O próprio prefeito de Cachoeirinha marcou agendas e entregou ao Ministério Público e ao Tribunal de Contas documentos sobre a instalação do hospital de campanha, alvo de investigação, como tratei em Não há ’Covidão’ nas suspeitas sobre hospital de campanha de Cachoeirinha; mas, secretário, pede para sair!.
– Não verifiquei irregularidades na documentação a que tive acesso até agora. Mesmo assim, abri sindicância para apurar todo o processo no detalhe. Se for comprovada alguma falha, será corrigida e o infrator punido – diz Miki Breier.
As suspeitas já cancelaram o secretário Dyego Matielo, como tratei em Secretário da Saúde pediu para sair; a malhação do Judas.
Mas alerto para um ‘contágio’ que reputo mais perigoso até do que eventual corrupção, porque se trata de vidas e, por isso, exige responsabilidade dos políticos, principalmente agora que a Câmara abriu CPI (que entendo atrapalha mais do que ajuda, e arrisca gastar mais R$ 50 mil em consultorias para chegar às mesas conclusões dos bem pagos auditores do TCE) e são disseminadas por milícias digitais, desinformados ou informados do mal.
Acontece que as denúncias dos ‘covidões’ país afora, e as fake news sobre hospitais de campanha, tem feito gente demorar a buscar ajuda na rede de saúde, o que aumenta o risco de morte. A ‘recomendação’ – criminosa – já não é mais exceção em postagens, comentários, páginas e comunidades locais no Grande Tribunal das Redes Sociais.
A coisa pode piorar porque o novo secretário da Saúde – corretamente – está mudando o plano de contingência para o novo coronavírus. José Luis Barbosa está preparando o hospital de campanha para ser a referência, a única porta de entrada, para pacientes com sintomas suspeitos, evitando contato com outros usuários de postos de saúde, da UPA 24 Horas ou do Hospital Padre Jeremias.
Ao fim, se há irregularidades, que sejam corrigidas e os responsáveis punidos. Perigoso é negar a necessidade, e os serviços prestados, pelo hospital de campanha, e priorizar votos – e/ou cliques – a vidas.
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