Depois da reviravolta provocada pela administração italiana da fábrica de pneus Pirelli, ao anunciar no começo de maio passado o desmonte da sua unidade de produção no pavilhão Moto Velo em Gravataí, com a demissão de seus empregados, o caso ganhou novos contornos a partir da confirmação de que a chinesa ChemChina manteria sua fabricação de pneus no complexo através da Prometeon.
Mais adiante, o tema voltou a sacudir estruturas – agora, positivamente – com a notícia de um acordo que preserva a situação dos colaboradores da Pirelli a partir de um plano de incentivo às demissões voluntárias, com garantia de estabilidade de acordo com um cronograma definido entre a empresa e o sindicato dos colaboradores, e indenizações financeiramente significativas nas rescisões conforme o período de tempo trabalhado.
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Agora um novo assunto balança novamente as estruturas da produção de pneus automotivos na aldeia dos anjos, a partir do que seria uma negociação – não confirmada pelo Sindicato dos Trabalhadores na Indústria dos Artefatos de Borracha (Stiab) de Gravataí — e que envolve um negócio bilionário entre empresários japoneses e chineses. Não tem nada a ver com os italianos de Milão, como chegou a circular em algumas redes sociais!
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Não é novidade
O que o colunista descobriu com gente que circula na Prometeon é que japoneses da Yokohama Rubber Co. Ltda, centenária e mundialmente famosa fábrica de pneus para todos os tipos de veículos, estaria negociando a aquisição da chinesa que fica no Parque dos Anjos e que há cerca de quatro anos encampou parte da Pirelli e da sua produção.
Obviamente que os valores – cifras astronômicas com certeza – não foram tornados públicos, ainda, e a negociação não é confirmada fora dos acarpetados e refrigerados gabinetes onde executivos engravatados decidem o futuro de seus negócios de olho em uma lucratividade cada vez maior para as empresas que comandam.
A se tornar realidade a informação, estará se confirmando notícia dada pelo presidente do sindicato dos borracheiros, Flávio de Quadros, publicada pelo Seguinte: em 24 de junho último: a Prometeon poderia seguir os passos da Pirelli e concentrar suas atividades produtivas em São Paulo.
Segundo Flávio falou em audiência pública realizada na Câmara de Vereadores de Gravataí, os chineses da ChemChina admitiram a possibilidade de mudar o endereço da Prometeon durante audiência no Tribunal Regional do Trabalho da 4ª (TRT-4) em Porto Alegre, naquela semana. A principal razão seria, segundo a fala de Flávio, a pesada carga tributária do estado.
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Pavilhão Moto Velo
— Aqui prá gente não chegou nada. A empresa não fez qualquer comunicação oficial para o sindicato falando sobre isso — acabou de dizer ao colunista o presidente do Sindicato da Borracha de Gravataí, Flávio de Quadros.
Mas o dirigente admitiu que são fortes os rumores ouvidos por ele e que dizem respeito à negociação entre japoneses e chineses.
E foi enfático:
— Se tem negociação com certeza é com a Prometeon, não tem nada a ver com a Pirelli.
A preocupação maior do presidente Flávio, agora, diz respeito aos cerca de 900 funcionários da Pirelli, para que seja cumprido o acordo recentemente firmado, e com o que acontecerá no futuro. Leia-se por futuro o que vai acontecer com o pavilhão Moto Velo, o que é ocupado para a produção dos pneus de motos pela Pirelli.
— Nossa esperança é que seja aproveitado e continue produzindo a partir de 2021, que é quando encerra o ciclo da fábrica italiana aqui em Gravataí. Até para que empregos continuem sendo gerados e a economia do município não seja prejudicada — disse Flávio.
IMPORTANTE
– Atualmente a fábrica chinesa da Prometeon tem aproximadamente 1.400 empregados em Gravataí.
– Já a italiana Pirelli que produz pneus de motos e vai se transferir para Campinas tem cerca de 900 empregados.
– Sobre a potencial compradora, a japonesa Yokohama, trata-se da oitava maior fabricante de pneus do mundo, produto que representa 80% de seus negócios.
A compradora
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A centenária Yokohama Rubber Co. Ltda é uma das maiores fabricantes mundiais de pneus e está presente em mais de 80 países, contemplando uma vasta linha de produtos para veículos de passeio, utilitários, caminhões, ônibus, equipamentos de mineração, construção e veículos industriais.
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Além disso, a empresa também aplica seus conhecimentos em borracha à diversas linhas de negócios, incluindo mangueiras marinhas, produtos industriais (como vedantes e selantes industriais), produtos aeroespaciais, produtos para proteção contra terremotos e equipamentos de golfe, além de rodas de liga de alumínio e componentes relacionados com automóveis.
