Jeito de gurizão.
Cara de gurizão.
Voz de gurizão.
Roupa de gurizão.
Mas é só isso. Na realidade, o que parece ser um gurizão, como dizem os mais jovens nas rodadas de brincadeiras entre amigos, é um baita profissional que vem escalando degrau por degrau, com muita calma e tranquilidade e uma modéstia de dar inveja.
Todos os dias, de segundas às sextas-feiras, por volta das 5h da manhã, o gurizão Kleriton Barcelos de Vargas sobe em um Sogil perto de onde mora, no Parque dos Anjos, e desce no centro de Porto Alegre.
— Eu ando todos os dias de Mercedes, e com motorista particular! Só que eu compartilho com outras pessoas e pago uma pequena taxa pelo serviço — diz, bem humorado, sobre o seu meio de transporte.
O filho único de um metalúrgico e de uma dona de casa é jornalista por formação. Cursou Comunicação Social na Feevale e botou o canudo sob o braço em 2013.
Ex-almoxarife em hotel, ex-funcionário da Fundação Thiago Gonzaga, ex-estagiário da Associação Comercial, Industrial e de Serviços de Gravataí (Acigra), Kleriton é hoje o “gurizão da grenal”.
Ou o “Cara da Pampa” já que há nove anos está na Rede Pampa de Comunicação, empresa de rádios, televisão e jornal. Por quatro anos trabalhou ao lado de Beatriz Fagundes e Pedro Fonseca no programa Conexão Pampa, na emissora líder da rede, a Rádio Pampa.
Passou pelos microfones de outras rádios da empresa, como a Caiçara e Jovem Pan.
E há três anos é o âncora (apresentador titular) do Contra Ataque, entre as 14h e 18h, na Rádio grenal (assim mesmo, com todas as letras minúsculas!). Foi a primeira voz da grenal quando a emissora entrou no ar, em 2012.
Por curiosidade
Kleriton Vargas é um brincalhão. Por isso pode ser chamado – no bom sentido! – de gurizão.
Diz, por exemplo, que seu primeiro sobrenome, Barcelos, é escrito com um “ele” só porque é da banda pobre dos Barcelos. Se fosse Barcellos com dois “eles” seria do lado rico.
Fala que anda de Mercedes, referência à empresa que fornece o motor para parte da frota de ônibus com a qual a Sogil faz a linha Gravataí-Porto Alegre. E que tem motorista ao seu dispor! O do ônibus, claro.
Namorado da Samyra ( — “é com ipsilone mesmo. Esta coisa que os pais tinham, mania de inventar nome para os filhos” — ) revela que ela é uma técnica de enfermagem que “bota crianças no mundo”. Samyra trabalha no centro de obstetrícia de um hospital.
Mas fala sério, também.
O comunicador conta que começou no rádio por curiosidade e levado por “um amigo que tinha um amigo que conhecia o cara da rádio”. Foi no Parque dos Anjos mesmo, na Rádio Novo Som.
— Acho que foi um pouco de paixão e muito de curiosidade. Minha mãe ouvia muito rádio. E eu também. Tanto que conforme a música que tocava eu já sabia que estava na hora de levantar, por exemplo.
Na emissora do Parque dos Anjos apresentava, inicialmente, um programa de músicas, nos sábados à tarde, entre as 15h e 18h. E garante que sempre gostou da comunicação, tanto que assistia muito aos programas de televisão e sempre que possível estava com ouvido colado no rádio.
Até que acabou diante das “latinhas”, que é como o pessoal do meio costuma chamar os microfones.
E foi entre uma meia dúzia destas “latinhas” – uns Electro Voice profissionais de alguns bons mil reais cada um – que ele recebeu nesta semana a reportagem do Seguinte: para um bate-papo.
Em um estúdio de rádio, claro.
Bate o escanteio e cabeceia
Hoje Kleriton Vargas é um profissional que atua em duas frentes.
Pela manhã, das 6h às 12h ele é um multi-função. Um “Severino”. Um “faz-quase-tudo”. Começa realizando a produção de um programa de jornalismo que ele mesmo apresenta das 7h às 9h. Grava boletins, faz a voz de comerciais, e lê notícias. Se precisar, também coa e serve o cafezinho.
Ao meio-dia sai para o almoço, é quando vira a chave e se transforma no apresentador do Contra Ataque das tardes da grenal.
Mesmo que a emissora respire e transpire futebol nas 24 horas do dia, com espaço também para outros esportes, Kleriton demonstra toda sua humildade e modéstia:
— Quase nada! Sou um torcedor do Cerâmica (Atlético Clube) e frequentava o Vieirão (estádio) — diz, respondendo sobre o que entende, ou o quanto entende, de futebol.
Nem precisa muito mesmo.
Sua função como apresentador do Contra Ataque é quase a de um mediador já que pela bancada do programa passam nomes como de Rogério Bohlke, Flávio Dal Pizzol e Haroldo de Souza, da velha guarda do rádio gaúcho.
E divide diariamente o programa com expoentes do radio-jornalismo dos pampas – hoje da Pampa! – como Ângelo Afonso, Kalwyn Corrêa, Rogério Bohlke e Diego Real (ex-arbitro e atual comentarista de arbitragem da grenal).
Reconhecimento
Como profissional do meio rádio, o gurizão do Parque dos Anjos já coleciona louros, elogios e reconhecimentos. Até alguma ameaça à sua integridade física, por conta de suas posições diante dos microfones, revela, sem entrar em detalhes.
Kleriton Vargas, aqui por Gravataí mesmo, ganhou o prêmio “Destaque da Aldeia 2017”.
De forma mais abrangente, foi finalista do – conceituadíssimo entre profissionais da Comunicação – Prêmio Press 2017 e 2018 na categoria Melhor Programa de Rádio e finalista 2018 como Melhor Apresentador de Rádio.
De quebra, despontou no Top of Mind – o “Oscar” gaúcho das marcas mais lembradas, organizado, promovido e executado pela Revista Amanhã – em 2018 e 2019 na categoria programa de rádio.
Sobre onde sonha em chegar, o modesto comunicador até se emociona.
— Já cheguei — diz.
Para ele, o que acontecer de agora em diante em termos profissionais será mérito do trabalho que realizou até agora. E que quer continuar fazendo ao lado de profissionais veteranos, os quais lhe ensinam muito segundo afirma, e com os novatos “porque sempre têm algo para nos ensinar”.
DOIS MOMENTOS
No Conexão Pampa, da Rádio Pampa:
— Eu aprendi muito. Principalmente a importância de falar sempre a verdade, de perguntar o quem o ouvinte quer ouvir. Ou seja, a primeira pergunta para um entrevistado tem que ser a pergunta mais importante. A gente não tem que ficar amaciando, adoçando o entrevistado. Tem que perguntar o que aquelas pessoas que estão nos ouvindo querem saber.
No Contra Ataque, da Rádio grenal:
— É outro momento, totalmente diferente. É onde deixo fluir mais a questão do entretenimento, que tenho facilidade em praticar, mas para um outro tipo de ouvinte. Na grenal eu faço rádio para o ouvinte que me ama se eu falar o que ele quer ouvir, ou me odeia se eu tiver uma posição que não é a mesma dele. É um trabalho em que a gente conquista respeito ou até alguns desafetos.
Para ouvir o Kleriton
Pela manhã, na Nossa Rádio: 106,7 FM
Ou pela internet, clique aqui.
Pela tarde, na Rádio grenal: 95,9 FM
Ou pela internet, clique aqui.
Confira no vídeo abaixo o bate-papo com Kleriton Vargas. Vale a pena!