RAFAEL MARTINELLI

A notícia real é que contrato de R$ 4 milhões para frota e combustíveis traz economia, não gastos escandalosos para Prefeitura de Gravataí

Custo com diesel usado na usina de asfalto de Gravataí fez aumentar contrato polêmico

O comunicador Wagner Andrade, da Real News, de Canoas, embarcou na gasolina colocada por suas duas fontes políticas em Gravataí ao tratar como escândalo o contrato firmado pela Prefeitura para “contratação de empresa para prestação dos serviços de administração, gerenciamento e controle da aquisição de combustíveis e para prestação dos serviços de gerenciamento da manutenção preventiva e corretiva da frota”.

A notícia real é que o prefeito Luiz Zaffalon assinou a contratação em uma concorrência de R$ 4 milhões onde a vencedora, a Prime Consultoria e Assessoria Empresarial LTDA, oferece um desconto maior do que a própria taxa de remuneração.

As informações estão no contrato de prestação de serviços 011/2023, no qual o valor final é um limite; não significa que a Prefeitura tenha que gastar os R$ 4 milhões.

Para facilitar o entendimento: em média, a cada 10 reais gastos para gerenciamento de manutenção veicular a Prefeitura economiza R$ 1. O desconto para vencer o Pregão Eletrônico 390/2022 foi de 11,20%. Para combustíveis e lubrificantes, o desconto é de 4,90%.

Então a empresa vencedora paga para trabalhar? Não, ela fatura com sua rede de estabelecimentos credenciados para abastecimento e manutenção.

Líder de mercado, a Prime, que venceu os dois lotes (para manutenção e abastecimento) com taxa negativa, é uma gigante que administra, além de outras prefeituras e órgão públicos gaúcho, o mesmo serviço em postos e estabelecimentos credenciados em contrato com o Ministério da Defesa.

O secretário da Fazenda Davi Severgnini confirma minha análise e aponta as vantagens do sistema, que usa cartão e bloqueia gastos acima das estimativas feitas pela Prefeitura.

– O sistema credencia os postos de abastecimento e oficinas de manutenção; elimina a necessidade de portar dinheiro em espécie, pois fornece cartão de gerenciamento de frota pelo qual temos condições de estabelecer limites e controles sobre cada usuário/unidade; e dispensa a Prefeitura de fazer gestão da frota, já que eles têm um sistema específico de gestão de frotas, combustíveis e peças – explica.

– A licitação ocorreu pelo maior desconto, ou seja: estimamos gastar x reais ao mês e, sobre este valor, admitimos pagar x% de remuneração pelo serviço; no caso em tela, a concorrência chegou ao ponto de a empresa dar um desconto maior até do que a taxa de remuneração. Neste caso, eles são remunerados pelos próprios prestadores de serviço/postos de gasolina – acrescenta, informando que a modelagem já foi adotada pela Prefeitura em anos anteriores e o novo contrato só tem estimativas de valores mais elevados porque, além do abastecimento e manutenção da frota, também foi incluído o diesel necessário para mover a usina de asfalto municipal.

Ao fim, salvo engano, sob a análise apenas da ‘ideologia dos números’, reputo a notícia real é que o contrato traz economia e controle, não serve de exemplo de má gestão com gastos escandalosos.

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