O rebaixamento da Câmara de Vereadores já é uma consequência da III Guerra Política de Gravataí, pós Oliveiras x Abílio, Bordignon e Stasinski, Zaffa e Marco Alba; o que analisei nos artigos Declarada III Guerra Política de Gravataí: Zaffa vai sair do MDB para enfrentar Marco Alba; Bem-vindo à política, prefeito!, Bomba em Gravataí! Nota do MDB é um aceite da guerra entre Zaffa e Marco Alba e III Guerra Política de Gravataí: o que diz Zaffa sobre a nota do MDB e sua desfiliação.
Acusações de corrupção, gritos fora do microfone e dedos em riste apareceram nas duas últimas sessões, terça e quinta-feira, após um período em que o parlamento da quarta economia gaúcha parecia ter amadurecido.
Inegável é que essa vilanização leviana faz mal para a política, principalmente se compararmos com a sessão da semana anterior, onde oposição e governo trataram de forma republicana, e com a preocupação devida, da ‘pauta-bomba’ do rombo na previdência – que continua preocupando, mesmo com a reforma aprovada em 2021 pela base do prefeito Luiz Zaffalon; a dúvida é se o déficit atuarial seria de meio bilhão ou bilhão.
Fato é que observei políticos – alguns sem surpresa, já que são coerentes em sua incoerência – de forma figadal esquecendo rápido de discursos recentes sobre tratar de grandes temas e fazer a boa política, ou mesmo acovardados frente a tentativas de homicídio de reputações; a não ser fossem as falas mentiras, apenas mais um calote aplicado na sociedade.
Alerto que abrir uma Caixa de Pandora, com acusações feitas em plenário, ao vivo pela internet, e depois em vídeos postados nas redes sociais, pode prender muitos lá dentro – e nem falo em suspeitas robustas: são as fake news que não respeitam telhados de concreto, muito menos de lona; conforme pesquisas, notícias falsas circulam sete vezes mais rápido do que notícias factuais.
Quem me conhece sabe, parto sempre da sagrada presunção da inocência, não sou dos que, para caçar-cliques permite aos políticos apenas a presunção de culpa; reputo, inclusive, os efeitos do denuncismo destruíram a política na última década no país, com monstros e vigaristas de todos os tipos chegando aos cargos mais altos da nação ao se apresentar como antipolítica e, após eleitos, cometendo crimes piores que aqueles considerados os culpados de sempre, os políticos.
Ao fim, quem entra para a vida pública, com ou sem mandato, sabe que escolhe estar exposto para além de um cidadão ‘comum’ – e, é bom não esquecer de lembrar, quem tem mandato, se experimenta algum resguardo da imunidade parlamentar, não é alcançado pela imunidade para cometer crimes.
É por isso que deixo essa análise-alerta, que ainda não avança para inocências ou culpas, heróis ou vilões: na mitologia a Caixa de Pandora guardava toda a maldade do mundo. Os políticos de Gravataí abrirão essa tampa?
Fatos, aqueles chatos que atrapalham argumentos, o Grande Tribunal das Redes Sociais, impulsionado pelas Big Techs, é um vampiro de reputações, sedento por sangue, não importa de qual lado da ferradura ideológica escorra.