coluna do silvio

O Poder da Tecnologia 5G

Jamais um equipamento foi tão popular e tão presente na vida dos brasileiros quanto os celulares. Um país com 210 milhões de habitantes, tem hoje 230 milhões de Smartphones, o que dá mais de um por habitante em média. Para qualquer outro dispositivo poderíamos dizer que isto é fruto de uma desigualdade social, e que os mais ricos tem vários aparelhos enquanto que os mais pobres não tem nenhum, mas não exatamente o caso dos celulares.

É raro conhecer uma pessoa que não tenha celular, e mesmo pessoas em situação de rua podem ser encontradas com um celular.  Hoje temos, em muitas cidades, redes wifi gratuitas, além disso a tecnologia evoluiu muito rapidamente para estes dispositivos, o que gerou uma redução de preços, e até mesmo o descarte de modelos mais simples. Agora um novo grande salto tecnológico vai colocar todos os celulares atuais na categoria de obsoleto uma vez mais, e este salto se deve a uma nova tecnologia chamada 5G!

Diferente de outras alterações que vieram com a evolução das transmissão de dados para celulares, desta vez não será apenas um grande avanço em termos de velocidade, e isto ocorrerá pois as velocidades máximas para o sistema 4G estão na casa de 1 GB/s, e na rede 5G isto salta de imediato para 10GB/s podendo chegar a 20GB/s, mas isto é somente a cereja do bolo, pois o 5G vem com características diferenciadas que resolvem alguns dos problemas comuns de outras redes.

A latência (atraso) de sinal cai de 30ms para 4ms, e o 5G possui um sistema de solicitação de energia diferenciado que permite uma economia de consumo até 90% menos do que nas redes 4G, o que deve permitir uma durabilidade maior para as baterias. Uma outra característica que será muito bem recebida está no fato da potência de sinal permitir que se conecte entre 50 a 100 vezes mais aparelhos para uma mesma antena transmissora.

Isto promete acabar com o problema encontrado nos grandes eventos, onde 50 a 80 mil pessoas vão a um estádio para um show e não conseguem estabilidade na rede celular devido a quantidade de aparelhos conectados a uma mesma antena, algo sem solução até o momento e que não será um problema para as redes 5G, pois em teoria, o 5G poderia suportar simultaneamente mais de 1 milhão de aparelhos por quilômetro quadrado. Mas, para que isso seja possível, afirmam especialistas, será necessário colocar pequenas antenas em muitos lugares diferentes.

Para quem não é das áreas mais técnicas, pode ter passado despercebido a observação sobre a queda de latência, mas é exatamente esta característica que permitirá um grande avanço de outras tecnologias, como Inteligência Artificial, IoT (Internet das Coisas) e similares, isto porque esta latência é o tempo entre o sistema verificar um fato, enviar os dados para sua central ou para nuvem e ter de volta os resultados para que seja tomado a ação.

Tome como base os carros autônomos, pense em um carro autônomo que vem trafegando a 80 km/h e um animal salta na frente do carro. A câmera que serve como "olho" deve ver o objeto, analisar as possibilidades e tomar a decisão de frear ou desviar. Então um eventual atraso no tempo de resposta pode ser a diferença entre vida e morte para os envolvidos. O processamento já é rápido o suficiente para isto, mas o envio e recebimento das informações na nuvem (de forma remota) ainda impedem boa parte das aplicações mais avançadas.

Como as gerações anteriores, a rede 5G  também funciona por de ondas de rádio porém com  um espectro de frequência muito maior que os anteriores. Quanto a infraestrutura, as antenas da rede 5G poderão ser acopladas às antenas já existentes, que serão adaptadas para funcionar em paralelo com a nova infraestrutura de conexões. Com um mecanismo inteligente as antenas 5G focalizam o sinal de rádio em vez de emiti-lo para todas as direções. A direção do foco é determinada pela demanda de dispositivos que requisitarem conexão com a rede, o que fará com que a capacidade de cada antena seja otimizada.  

Alguns países, como Estados Unidos, Japão e Coréia do Sul saíram na frente e estão com uma estrutura pronta e funcional para a nova rede. O Japão terá 5G funcionando já para receber para as olimpíadas de 2020 e uma diferença sensível deverá ser notada, em especial no atendimento ao público nos estádio. O Brasil ainda está alguns estágios atrás, pois há muito investimento no desenvolvimento e no pioneirismo das ideias, algo que o país não tem como característica de investimento, no entanto com a implantação nos demais países, os custos desta tecnologia deve cair para patamares compatíveis para a área privada em um primeiro momento, o que pode alavancar uma iniciativa do poder público, mas não se espera nada disso antes de mais uns 5 anos pelo menos. 

É incrível como um país menor que o estado do Acre, como é o caso da Coréia do Sul, seja capaz de investimentos que o coloque como expoente mundial em uma tecnologia de ponta desta enquanto que o Brasil segue apenas sendo, mais uma vez, o país do futuro.

Como diria o compositor Renato Russo: "Que país é este?"

 

 

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