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A empresa foi criada em 13 de outubro de 1917 em Kanagawa, no Japão e ainda jovem teve suas instalações ampliadas no município de Yokohama, apresentando em 1921 o primeiro pneu diagonal japonês. Nos anos seguintes, apesar de sofrer com a II Guerra Mundial, expandiu a produção com a inauguração de novas fábricas pelo país.
LINHA DO TEMPO
: As inovações DA Yokohama continuaram a todo vapor e a empresa mudou sua sede para Tóquio em 1952 por questões estratégicas, mesmo estando intimamente ligada à cidade de Yokohama.
: Em 1954 lançou o primeiro pneu sem câmara de ar do Japão, em 1957 o primeiro pneu com borracha sintética e em 1958 o primeiro pneu com cabo de náilon do mercado japonês.
: Em 1963 a marca iniciou sua relação com o automobilismo ao fornecer pneus de competição para a indústria esportiva japonesa. Poucos anos depois, em 1967, lançou o pneu radial para automóveis de passeio, posteriormente um dos mais vendidos da marca.
: Em 1969, a empresa, além de inaugurar seu centro de pesquisa, deu um passo importante para sua internacionalização ao estabelecer a Yokohama Tyre Corporation como subsidiária de vendas em Los Angeles, ingressando assim no mercado dos Estados Unidos.
: Na década de 1970, além de inaugurar novas fábricas para atender a alta demanda do mercado, continuou sua expansão com a criação de subsidiárias em outros países como em 1976, na Austrália.
: Em 1977 a marca desenvolveu o maior pneu OTR do mundo na época, para caminhões de 200 toneladas, e em 1978 lançou o pneu radial de alta performance para carros de passageiros (ADVAN HF).
: Pouco depois, em 1981, ingressou no varejo com a inauguração da primeira loja franqueada de pneus, chamada Grand Slam, em Tochigi. E 1983 dois fatos importantes ocorreram: a marca forneceu os pneus para o primeiro Grande Prêmio de Macau de F3 e lançou os pneus especificamente desenvolvidos para rodar na neve.
: Sempre em busca de inovação para incorporar seus produtos, em 1986 inaugurou uma moderna instalação de testes de pneus, batizada de D-PARC (Campo de Provas e Centro de Pesquisa Daigo).
: No final desta década, em 1989, ocorreu a abertura do T*Mary (Takasu Motoring and Researching Yard), Centro Especializado de Pesquisas em Condições de Neve e de Baixa Temperatura. Além disso, a marca obteve aprovação técnica pela Porsche para que seus pneus passassem a equipar os veículos da marca alemã.
: Em 1993, entendendo que o Brasil apresentava um grande e potencial mercado consumidor, iniciou as vendas dos pneus da marca no país, exclusivamente através da Seccional Comércio Internacional.
: Em 2001, como reconhecimento pela excelência de seus pneus, o Geolandar H/T G038 foi adotado como pneu padrão para o Mercedes-Benz G-Class. Pouco depois, em 2004, o Advan Sport, novo pneu esportivo de alta performance da marca, foi adotado para equipar o Bentley Continental GT.
: Em 2007, seguindo os altos investimentos em marketing, a Yokohama Tyres começou a fornecer pneus para o FIA World Touring Car Championship (WTCC), os pnues para os protótipos que competiam no Mundial de Carros de Turismo.
: Mais recentemente, lançou no mercado os ecológicos BluEarth, que carregam em sua essência o conceito global da marca que visa a fabricação de produtos amigáveis ao meio ambiente, e o pneu C.Drive 2, desenvolvido com composto de óleo de laranja com sílica, entrando de vez na era de pneus ecológicos.
: Atualmente a Yokohama Tyres é uma das marcas japonesas de maior renome mundial, detentora de projetos inovadores e de consciência ecológica presente nas principais montadoras do planeta, como Aston Martin, Audi, BMW, Bentley, Lexus, Lotus, Mercedes-Benz, Mitsubishi, Nissan, Porsche, entre outras.
: A alta Performance é a característica dos pneus da Yokohama Tyres atestada pelas montadoras através dos seus principais modelos de veículos, referências dos mais altos níveis de segurança, desempenho, conforto, baixa resistência ao rolamento e tecnologia de ponta.
NO BRASIL
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A Yokohama Rubber Corporation, um dos maiores fabricantes de pneus do mundo e com a reputação de ter uma das tecnologias mais avançadas no mundo está presente no Brasil há 25 anos.
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A marca é representada no país exclusivamente pela SCI Pneus (Seccional Comércio Internacional Ltda.), grupo com experiência em segmentos diversificados como torres de transmissão de energia e telecomunicações, construção civil, incorporação imobiliária, agropecuária, mineração, financeira e locação de equipamentos.
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A SCI Pneus conta com uma equipe composta por técnicos formados no Japão e até uma equipe de logística que trabalha para manter um dos melhores processos logísticos na área de pneus no mercado brasileiro.