Gravataí vai abrir o comércio não-essencial neste sábado. O prefeito Luiz Zaffalon gravou vídeo há pouco confirmando a adesão de Gravataí à liberação autorizada nesta quinta pelo governador Eduardo Leite. Zaffa, agora vacinado, anunciou recorde de aplicação de doses e retomada da imunização sábado a partir dos 65 anos, além da vacinação de brigadianos, policiais civis, bombeiros e guardas municipais a partir de segunda.
– É uma simples troca do feriado de sexta, que seria um dia normal, pelo sábado. Domingo seguem as restrições, que foram prorrogadas até dia 9 – explicou o prefeito, apontando o papel da Acigra e do Sindilojas, junto à Fecomércio, para sensibilizar o governador.
Conforme a reabertura, neste sábado, 3, está permitida a abertura de atividades não essenciais, como comércio e restaurantes, nas mesmas regras válidas durante a semana (comércio até as 20h, restaurantes presencialmente, até as 18h).
– Cuidem-se, evitem aglomerações e sigam denunciando (ao 153 e 190), que nossa fiscalização está nas ruas. Melhorou um pouco, mas ainda estamos no auge da pandemia. A lotação de leitos e UTIs está em 100% – disse, confirmando o que detalhei hoje em Março de Gravataí teve 4 a cada 10 mortes de 1 ano de pandemia; Última vítima tinha 14 anos e nos links relacionados no artigo.
Conforme o prefeito, Gravataí deve receber quase 5 mil doses nesta quinta. No sábado serão abertas 12 salas de vacinação nas unidades de saúde Cohab A, Neópolis, Morada II e Erico Verissimo.
– Somos um dos municípios mais eficientes do Rio Grande do Sul na aplicação das doses que recebemos – disse Zaffa, informando que já foram recebidas 19.940 doses, com índice de aplicação de 81,7%, entre 1ª e 2ª doses, e teve recorde de 3.059 pessoas vacinadas apenas nesta quinta-feira.
Assista ao vídeo e, abaixo, sigo
O prefeito recebeu a primeira dose da vacina contra a COVID-19 nesta quarta-feira. A imunização ocorreu na Unidade de Saúde da Família (USF) Itacolomi, na margem da ERS-020, local próximo a sua residência e que está acostumado a frequentar.
Zaffa foi vacinado por ter 67 anos.
– Estou confiante, pois sempre acreditei nas imunizações feitas, mundialmente, por meio da vacina – disse, em nota divulgada pela Prefeitura.
O prefeito disse que a vacinação de grupos prioritários é o primeiro passo para se voltar ao dito normal.
– Porém, por enquanto, se puder, fique em casa! Use máscara, álcool em gel, lave as mãos e pratique o distanciamento social – apelou.
Pedi a Zaffa se, ao ser vacinado, tinha lembrado de alguma poesia gaudéria, da qual é fã. Ele enviou WhatsApp:
– Não… O sentimento é de poder através do gesto e pela repercussão incentivar amigos meus negacionistas a viver um pouco mais. Tenho perdido alguns e tenho tantos outros que negam o óbvio. A vacina salvou o mundo de poucas e boas e ainda hoje, só por ideologia, acham que tomar a vacina é bobagem.
Ao fim, recomendo eu a Zaffa, um Jayme Caetano Braun, Brasil Doente.
Ouvir Brasil Doente
Não encontrámos nada.
Meu brasil grande, fogão
De pátria e de nativismo
No altar de gauchismo
Da crioula tradição
Na hora do chimarrão
Enquanto escuta a chaleira
Meu cusco baio coleira
Como sentinela amigo
Fica pensando comigo
Na situação brasileira.
Companheiro, permanente
Igual a mim, um teatino
Meu parceiro examino
O quadro do brasil doente
Preocupado com o paciente
Entregue pro estrangeiro
Um causo brabo, traiçoeiro
De virose delfinista
Tendo tanto especialista
Tratado por curandeiro.
