A fofoca segue interminável sobre a aproximação entre o prefeito Luiz Zaffalon (PSDB) e Dimas Costa (PSD), hoje secretário dos Esportes do governo Eduardo Leite (PSDB) e segundo colocado na eleição para a Prefeitura de Gravataí em 2020.
Nesta segunda-feira, inauguraram juntos a primeira pista pública de caminhada e corrida de Gravataí, nas Moradas do Sobrado, em torno da Praça do Intercity, entre as ruas José Zancheta e Minuano.
A obra é uma parceria entre os governos estadual e municipal. O investimento total foi de R$ 431,901,16, sendo R$ 220.901,16 da Prefeitura e R$ 211.000,00 do Estado.
Sob o calor da véspera do ano eleitoral, atos institucionais invariavelmente são interpretados como movimentos eleitorais.
Já reportei e analisei a hipótese de um ‘MarxDonalds’ eleitoral após reunião dos dois, em A reunião de 2h entre Zaffa e Dimas e a fofoca interminável em Gravataí.
Naquela terça passada, no gabinete do prefeito, com a presença do vice, Dr. Levi Melo (Podemos), e do deputado federal e secretário estadual dos Esportes e deputado federal, Danrlei de Deus, de quem assumiu o posto nesta segunda, Dimas comunicou a Zaffa investimentos de R$ 3 milhões no Avançar do Esporte, programa do governo Leite, e acertaram uma emenda parlamentar de R$ 1 milhão para abrir o Banco de Sangue Municipal, além de outra de R$ 500 mil para a nova Emergência do Hospital Dom João Becker.
À inauguração desta segunda também foi dedicada atenção especial pelos adversários políticos de 2020. Além de novamente contar com a presença de Dr. Levi, o evento mobilizou a comunidade local, com um torneio entre escolas, nas modalidades 50m, 75m, 100m e de 2km, envolvendo comunidades da Santo Antônio de Pádua, Antônio Aires de Almeida, Monteiro Lobato, Ivete Serafini e Cerro Azul. Também estavam presentes as escolas estaduais Heitor Villa Lobos e Carlos Bina.
Zaffa postou a foto dos dois cortando a fita de inauguração minutos depois em perfil seu em rede social. Dimas também.
Nos discursos, só love, ao menos conforme publicação no site oficial da Prefeitura.
– Juntos, estado e município, estamos entregando mais uma obra à comunidade. Essa pista pode proporcionar, para um menino ou para uma menina, uma vida muito melhor, mais digna e carregada de valores. Que a comunidade faça bom uso desta ferramenta pública de desenvolvimento de cidadãos – disse Zaffa, ao lado dos vereadores Demétrio Tafras (PSDB) e Clebes Mendes (MDB).
– Temos que ressaltar esse novo momento que vive o governo municipal. Mesmo tendo sido adversários na eleição passada, sou muito bem recebido pelo prefeito. Na última semana eu e o Zaffa estávamos sentados na mesma mesa, conversando sobre as melhorias para a cidade e falando sobre novos investimentos – disse Dimas, ao lado da esposa vereadora Anna Beatriz da Silva (PSD).
“(…)
Alguns podem perceber a grandeza de adversários reunidos, outros podem achar que Zaffa faz de Gravataí uma Brasília, compondo até com adversários.
O que eu acho?
Pelo que apurei, não tem nada além de uma política de boa relação, entre Zaffa e Dimas, ambos associados ao governo Eduardo Leite, aparentemente tentando isolar um adversário na eleição: Marco Alba (MDB), que foi o ‘Grande Eleitor’ em 2020.
Fazem política.
É igual a Brasília, onde é difícil dizer qual partido não participa do governo? Pode ser. Mas isso é ruim? Devolvo com uma pergunta: qual governante não quer apoio?
Invariavelmente só critica quem não está no poder.
(…)”.
Por enquanto resta isso, como fato em meio à fofoca interminável sobre coligarem em 2024; e fofoca Millôr já brincava que “você deve espalhar logo, porque pode ser mentira”.
Mas dá para acrescentar uma análise.
Quando deflagrou a III Guerra Política de Gravataí, Zaffa disse que, para poder concorrer à reeleição, seguiu pela escada porque o ‘elevador da política’ já estava ocupado por outro “prefeito”, Marco Alba.
Dimas pode estar fazendo o mesmo em seu campo político, de centro-esquerda, em relação ao ex-prefeito Daniel Bordignon (PT), com quem por um ano anuncia chapa, até então sem decisão sobre qual dos dois seria candidato a prefeito ou vice.
Ao fim, governo ou oposição, parece não caber dois prefeitos no ‘elevador da política’.