José Carlos Bohrer, um ícone da indústria e presidente da empresa para a América do Sul por muitos anos, lembra que quando começou a ser planejada a mudança para o Distrito Industrial de Gravataí, a Dana – ainda Albarus – alugava em Porto Alegre três locais diferentes para realizar suas operações.
A necessidade de expansão era evidente, e as opções para isso, na capital, eram limitadas. Foi quando aconteceu uma reunião com o ex-deputado federal Nelson Marchezan, secretário de estado na época.
— Manifestamos o interesse em ampliar nossas instalações e o distrito industrial de Gravataí foi proposto como solução — lembra Bohrer.
A administração estadual dava continuidade ao plano iniciado no mandato do então governador Euclides Triches (1971-1975) para criar distritos industriais nas maiores cidades do Rio Grande do Sul. O de Gravataí foi inaugurado em 1977, um ano antes de a Albarus iniciar suas operações no município.
Desenvolvimento
O projeto original foi do arquiteto Pedro Simch. Era um conceito que usava elementos estruturais pré-moldados, trazendo mais rapidez para a construção e maiores vãos, com menos pilares – uma planta baixa mais aberta que permitiu mais liberdade nas áreas de operação.
Igualmente pioneiras eram as preocupações quanto à gestão ambiental, ergonomia, ventilação e conforto, acompanhando o que de mais moderno se fazia nos Estados Unidos e na Europa, fonte inegável de inspiração para os projetos.
Sempre moderna
Todo projeto seguiu um plano diretor que incluiu zoneamentos da área de 36 hectares para acomodar edificações de grandes fábricas que podiam abrigar as atividades necessárias sob um mesmo teto.
Era uma importante evolução para a época – quatro décadas atrás – com ganhos de racionalidade e eficiência se comparada à série de edificações menores que caracterizava a antiga operação, em Porto Alegre.
Dava-se, ali, um importante passo em direção à ampliação das operações e dos negócios da Albarus, acompanhando os movimentos de crescimento da Dana como empresa cada vez mais global, com forte presença local.
A construção foi moderna, com grandes vãos e menos pilares, trazendo flexibilidade de layout e vantagens operacionais.
A LIDERANÇA DE REGNER
O engenheiro Paulo Nelson Regner — que ingressou na Albarus em 1959 e ficou 36 anos na empresa — liderou importante sequência de mudanças e crescimento nos anos 70, em Gravataí e além, como a fábrica de eixos diferenciais em São Paulo, de juntas homocinéticas, de embreagens, acompanhando e motivando o crescimento da participação da empresa no mercado nacional.
Como gerente de planejamento da Albarus, iniciou o projeto do que seriam os próximos 30 anos da empresa, começando pela nova fábrica, em Gravataí.
— Ao mesmo tempo em que a fábrica mudava para Gravataí, expandíamos a empresa em Porto Alegre, não deixando de produzir nunca. Iniciada em Gravataí a produção de cruzetas, a transferência da forjaria foi feita em seguida. Na mudança foi alterado o sistema de aquecimento da forja, de óleo para indução — conta.
— 40 anos depois, reconhecemos com admiração e orgulho o poder transformador de planos estruturados para promover o crescimento. Nossos ex-colegas e líderes traçaram o norte que nos conduziu ao longo de tantos anos que e hoje damos continuidade, com muita seriedade e dedicação, investindo para que o crescimento sempre venha de forma sustentável — reforça Luis Pedro Ferreira, responsável por Relações Institucionais da empresa.
: Engenheiro Paulo Nelson Regner (à direita e com crachá) e Hugo Ferreira (à esquerda) recepcionaram o então governador Antônio Britto para inauguração de uma das unidades da Dana