Minada em toda estrutura
Desde a mente até ossamenta
O pobre doente apresenta
Febre, fome e amargura
Com princípio de loucura
E completo esgotamento
Sem nenhum medicamento
O preço é proibitivo
Na verdade,
Um morto-vivo pela falta de alimento.
E a insensatez teimosia
Nesse país hospital
Faz que o pobre marginal
Descaia dia após dia
A reserva que existia
De a muito foi extinguida
A pátria grande vendida,
Tudo entregue, quase dado
Enquanto o doente, coitado,
Arrasta uma sobrevida.
Talvez pareça exagero
Mas vale a comparação,
Meu cusco junto ao fogão
Olha tristonho o braseiro
Mas o homem brasileiro
Que está me ouvindo concorda
O balde encheu e transborda
E o pobre povo indefeso
Está a ver com tanto peso
Vai arrebentar a corda.
Parece até brincadeira
Que um país com essa potência
Viva em tamanha indigência
Frente a tanta bandalheira
A impunidade é a bandeira
E cada qual é mais vivo
O processo punitivo
É instalado e difundido
E depois de concluído
Vai direto pro arquivo.
É a derrocada suprema
De um sistema que se esvai
Para quem vende, quem trai,
Que importa que o povo gema
Que importa que o povo trema
Ou se a pátria se desune
O grupo que manda imune
A problemas de consciência
Prossegue na inconsequência
Porque se acredita impune.
Na velha capitania
De são pedro, tudo igual
O centralismo mortal
Nos esmaga dia-a-dia
E o capataz que iludia
Falta garrão pra mandar
Tem vontade de mostrar
Que é gaúcho queixo duro
Mas subiu de mais no muro
E agora não pode apear.
Quem sabe eu tenho a esperança
Ele é gaúcho afinal
Quem sabe um santo bagual
Faz que se lembre da herança
Dos que empurraram com a lança
As linhas desta fronteira
E calce o pé na porteira
Dizendo como índio macho
Que ninguém faz de capacho
Esta província campeira.
Que diga a esses insensatos
Que nos reduzem a trapos
Que neste chão dos farrapos,
Chimangos e maragatos
Não há lugar pra gaiatos
E pra bobos não servimos
E nem tampouco pedimos
E nem tampouco imploramos
Aquilo que conquistamos
Nós simplesmente exigimos.
É tão simples dizer basta
Na terra que demarcamos
Na situação que chegamos
O que não voa se arrasta
É hora de apear a casta
Que nos explora e desgraça
O povo virou carcaça
Pra pasto dos urubus
Das anas, marias, jus,
Que nos compraram de graça.
O dólar sobe
E subindo aumenta a dívida externa
E a trindade que governa
Segue sorrindo e sorrindo
E o pobre povo ringindo
Vive agora pior que bicho
Já nem vai mais a bolicho
Criaturas seminuas
Que andam cruzando nas ruas
Catando em latas de lixo.
E como pode o brasil
Viver assim ante o mundo
Mostrando esse quadro imundo
Tão deplorável, tao vil
Pobre país teu perfil
Precisa ser recomposto
Deixar de ser entreposto
Do explorador estrangeiro
Pra que o povo brasileiro
De novo mostrar o rosto.
Mas o que é a democracia
O termo que a gente escuta
Nessa terrível labuta
Que se agrava dia-a-dia
Vender a soberania
A interesses estrangeiros
Ou carne a cinco mil cruzeiros,
Isso aquela de segunda
É pior que um talho na bunda
De todos os brasileiros.
E dia dois no gigantinho
Grito do campo e da indiada
A luta foi iniciada
Ninguém vai pelear sozinho
Todos sabem o caminho
E vão se chagando cedo
Rio grande inteiro sem medo
Que vem de todas as frentes
E lá vão estar presentes
O maluf e o tancredo.
Assista Jayme