Na terça-feira, quarta, quinta, sexta, sábado, domingo e hoje (segunda!) ainda em vários pontos da cidade. Falta água nas torneiras.
Por pelo menos cinco dias – o sexto nesta segunda-feira (3/6) – um terço da população de Gravataí viveu literalmente o caos no que se refere ao desabastecimento de água potável por parte da Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan).
O problema iniciou em razão das fortes chuvaradas da noite de segunda da semana passada e madrugada de terça. O aguaceiro elevou o nível do arroio Passo dos Ferreiros e aumentou a força da correnteza.
Com isso, ruiu parte do aterro de sustentação da cabeceira norte, no lado direito no sentido Parque dos Anjos-Centro de Gravataí, da ponte norte (lado do Parque dos Anjos). Um poste da rede de energia caiu e a adutora da Corsan estourou.
O problema aconteceu por volta das 8h de terça-feira passada e a dificuldade no conserto residiu basicamente no fato de as águas estarem elevadas, com correnteza forte, e a parte rompida da adutora estar suspensa.
— Foi um trabalho muito difícil porque não foi só um conserto. Foi como fazer uma rede nova em condições totalmente inadequadas de trabalho — disse, no começo desta tarde, o gestor da Corsan para Gravataí e Glorinha, Ramos Volnei Modinger.
Fim da tarde
Ele também garantiu em entrevista exclusiva ao Seguinte: que os pontos que ainda estão sem água devem estar com a situação normalizada até o final da tarde ou, no máximo, no começo da noite desta segunda-feira.
Modinger explicou que a demora no restabelecimento completo dos serviços se deve a vários fatores. Citou como principais o longo período sem fornecimento de água, o que fez secar tanto os reservatórios da Corsan quanto dos domicílios com caixa d’água.
Como a adutora ainda está funcionando com reservas – abastecendo cerca de 320 litros por segundo quando pode chegar a 420/450 litros por segundo – a volta à normalidade também esta demandando mais tempo.
Meia boca
A explicação para a subutilização da adutora foi a necessidade de reforçar a estrutura onde a canalização está ‘ancorada’, sob a ponte. Concluída esta etapa, a ideia é acionar o grupo de bombas com força total.
— É um trabalho que exige precaução para evitar que algum problema aconteça — falou o gestor da estatal.
Sem ser direto, Modinger fez uma referência ao que houve na sexta-feira passada. Pela madrugada a Corsan anunciou que os serviços estavam encerrados. Mas, pela manhã, um vazamento levou à nova mobilização de técnicos e funcionários para conserto.
À tardinha, novo anúncio que o trabalho estava definitivamente concluído e que o abastecimento seria normalizado no decorrer do sábado. Na noite de sexta, o caos piorou: a adutora se rompeu e um chafariz se formou no local.
Concreto
Na entrevista o gestor Ramos Modinger, funcionário da Corsan há 25 anos e desde 2015 a frente do órgão, afirmou que uma grande quantidade de concreto foi empregada na estabilização do aterro.
Sem contar os pedaços de ferro – de pesados trilhos de trem – soldados à tubulação e a substituição de partes dos canos da adutora, de aço e carbono.
— O que fizemos deve garantir que tudo volte ao normal sem novos sustos — concluiu.
Confira no vídeo abaixo a entrevista exclusiva de Ramos Modinger, para o Seguinte: sobre o que houve nas pontes do Parque e a situação atual.
PARA SABER
1
O conserto da adutora que se rompeu sob a ponte norte das pontes do Parque mobilizou funcionários da Corsan de Gravataí e cidades vizinhas como Esteio, Viamão, Alvorada, Sapucaia do Sul, Guaíba e São Jerônimo, além, de Porto Alegre.
2
Além do pessoal operacional – técnicos, engenheiros e operários de diversas áreas – foram empregados, segundo Ramos Modinger, caminhões, escavadeiras, retroescavadeiras, equipamentos de solta, entre outros.
3
O rompimento da adutora provocou a suspensão do abastecimento de água potável para cerca de 35 mil – das cerca de 90 mil economias –no centro de Gravataí, bairros e vilas, até a altura da parada 72 tendo a avenida Dorival Oliveira como eixo central.
4
A Corsan trabalha com uma média de 3,5 pessoas por ponto de abastecimento, o que significa mais de 122 mil pessoas sem água ao longo destes seis dias. Ou seja, um terço da população de Gravataí, estimada em quase 280 mil pessoas, foi atingida.
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