opinião

A real sobre a falta de vacinas em Gravataí; o 6 e 9

Até às 14h desta segunda não há prazo para retomada da vacinação nos postos de saúde de Gravataí

Nesta segunda ‘zero vacina’ contra gripe em Gravataí, e em lugar algum, vou buscar esclarecer, sem infecção pelo caça-cliques da fake news e/ou por inescrupulosa demagogia política, o porquê de faltar doses.

A vacinação começou na segunda, 23. O Ministério da Saúde antecipou a campanha em duas semanas para proteger os públicos prioritários contra os vírus mais comuns da gripe como a famosa H1N1.

A vacina contra influenza não tem eficácia contra a COVID-19, mas ajuda profissionais de saúde a excluir o diagnóstico para coronavírus nos já imunizados, já que os sintomas são parecidos. E, ainda, ajuda a reduzir a procura por serviços de saúde.

A prioridade para os 20,8 milhões de idosos no Brasil é por formarem o grupo de risco do coronavírus, cuja pandemia também levou à inclusão dos profissionais da saúde nas vacinas prioritárias.

Quem produz e fornece as doses é o Ministério da Saúde. Os governos estaduais distribuem para as prefeituras, que aplicam as vacinas nas redes de saúde municipais.

Na sexta anterior ao início da vacinação, o ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta alertou, em entrevista coletiva:

– Já sei o que vai acontecer: em pânico, todos vão procurar as vacinas e vai faltar. Como antecipamos a campanha, quando as vacinas estiverem sendo aplicadas, estaremos fabricando o segundo lote.

No Rio Grande do Sul não há mais vacinas.

Para Gravataí, o primeiro lote chegou sábado, 20, foi distribuído conforme densidade populacional nas unidades de saúde da rede municipal e aplicado a partir das 8h da segunda.

Antes das 17h as 11 mil vacinas já tinham esgotado.

Foram vacinados 10 mil, de 30 mil idosos, e mil profissionais de saúde, entre os 4 mil públicos e privados.

– Imediatamente pedimos outro lote e, quando a Secretaria Estadual da Saúde respondeu, enviamos uma equipe para ajudar a descarregar a carreta e agilizar a entrega – conta o Jean Torman, secretário da Saúde de Gravataí.

O Estado enviou 5 mil vacinas que, aplicadas a partir das 8h de quarta, duraram apenas 2h.

– Ligo a secretaria estadual todos os dias, mas não há previsão. Quando chegar, avisaremos. Até lá, não adianta ir até os pontos de vacinação – lamenta Jean.

– O que conforta é que o ministro garantiu que todos serão vacinados – diz o secretário, que tem questionado junto às autoridades sanitárias estaduais e federais os critérios para distribuição das vacinas.

– Porto Alegre abasteceu toda sua rede e mais 90 farmácias. Nós mal conseguimos abastecer as unidades de saúde – compara, pela discrepância entre as cidades, uma com um milhão de habitantes, outra com 280 mil, mas a Capital com cinco vezes mais vacinas disponibilizadas até agora.

Conforme Jean, a estratégia pode mudar conforme o tamanho dos lotes que serão recebidos por Gravataí.

– Podemos até vacinar nas farmácias. Muitas ofereceram serviços à Prefeitura, mas com poucas vacinas priorizamos os postos de saúde, que são a primeira referência da comunidade.

A vacinação de idosos em casa não é uma realidade para Gravataí, na comparação com Cachoeirinha e Canoas, prefeituras vizinhas.

– Nosso público é grande, em relação à Cachoeirinha, e nossa rede não é robusta como Canoas.

Idosos acamados estão sendo visitados pelos agentes comunitários conforme os cadastros nas unidades de saúde da família.

Nos 19 asilos de Gravataí, equipes da SMS já vacinaram todos 450 idosos.

O protocolo tem sido sinalizar as unidades de saúde para separar pacientes em busca de consulta de quem busca a vacinação, além de manter distâncias de dois metros entre as pessoas.  

Em algumas UBSs foi possível fazer o ‘drive thru’, a vacinação no carro.

– Depende das condições geográficas e da estrutura para fazer a triagem do lado de fora. Conseguimos na Morada do Vale 2, no Centro e em Morungava. Um familiar avisava e a vacina era aplicada no carro. Na Águas Claras, por exemplo, não é possível, já que a unidade fica numa rua sem saída.

Ao fim, são necessárias pelo menos 35 mil vacinas na primeira fase da campanha. Até agora, chegaram apenas 16 mil – que já esgotaram.

Não é uma questão de incompetência dos prefeitos. Hoje faltam vacinas em todo país. Ao olhar para o que está escrito na lama é desonestidade intelectual enxergar um 6 em Gravataí e um 9 em Sobral.

 

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