Há 25 dias, Marcos Poletti não sabe o que é a rotina doméstica. No Dom João Becker, por conta de doença neurológica, ele vive a expectativa pela melhora e o retorno ao convívio com a esposa e as duas filhas, de um e oito anos. Nessa quinta-feira, porém, o que parecia ser um dia como os outros no hospital acabou diferente e emocionante para o paciente.
Diariamente, as equipes de enfermagem e de assistência social promovem videochamadas entre ele a filha de maior idade. Rafaela e Marcos são muito apegados e a saudade é em parte amenizada com a imagem no celular. Marcos é aposentado e em casa passa grande parte do tempo com ela, cuidando e acompanhando a menina, enquanto a mãe, Luciana, trabalha.
Quinta o paciente foi informado pela profissional de enfermagem que precisava realizar um exame em outra ala do hospital. Marcos, então, foi acomodado em uma cadeira de rodas e conduzido em direção ao local. Entretanto, ao chegar próximo ao posto de enfermagem, a funcionária do Dom João Becker mudou o trajeto e o levou para o terraço do primeiro andar. Ao abrir a porta que dá acesso ao ambiente externo, veio a surpresa: Rafaela estava lá, pessoalmente, para lhe dar o beijo de filha que a tecnologia virtual jamais conseguiria reproduzir.
O momento, altamente humanizado, comoveu todos ao redor. Para a esposa de Marcos, a iniciativa serviu de estímulo no processo de cura do marido.
– Foi tudo bem arquitetado pela equipe. Muito emocionante, choramos bastante – comenta Luciana Alves.
Para a assistência, ações como essa proporcionam um tratamento mais digno ao paciente.
– Quando aliamos empatia e humanização, o paciente possui mais chances de apresentar melhora no humor, além de se sentir acolhido – afirma a enfermeira Nicole Hertzog, supervisora das Unidades de Internação do Dom João Becker.
O atendimento humanizado é um dos pilares que definem o conceito de saúde e vem sendo cada vez mais estimulado no hospital. A cura de Marcos também vai passar pelo beijo de Rafaela.
