SAUL TEIXEIRA

À espera das individualidades, Seleção Brasileira decreta falência na Copa América

Estamos vivendo a Era dos falsos craques na Seleção verde e amarelo! Jogadores médios, outros bons, alguns com lampejos de craque. Mas nada além disso. Todos eles, porém, leões de Redes Sociais. Tatuagens em abundância, cabelos na régua, andar de boleiro até a cobrança do pênalti e… vexame!!! O foco é completamente outro. O campo, para eles, parece ser apenas detalhe. A passarela do sucesso.

A quase totalidade deles joga na Europa. O “tal meio-campo” que atua na Premier League é um engodo sem precedentes. É devaneio. Atuam nos Asas de Arapiraca da Vida que têm a língua inglesa como idioma dominante. Com todo o respeito ao Asa de Arapiraca, claro! Mas, por favor, não afrontem a inteligência do torcedor brasileiro. Bolinha de gude. Futebol paupérrimo, patético, craques apenas no videogame. Despencamos do topo do mundo para a sarjeta das Américas.

O futebol da Seleção treinada por Dorival Júnior na Copa América foi compatível com o design da camiseta atual. Inominável de tão feia, ridícula, um desserviço ao bom gosto. Dorival, aliás, não tem tamanho para estar à frente do Selecionado. O mesmo é válido para o antecessor Fernando Diniz. Senhores e senhoras, é óbvio: dos brasileiros, apenas Tite é treinador à altura do nosso passado glorioso. Falo em capacidade, preparo. Do contrário, que venha um estrangeiro. Alô, Guardiola, tenha piedade de nós.

Dentro de campo, tomara que Deus realmente seja brasileiro. A armação do time depende do “brilho” de Lucas Paquetá e do suplente Andréas Pereira, naturalizado brasileiro. Somos mais de 200 milhões de pessoas, mas temos que naturalizar um meia nascido na Bélgica. Aqui não tem xenofobia, que fique claro. Mas é uma prova do nível técnico que chegamos. Arrascaeta, por exemplo, seria muito bem-vindo. O compatriota de Andreas, aliás, De Bruyne, nem se fala.

Bruno Guimarães e João Gomes, por exemplo, são jogadores quase iguais. O primeiro surgiu muito bem como camisa 8. No “tal” futebol europeu, virou mero carimbador de bola. Com isso, não poderiam jogar juntos. A bola não chega para Paquetá. Aqui, saio em defesa do ex-Flamenguista.

Enxergo no setor defensivo, o menor dos nossos problemas pelo tamanho das opções para a zaga. Não significa, porém, que um zagueiro deva começar as cobranças de pênalti, né? Uma pena que Dorival tenha homenageado Zagallo somente no casaco. Lembram da energia do Velho Lobo contra a Holanda em 98?

Nas laterais, porém, somente Jesus na causa. Mais um motivo para nos diferenciarmos na tática. Por que não um sistema com 3 zagueiros? Ou linha de 4 defensores mesmo? Assim, dando mais liberdade aos pontas. Enfim…

“Em 58 foi Pelé. Em 62 foi o Mané”… a música que entoamos nas Copas do Mundo denotam que o nosso futebol sempre esteve ancorado nas individualidades. “Em 70 o esquadrão. Primeiro a ser Tricampeão”. O time de Zagallo, porém, foi quase uma exceção do ponto de vista da mecânica. Mesmo assim, não esqueçamos que havia sete, oito craques na equipe, além do Maior de Todos!!! Depois, sofremos 24 anos de seca. “Oooooooo… 94 RomárioooOoooOo! 2002 FenômenooooOooOooOo”.

É inegável que não produzimos mais gênios, craques, extraclasses. E o único que produzimos, nove em cada 10 não valorizam. Se fosse em qualquer outro país, Neymar seria estátua em vida. Maior goleador da história de uma Seleção Brasileira que teve Pelé. Ganhou o quê? Amigos e amigas, por favor! Futebol é um ato coletivo. Infelizmente não é tênis. O camisa 10 leva nosso time nas costas há 15 anos.

Rodrygo camisa 10. Vinícius Júnior candidatíssimo a melhor do Mundo. Ambos titulares no Maior Clube do Mundo. Vestindo a amarelinha, porém, parecem eu quebrando a bola uma vez por semana em Viamão. A diferença é que eu corro, suo, tento, luto… Ainda na peça ofensiva, Pedro do Flamengo fazendo no mínimo 1 gol por jogo. De tudo quanto é jeito…

Na Copa América, aposta em Endrick como pensamento mágico. O excesso de individualidade contra o Uruguai foi ilustrativo. Deve seguir entre os convocados. É joia rara. Aposto que será um tremendo avante, mas ainda não está pronto para tamanha responsabilidade. Se Rodrygo e Vini fizessem a parte deles, talvez Endrick tivesse o respaldo necessário. Respaldo, aliás, que Ronaldinho Gaúcho, Adriano Imperador e Alexandre Pato não deram a Neymar. Mesmo assim, o Menino da Vila virou água no deserto.

Finalizando o pitaco e o desabafo…

Espero, sinceramente, que Neymar se recupere, emagreça e volte à Seleção. Sem ele, até mesmo a nossa classificação à Copa do Mundo seguirá ameaçada. Não esqueçam do nosso desempenho patético até agora nas Eliminatórias, né?

Além disso, sonho que a comissão técnica consiga suprir a ausência de craques em abundância por meio da mecânica. Sabemos que futebol requer tempo, mas nos últimos 8 anos tivemos uma bela base com Tite. O problema é que, agora, regredimos. Como estamos no gélido Rio Grande do Sul, eis: são vinhos de cepas diferentes.

Saudades de Romário, Bebeto e Taffarel. De Dunga e Zagallo. De Rivaldo, Cafu e Roberto Carlos. Saudades da época em que a Seleção Canarinho era motivo de orgulho e manifestação inequívoca da grandeza da nossa Pátria.

Alô, Neymar e Tite! Saúde pra vocês se espirrarem, tá? Esqueçam a necessidade de estarem na Premier League. Não liguem para as críticas que não são construtivas. Perdoai-nos, eles não sabem o que dizem…

Aceitam um suco de laranja?

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