Há um ano o acusado está foragido para provar inocência. Na sentença, juiz afirma que houve reconhecimento, mas a gravação dos depoimentos mostra o contrário. O Seguinte: reproduz a reportagem publicada pela Agência Pública
– Um dia minha mãe me pediu uma ajuda com um problema no banheiro de casa e a polícia chegou. Eu saí voando, correndo para dentro de um córrego e entrei cada vez mais fundo, para sair da vista deles. Quando a polícia foi embora eu estava dos pés à cabeça de fezes, sujo, imundo. Foi muito difícil. Eu não desejo isso para ninguém.
A descrição acima é de João* (nome fictício), que há quase um ano vive como um fora da lei. Após uma condenação a 11 anos e 8 meses de prisão e duas prisões preventivas decretadas por dois roubos que ele afirma não ter cometido, ele perdeu dois empregos, vendeu o carro e o barraco em que morava em Guarulhos, na Grande São Paulo, e decidiu viver foragido com a mulher e duas filhas pequenas, de 2 e 6 anos.
João é negro e tem 26 anos. Trabalhava como ajudante numa fábrica de reboques de caminhão e como montador de móveis, aos finais de semana, ambos registrados em sua carteira de trabalho.
À Agência Pública ele contou ter sido condenado por ter entre seus amigos no Facebook jovens da comunidade onde foi criado, a Vila União, em Guarulhos, acusados de envolvimento na prática de roubos que usavam como isca anúncios falsos na internet em que ofereciam veículos usados a preços muito mais baixos que os de mercado.
Detalhe: no suposto primeiro roubo, Josemar não existia.
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