tratar infectados fora da UTI, a ocupação é de 11% (93). Dos 201 respiradores, 45.3% estão em uso.

O ‘alerta vermelho’ grita nos dados divulgados nesta segunda pela Secretaria da Saúde da Capital. As internações pela COVID-19 em UTIs de Porto Alegre podem dobrar em 15 dias e sobrecarregar rede hospitalar em julho.

Reportagem de Marcelo Gonzatto em GaúchaZH mostra que ferramenta digital desenvolvida pela Prefeitura para monitorar a ocupação nas UTIs, que projeta a quantidade de novos pacientes com base nos dados dos dias anteriores, prevê que os 79 doentes em estado grave nesta segunda-feira vão duplicar em cerca de duas semanas se for mantida a evolução dos últimos sete dias.

Para piorar, os hospitais de referência – dois deles, o Clínicas e o Conceição, os mesmos usados por pacientes graves de Gravataí – já têm dificuldade para contratar profissionais e abrir mais leitos.

– Ainda é prematuro falar sobre troca de bandeira – disse o secretário da Saúde Jean Torman, na manhã desta quinta, ao Seguinte:.

Ao fim, da mesma forma que observei no artigo sobre Cachoeirinha ultrapassar os 200 casos, e ter uma incidência de 143.5 casos por 100 mil habitantes, superior ao ‘epicentro’ Porto Alegre (108.6) e a Gravataí (agora com 75.8), tenho sido um crítico praticamente solitário do Distanciamento Controlado do Governo do RS – que a cada boletim epidemiológico e atualização do mapa de leitos se evidencia um experimento um tanto descontrolado, como já tratei em Bandeira vermelha pode fechar comércios em Gravataí e Cachoeirinha; efeito ’pior mês da COVID’.

O verniz acadêmico e científico é uma bênção em tempos de negacionismo, os indicadores são transparentes e corretos, mas além de regras muito flexíveis para um momento de crescimento exponencial, é inviável para os prefeitos fiscalizar o cumprimento dos protocolos pela população, comércio e indústria.

Nem a segurança pública dá conta da criminalidade, conseguirão as guardas municipais e fiscais flagrar aglomerações e desrespeito às regras sanitárias?

Até o fechamento do artigo a Prefeitura não informou o número de testes realizados. Se testou o mesmo, os 1.189 feitos em Cachoeirinha representariam 2.570 em Gravataí, que tem 150 mil habitantes mais. Proporcionalmente, se a testagem fosse aplicada nos 281 mil gravataienses, teríamos potenciais 23.289 infectados – no super, no banco, na loja, na indústria, na academia, no Parcão, no boteco e, boa parte, nos ônibus com permissão para 100% da lotação dos bancos e 25% em pé.

 

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