A Câmara de Vereadores abriu na noite desta terça-feira processo de impeachment do prefeito e do vice de Cachoeirinha. Reputo Miki Breier (PSB) e Maurício Medeiros (MDB) devam apostar na ‘loteria de toga’ para não serem cassados. Demorei a postar a cobertura mas agora posso profetizar: 'Printe & Arquive na Nuvem', a votação – e os bastidores de hoje – evidenciam que, politicamente, a ‘República da Chinelagem’ vai tomar de assalto a Prefeitura antes do fim de 2021.
Explico.
O contexto da denúncia e dos porquês da aprovação por unanimidade dos 17 vereadores estão, na parte on, porque o off é caso de política, nos artigos Cachoeirinha: Miki pede aprovação da abertura de impeachment; Até agosto, sob ameaça da ’República da Chinelagem’ e O capeta está solto em Cachoeirinha: querem tomar de assalto a Prefeitura; Minha sugestão para Miki.
O primeiro indício de que Miki e Maurício precisam estar atentos às pressões sub-reptícias foi Gilson Stuart (PSB) ter renunciado à indicação após ter sido sorteado integrante da comissão processante – que ficou formada por Jordan Protetor (PDT) presidente; Cristian Wasem (MDB) relator e Paulinho da Farmácia (PDT) elemento.
É que Gilson, se não foi o ‘candidato oficial’ do prefeito a vereador, pareceu a todos. Foi a ‘mulher de césar’ na eleição de 2020.
Como apurei que não renunciou à comissão processante por estratégia do governo, talvez o tenha feito por ameaça ou medo de também ser cassado, já que na Operação Proximidade é citado nas investigações do ‘Caso SKM’, o que tratei em artigos como Cachoeirinha: O que intriga no ’caso SKM’ que agora apreendeu dinheiro do prefeito e de empresários e MP faz operação em Cachoeirinha por suspeita de corrupção no lixo; Do secretário afastado à CPI do Fantástico ou Zorra Total.
Na sessão, a justificativa do vereador foi constrangedora. Quase que em murmúrio, disse que tinha muito trabalho nas comissões permanentes da Câmara.
Mesmo seja Gilso um neófito da política, até aqueles que não são muito pensadores sabem que a Câmara e, pobre Cachoeirinha!, a Prefeitura vai parar pelos próximos 90 dias em que o golpeachment será processado. Comissões (do Legislativo, não comi$$ões) e nada são a mesma coisa a partir desta terça e até agosto.
Porém, o que me leva a antecipar que, politicamente, hoje jaz Miki, é que em uma reunião no último domingo, na casa de Jussara Caçapava (PSB), presidente da Câmara que assume como prefeita em caso de impeachment, políticos já teriam dividido CCs da Prefeitura e escolhido chapa para disputar, com Dr. Rubinho (PSL), a eleição suplementar que acontecerá em até 90 dias após uma eventual cassação.
Isso que Miki precisa de apenas 6 votos entre 17 vereadores!; assim como Rita Sanco (PT) precisava de 5 em 14 em 2011, e não conseguiu, golpeada ao lado do vice, Cristiano Kingeski, inclusive com votos de parlamentares de seu partido.
Indico a saída pela ‘loteria de toga’, a Justiça, porque a abertura do impeachment é eivada de irregularidades.
A peça com as denúncias é repleta de fake news de corar garotos de programas, mas o Judiciário não adentra no mérito das questões do Legislativo.
Em Cachoeirinha, ou em qualquer lugar do Brasil, se dois terços dos vereadores resolverem cassar por considerar errado o jeito que um prefeito distribui os cargos, ou foi ‘pioneiro’ em cortar pichulé, assim podem fazê-lo.
Fato é que as principais irregularidades estão no rito processual – que é de provocar vergonha alheia a rábulas. Como não me associo à ‘República da Chinelagem’, não vou dar spoiler.
E recomendo a Miki e Maurício não as questionem judicialmente pelos próximos 20 dias, que é o prazo para a comissão processante opinar pela cassação ou arquivamento.
Se apontarem os erros antes, o golpeachment será corrigido e reapresentado. Como aconteceu, e testemunhei, no 2011 de Gravataí.
Ao fim, a ‘República da Chinelagem’, e aí não me refiro apenas aos vereadores, hoje está decidida por cassar Miki e Maurício. Resta a ‘loteria de toga’, ou a renúncia.
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