RAFAEL MARTINELLI

Almansa pode ter no ex-prefeito Stédile sua ‘Marta Suplicy’ na disputa pela Prefeitura de Cachoeirinha

Não foi nos ricos Jardins, nem David Almansa (PT) chegou em um Celtinha, como fez Guilherme Boulos (PSOL), em São Paulo. Mas o candidato a prefeito de Cachoeirinha tomou um café no La Fiuza, na Cohab, com aquele que pode ser a sua ‘Marta Suplicy’ na eleição de 2024: o ex-prefeito José Stédile (PSB).

O hoje presidente da Fundação de Atendimento Sócio-Educativo do Rio Grande do Sul (Fase) no governo Eduardo Leite (PSDB) ainda não decidiu se concorre à Prefeitura. Há entusiastas de uma chapa com Almansa a prefeito e Stédile a vice, repetindo o PT-PSB de Lula e Alckmin. Uma ou outra decisão demandaria se desincompatibilizar do cargo estadual até 6 de abril.

Por que comparo com o ‘Efeito Marta Suplicy’?

Assim como no caso da chapa Boulos-Suplicy em SP, uma parceria entre Almansa e Stédile guarda potenciais ganhos eleitorais, mas também contradições.

Stédile, assim como Marta, representaria a experiência na chapa com o vereador em segundo mandato. Foi prefeito por dois mandatos – entre 2001 e 2008 – e deputado federal entre 2010 e 2018, além de secretário de Estado nos governos Sartori (MDB) e Leite.

Seus mandatos frente à Prefeitura também guardam boas lembranças na periferia, como a ex-prefeita.

Entre as contradições, Stédile, como deputado federal votou a favor do golpeachment contra a presidente Dilma Rousseff (PT), para desgosto do irmão João Pedro, líder maior do MST, e integrou governos que petistas – e Almansa entre eles – identificam com a direita.

Na eleição suplementar de 2022, Stédile apoiou Dr. Rubinho (União Brasil), que fez campanha para reeleição de Jair Bolsonaro, com foto e tudo com o ex-presidente.

Fato é que Almansa e Stédile estão conversando. Se avançar a ideia, certamente partirão para as pesquisas eleitorais para avaliar perdas e ganhos.

Hoje Stédile não pode mais ser considerado automaticamente um ‘Grande Eleitor’. Se foi o fiador da eleição e reeleição do prefeito Vicente Pires em 2008 e 2012, Dr. Rubinho, com seu apoio, ficou em terceiro lugar na eleição suplementar de 2022, atrás de Almansa, um ano após ter perdido a eleição por apenas 300 votos.

Ao fim, é a ‘Real Politik’.

E ano eleitoral é tempo de estreitamento de inimizades políticas.

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