O adiamento da convenção do MDB de Cachoeirinha, que aconteceria neste sábado com chapa de consenso, é fácil de explicar: o grupo ligado ao vice-prefeito cassado Maurício Medeiros recorreu à direção estadual por temer um golpe do prefeito interino Cristian Wasem e ficar fora do governo de transição até a realização da nova eleição para a Prefeitura.
O Seguinte: teve acesso a dois documentos oficiais do partido.
Em um o delegado partidário Milton Cava comunica à filiada Sheila Stasiak Camboim o cancelamento da convenção a partir de solicitação feita por ela à direção estadual.
Outro é parecer jurídico que sustenta a suspensão. A argumentação é que “não houve, até o dia 22 de abril, 8 dias antes da realização das Convenções Municipais, inscrição de chapas para a Convenção do MDB de Cachoeirinha, conforme determina o artigo 90 do Estatuto Partidário”.
O parecer jurídico também aponta que “nenhum documento oficial sobre a realização ou não realização da Convenção Municipal em Cachoeirinha foi enviada ao Diretório Estadual”.
“… Como consequência, vencidos os atuais mandatos, não mais havendo Diretório e Comissão Executiva, deverá o Diretório Estadual, posteriormente, nomear uma Comissão Provisória…”, conclui o documento, que você acessa na íntegra clicando aqui.
– Três ou quatro desrespeitaram o consenso. A palavra dada foi negada quando viram que uma minoria burocrática que vive há décadas sem fazer nada seria desmamada – reagiu o advogado André Lima, principal articulador da chapa de consenso e que era cotado para ser eleito presidente após a escolha do novo diretório municipal.
Até a nomeação, Claudio Pinheiro segue na presidência municipal.
Reputo, como a operação política do grupo de Maurício teve apoio da deputada estadual Patrícia Alba e do ex-prefeito de Gravataí Marco Alba, a percepção do ‘golpe’ se deu quando Cristian abriu sua primeira segunda-feira de trabalho sentado na cadeira de prefeito recebendo ‘inimigos internos’ do casal, o ex-deputado federal Jones Martins e o deputado estadual e ex-secretário de Infraestrutura do governo Eduardo Leite (PSDB).
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Ao fim, possivelmente a comissão provisória não garantirá a maioria dos apoios que Cristian teria para concorrer na eleição suplementar, caso fosse eleita hoje a chapa que era construída como “de consenso”.
Maurício Medeiros disse ontem ao jornalista Roque Lopes, de O Repórter, que não quer concorrer na nova eleição para a Prefeitura. Talvez a partir de hoje seja obrigado por seu grupo a, pelo menos, ameaçar disputar uma prévia com Cristian.
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