Jornalista do Seguinte: se apresentou com sua banda no Centro Cultural Cidade Baixa neste domingo. O colunista de cultura Jonas Tiago Silveira foi até lá.
Estamos acostumados a receber as notícias do Seguinte: diariamente para saber o que acontece na Aldeia. Falar do jornalismo em Gravataí sem citar o Roberto Gomes de Gomes e o Rafael Martinelli é praticamente uma tarefa impossível. Agora, o que nem todos sabem, é que o jornalista que costumamos ver cobrindo pautas pela cidade tem uma carreira musical já de longa data.
Martinelli marca presença nos palcos com sua banda que se chama “Ex”, mantendo a linha que tinhacom a antiga “Deus e o Diabo”, banda que fazia de shows no saudoso Bar Brasil, da parada 79, ao lendário Garagem Hermética, em Porto Alegre, além da abertura do internacional Placebo, no Pepsi On Stage.
Mesmo se chamando a “Ex”, é nesta banda que Martinelli divide os vocais também com sua companheira Thiane Nunes.
Primeiramente este aspirante a colunista precisa separar o lado jornalista do lado artista de Martinelli: se no Seguinte: ele nos traz notícias com precisão nos dados e nos detalhes, no show já é um pouco diferente: o Martinelli artista manda convites mencionando que o início seria precisamente às 16h, mas a Ex só subiu no palco às 17h.
– A gente sempre diz que é precisamente no horário para poder começar com um mínimo de atraso. As pessoas não levam o horário a sério. Então marcamos 16h para começar 16h30 – brincou Martinelli, em conversa informal, antes da apresentação.
Detalhes de lado, às 17h a Ex começa a sua apresentação. Enquanto Gabriella Tachini nos dita o ritmo através da bateria, os riffs de Guilherme Klamt na guitarra já vão nos conduzindo nas melodias, junto com o marcante baixo de Cristiano Sertório. O Martinelli dos palcos apresenta uma voz muito diferente do Martinelli das redações, com graves que se casam perfeitamente ao acompanhamento de Thiane. O casal interpreta as músicas de uma maneira sensacional, tornando um simples show em uma cena de musical.
A Ex é ousada em oferecer algo que as bandas tem medo de trazer para as apresentações: música autoral. Com letras profundas e uma levada que foge aos rótulos, o show nos apresenta canções mais que memoráveis, como a recente Santa Nery. A banda que poderia até ser classificada por alguns como “Indie”, tem na minha opinião um estilo e uma vida própria, independente dos rótulos do mundo da música.
Se o DeadPool (o dos filmes, não o vereador) quebra a quarta parede nos filmes, a Ex quebra a barreira que existe entre público e artista. O palco no nível do chão facilita também a proximidade. Em vários momentos Martinelli atravessava essa linha e cantava no meio de um público que já lhe conhece muito bem. As letras das músicas autorais estavam na ponta da língua dos presentes.
Totalmente acolhedor, o Centro Cultural Cidade Baixa tem vários ambientes e sempre prioriza ter a entrada gratuita em seus eventos culturais. No domingo havia uma feira de vinil, da Music Matters, discotecagem e show de mais duas bandas. Nas paredes do palco, a frase “fogo nos racistas”.
Um momento que ficou marcado ainda no início do show foi a critica por parte do vocalista a um tapete de couro animal que fica abaixo do palco. Para quem ainda não sabe, Martinelli e sua companheira Thiane são veganos e defensores ativos da causa animal.
No evento, que tinha o vinil como temática central, havia para comercialização um compacto da banda intitulado “Segundo dia”, com as canções “Theo tem uma arma”, “Luto” e “Trabalho”. Lançado pela Yeah You! Records, o álbum é uma homenagem ao falecido baterista Rodrigo Leszczynski Souto.
O compacto pode ser adquirido clicando aqui.
Um show marcante, com músicas fortes e uma banda que tem muita originalidade e opinião, isso é o que você pode esperar de uma apresentação da Ex.
Para acompanhar a banda no Spotify, basta clicar aqui.
Você acessa toda a discografia da EX, com vídeos, também no YouTube, clicando aqui.
Assista abaixo alguns vídeos da EX