(para Tavinha)
Eu conjurei teu amor num mundo paralelo
Maculado e medieval
Eu era um psiconauta num esporte medicinal
De ansiedade e paranóia proletária
Eu era um psiconauta decifrando o enigma do espelho
E sendo devorado por tal esfinge com língua de cutelo
Eu era a apólice de seguros dos ladrões de aura
Eu era ruim
E triste por sê-lo.
.
Me alimentei do teu suspiro
Safiricamente
Como um vampiro
Querendo quebrar sua maldição
E adentrar um novo paraíso na grande e coletiva mente
Tal a lunação dos dentes de leão
Ou a beleza com a qual o raio de sol veste a sombrinha japonesa
.
Eu ouço sua voz em alta frequência
Em sessões de desobsessões
Eu ouço sua voz quando sufoco
Em exaustão e falta de foco
Eu ouço sua voz e sinto tua energia
Mais bondade que eucaristia
Me içando com amor
Para o cosmos superior
Dos nossos corpos
Gozando dessa existência.
.
O amor é o milagre anterior
O amor é o milagre que já existia
O amor é o milagre que eu carecia
Com fervor
De uma profecia.