Não foi nos ricos Jardins, nem David Almansa (PT) chegou em um Celtinha, como fez Guilherme Boulos (PSOL), em São Paulo. Mas o candidato a prefeito de Cachoeirinha tomou um café no La Fiuza, na Cohab, com aquele que pode ser a sua ‘Marta Suplicy’ na eleição de 2024: o ex-prefeito José Stédile (PSB).
O hoje presidente da Fundação de Atendimento Sócio-Educativo do Rio Grande do Sul (Fase) no governo Eduardo Leite (PSDB) ainda não decidiu se concorre à Prefeitura. Há entusiastas de uma chapa com Almansa a prefeito e Stédile a vice, repetindo o PT-PSB de Lula e Alckmin. Uma ou outra decisão demandaria se desincompatibilizar do cargo estadual até 6 de abril.
Por que comparo com o ‘Efeito Marta Suplicy’?
Assim como no caso da chapa Boulos-Suplicy em SP, uma parceria entre Almansa e Stédile guarda potenciais ganhos eleitorais, mas também contradições.
Stédile, assim como Marta, representaria a experiência na chapa com o vereador em segundo mandato. Foi prefeito por dois mandatos – entre 2001 e 2008 – e deputado federal entre 2010 e 2018, além de secretário de Estado nos governos Sartori (MDB) e Leite.
Seus mandatos frente à Prefeitura também guardam boas lembranças na periferia, como a ex-prefeita.
Entre as contradições, Stédile, como deputado federal votou a favor do golpeachment contra a presidente Dilma Rousseff (PT), para desgosto do irmão João Pedro, líder maior do MST, e integrou governos que petistas – e Almansa entre eles – identificam com a direita.
Na eleição suplementar de 2022, Stédile apoiou Dr. Rubinho (União Brasil), que fez campanha para reeleição de Jair Bolsonaro, com foto e tudo com o ex-presidente.
Fato é que Almansa e Stédile estão conversando. Se avançar a ideia, certamente partirão para as pesquisas eleitorais para avaliar perdas e ganhos.
Hoje Stédile não pode mais ser considerado automaticamente um ‘Grande Eleitor’. Se foi o fiador da eleição e reeleição do prefeito Vicente Pires em 2008 e 2012, Dr. Rubinho, com seu apoio, ficou em terceiro lugar na eleição suplementar de 2022, atrás de Almansa, um ano após ter perdido a eleição por apenas 300 votos.
Ao fim, é a ‘Real Politik’.
E ano eleitoral é tempo de estreitamento de inimizades políticas.